Maria Teresa da Áustria
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Maria Teresa (Maria Theresia em alemão, Mária Terézia em húngaro), (13 de Maio de 1717 - 29 de Novembro de 1780), a primeira e única mulher a chefiar a Casa de Habsburgo, foi arquiduquesa da Áustria, rainha da Hungria e da Boêmia e soberana de outros territórios de 1740 até a sua morte. Tornou-se a Sacra Imperatriz Romano-Germânica quando seu marido foi eleito Sacro Imperador. É considerada um dos "déspotas esclarecidos". Chefiou um dos Estados mais importantes de seu tempo, governando grande parte da Europa Central.
Índice |
[editar] Vida pessoal
Sua Alteza Imperial e Real Maria Teresa, Princesa Imperial e Arquiduquesa da Áustria, Princesa Real da Hungria e da Boêmia, foi a filha mais velha de Carlos VI, cujo único herdeiro varão - seu filho Leopoldo João - morreu na infância em 1716. Em 1713, Carlos promulgou a Pragmática Sanção, que garantia a sua filha o direito de sucedê-lo no trono austríaco e de herdar o conjunto do território imperial após a morte do pai. De início, muitos monarcas europeus concordaram com a Sanção Pragmática; entretanto, após a assunção de Maria Teresa ao trono com a morte de Carlos, em 20 de outubro de 1740, a Guerra de Sucessão Austríaca começou.
Maria Teresa casou-se com Francisco Estêvão, Duque da Lorena, o que o fez Sacro Imperador. No total, tiveram 16 filhos - 11 filhas (todas chamadas Maria) e 5 filhos. Sua filha mais moça era Maria Antonieta, que se casaria com o futuro Luís XVI de França. Após a morte de seu marido, Maria Teresa tornou seu filho José co-regente dos territórios austríacos, mas ela manteve o poder nas mãos.
[editar] Reinado
[editar] Primeiros anos: guerras
Maria Teresa não havia sido preparada para governar (seu pai presumiu que ela deixaria ao marido esta tarefa) e encontrou um país com um exército fraco e o tesouro vazio.
A Guerra da Sucessão Austríaca começou quando Frederico II da Prússia invadiu e ocupou a Silésia. Embora a Baviera e a França também houvessem invadido territórios austríacos a oeste, foi Frederico (mais tarde conhecido como Frederico, o Grande) que se tornou o principal adversário de Maria Teresa durante o reinado desta última. Portanto, concentrou-se em derrotar a Prússia e retomar as terras austríacas perdidas.
Em 1748, a França devolveu os Países Baixos austríacos que havia tomado da Áustria. Em troca, Maria Teresa cedeu Parma, Piacenza e Guastalla para o Infante Filipe de Espanha.
A Imperatriz aumentou o exército em 200% e reformou os impostos de maneira a garantir uma renda anual constante para financiar o governo e as forças armadas. Centralizou o governo ao fundir as chancelarias austríaca e boêmia. Criou uma suprema corte com a função de distribuir justiça e estabeleceu academias militar e de ciências da engenharia. Suas reformas fortaleceram a economia.
Quando se preparava para atacar a Prússia em 1756, Frederico II atacou primeiro, invadindo a Saxônia, aliada da Áustria, o que começou a Guerra dos Sete Anos. O conflito terminou em 1763, com o Tratado de Hubertusberg, que reconheceu o domínio prussiano sobre a Silésia.
[editar] Últimos anos: reformas civis
Nos últimos anos de seu reinado, Maria Teresa concentrou-se em reformar as leis, o que fez com que muitos a vejam como uma monarca relativamente avançada para a época. Em 1771, promulgou a Patente Robot, uma reforma que regulava o pagamento pelo trabalho dos servos.
Outras reformas importantes incluem a proibição de queimar bruxas na fogueira e da tortura e a abrogação da pena de morte no código penal, substituida por trabalhos forçados (a pena capital foi posteriormente reincluída no código). O ensino obrigatório foi aprovado em 1774.
Maria Teresa morreu em 1780, a única mulher a reinar em toda a história de 650 anos da dinastia dos Habsburgos. Foi sepultada na tumba no. 56 da Cripta Imperial em Viena. Seu filho José II sucedeu-a.
[editar] Descendência
Do seu casamento com Francisco Estêvão, Duque da Lorena, o futuro Francisco I da Germânia, teve os seguintes filhos:
- Maria Isabel, Arquiduquesa da Áustria (1737-1740) herdeira aos títulos de Rainha da Hungria e Boémia de 1737 a 1740.
- Maria Ana, Arquiduquesa da Áustria (1738-1789) herdeira aos títulos de Rainha da Hungria e Boémia de 1740 a 1741.
- Maria Carolina, Arquiduquesa da Áustria (1740-1741).
- José II (1741-1790) Arquiduque da Áustria, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico desde 1765, Rei da Hungria e Boémia desde 1780. Sucedeu à mãe.
- Maria Cristina, Arquiduquesa da Áustria (1742-1798), casou com Alberto de Saxe-Teschen (1738-1822).
- Maria Isabel, Arquiduquesa da Áustria (1743-1808)
- Carlos José Manuel, Arquiduque da Áustria (1745-1761)
- Maria Amália, Arquiduquesa da Áustria (1746-1804), casou com Fernando, Duque de Parma (1751-1802).
- Leopoldo II (1747-1792), Arquiduque da Áustria, Grão-duque da Toscana de 1765 a 1790, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico e Rei da Hungria e Boémia desde 1790. Sucedeu ao irmão.
- Maria Carolina, Arquiduquesa da Áustria (1748)
- Maria Joana Gabriela, Arquiduquesa da Áustria (1750-1762)
- Maria Josefa, Arquiduquesa da Áustria (1751-1767)
- Maria Carolina, Arquiduquesa da Áustria (1752-1814), casou com o rei Fernando IV de Nápoles e Sicília (1751-1825).
- Fernando, Arquiduque da Áustria, Duque de Breisgau (1754–1806), casou com Maria Beatriz d'Este, herdeira de Breisgau e de Modena;
- Maria Antonieta (Maria Antónia), Arquiduquesa da Áustria (1755-1793) casou com Luís XVI de França.
- Maximiliano Francisco, Arquiduque da Áustria (1756-1801), Arcebispo-Eleitor de Colónia desde 1784.