Ariel Sharon
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Ariel Scheinermann, mais conhecido como Ariel Sharon, em hebraico: אריאל שרון (Kafar Malal, 27 de fevereiro de 1928) é um estadista e militar de Israel. Foi primeiro-ministro de Israel entre março de 2001 e 2006, membro fundador do partido Likud e fundador do partido Kadima.
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[editar] Biografia
Sharon nasceu em um assentamento israelense na então Palestina Britânica. Seu pai era um judeu de origem lituana e sua mãe uma judia russa. Os pais de Sharon fizeram parte da Segunda Aliá, um movimento sionista-socialista com orientação secular.
Em 1942, com a idade de 14 anos, Sharon entrou na Gadna, uma força paramilitar formada por jovens, e mais tarde ingressou no Haganah, força paramilitar judaica clandestina que lutava pelo fim da administração britânica da Palestina.
Quando o Estado de Israel foi criado, em 1948 (e o Haganah foi incorporado às forças de defesa israelenses), Sharon tornou-se comandante das tropas da Brigada Alexandroni. Sharon teve um grave ferimento na virilha depois de enfrentar a Legião Árabe Jordaniana durante a Segunda Batalha de Latrun, numa tentativa frustrada de libertar judeus sitiados em Jerusalém. Seus ferimentos foram tratados e Sharon recuperou-se.
Em 1949 foi promovido a comandante da companhia, e em 1951 para oficial de inteligência. Ele então abandonou o cargo para estudar História e Cultura do Oriente Médio na Universidade Hebraica de Jerusalém. Um ano e meio depois, ele pediu para voltar ao trabalho, agora no cargo de major e líder da Unidade 101, a primeira das forças especiais israelenses.
A Unidade 101 realizou uma série de ataques contra os vizinhos árabes, o que trouxe mais confiança a Israel e fortaleceu sua resistência. Entretanto, a unidade também foi criticada por ter atacado civis e soldados árabes, no conhecido episódio do massacre de Qibya, no outono de 1953, quando cerca de 60 civis árabes foram mortos num ataque na Cisjordânia. No documentário: "Israel e os árabes: 50 anos de guerra", Ariel Sharon recorda o que aconteceu no confronto, que foi duramente condenado por muitos países ocidentais, inclusive os Estados Unidos da América:
- Eu fui chamado para ver Ben-Gurion. Era a primeira vez em que eu o encontrava, e desde o início Ben-Gurion disse-me: 'Deixe-me contar-lhe uma coisa: não importa o que o mundo diga sobre Israel, não importa o que eles digam a nosso respeito em nenhum lugar. A única coisa que importa é que nós podemos existir aqui, na terra de nossos ancestrais. E a menos que mostremos aos árabes que há um alto preço a ser pago pelo assassinato de judeus, nós não iremos sobreviver.'
Pouco tempo depois, apenas meses depois de sua fundação, a Unidade 101 foi incorporada à 202 Brigada de Patrulheiros (da qual eventualmente Sharon tornaria-se comandante), que continuou a atacar alvos militares e civis, culminando no ataque da delegacia de polícia de Qalqilyah no outono de 1956.
Sharon é viúvo duas vezes. Logo após tornar-se instrutor militar, ele casou-se com a sua primeira esposa, Margalit, com a qual teve um filho: Gur. Margalit morreu num acidente de carro em 1962. Gur morreu em outubro de 1967 depois que um amigo acidentalmente feriu-o quando brincava com um antigo rifle de Sharon.
Depois da morte de Margalit, Sharou casou-se com sua irmã mais nova: Lily. Eles tiveram dois filhos: Omri and Gilad. Lily Sharon morreu de câncer em 2000.
[editar] Carreira política
Sharon ingressou na carreira política durante o governo do primeiro-ministro Menachem Begin. Sharon foi filiado ao partido Mapai, de esquerda, durante as décadas de 40 e 50. Entretanto, depois de afastar-se da vida militar, Sharon foi importante para a criação do Likud, partido liberal de centro-direita, em julho de 1973. O Herut, o Partido Liberal e outros setores independentes foram incorporados ao Likud e Sharon tornou-se coordenador da campanha para as eleições, marcadas para novembro do mesmo ano. Todavia, duas semanas e meia depois do início da campanha eleitoral, eclodiu a Guerra do Yom Kippur e Sharon foi chamado para comandar as forças militares. Em dezembro de 1973, Sharon foi eleito para a Knesset (Parlamento), mas um ano depois, cansado da vida política, renunciou.
De junho de 1975 até março de 1976, Sharon foi assessor especial do primeiro ministro Yitzhak Rabin, trabalhando como um de seus conselheiros militares. Com a aproximação das eleições de 1977, Sharon tentou voltar ao Likud e substituir Menachem Begin como presidente do partido. Ele tentou convencer Simcha Ehrlich, que comandava o bloco do liberal do partido, que ele tinha mais chances do que Begin para vencer as eleições, mas não teve sucesso. Depois disso, ele tentou ingressar novamente no Partido Trabalhista e no centrista Dash, mas foi rejeitado por ambos. Ele formou então o seu próprio partido, o Shlomtzion, e conseguiu obter duas cadeiras no Knesset nas eleições subseqüentes. Logo após as eleições, ele fundiu o Shlomtzion com o Likud e tornou-se Ministro da Agricultura.
Nessa época, Sharon apoiava o Gush Emunim, movimento que encorajava os assentamentos judeus na Judéia e Samária. Sharon usou de sua posição para estimular a criação de uma rede de assentamentos na Cisjordânia e Faixa de Gaza e assim prevenir a possibilidade de retorno dos civis palestinos expulsos de lá. Sharon dobrou o número de assentamentos judeus na Cisjordânia e na Faixa de Gaza durante sua gestão.
Depois das eleições de 1981, Menachem Begin recompensou Sharon por sua importante contribuição para a vitória apertada do Likud, nomenado-o Ministro da Defesa.
Como ministro da Defesa, Sharon passou a apoiar e atiçar os cristãos contra os mulçumanos no Líbano, com o objetivo de fazer do Líbano um posto avançado de Israel. Em 1982, as tropas israelenses invadem Beirute com o apoio dos cristãos, entra nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila e mata 3.000 pessoas. Depois de ser forçado a sair do cargo por ter sido co-responsável pelos violentos massacres de Sabra e Shatila, Sharon continuou na vida política fazendo parte de sucessivos governos: como ministro sem pasta (1983–1984), Ministro do Comércio e Indústria (1984–1990) e Ministro da Construção para Habitação (1990–1992). Durante este período, ele era rival do então Primeiro Ministro Yitzhak Shamir, mas não foi bem sucedido ao tentar substituí-lo como presidente do governista Likud nas várias oportunidades que teve.
A rivalidade entre Shamir e Sharon teve seu ponto alto durante a "Noite dos microfones", em fevereiro de 1990, quando Sharon tomou o microfone de Shamir, que falava para o Comitê Central do Likud, e exclamou a frase que tornar-se-ia famosa: "Quem está varrendo o terrorismo?". A insinuação era que apenas Sharon sabia como desencorajar e acabar com os ataques. O incidente ficou marcado como uma tentativa aparente de derrubar a liderança de Shamir no partido.
Durante o governo de Benjamin Netanyahu (1996-1999), Sharon foi Ministro da Infra-estrutura Nacional e Ministro das Relações Exteriores (1998-1999). Com a vitória de Ehud Barak, do Partido Trabalhista, que assumiu o governo, Sharon tornou-se líder do Likud. Depois do colapso do governo de Barak, Sharon foi eleito Primeiro-Ministro de Israel, em fevereiro de 2001.
[editar] Fundação do Kadima
Em 21 de novembro de 2005, Ariel Sharon renunciou ao cargo de presidente do Likud e dissolveu o parlamento para formar um novo partido de centro chamando Kadima (Avante).
[editar] Doença e afastamento
A doença de Ariel Sharon cobre uma série de problemas médicos que o primeiro-ministro israelense teve, especialmente ao final de 2005 e início de 2006, quando ele sofreu dois derrames, sendo o último muito grave.
Obesidade
Durante muito tempo permaneceu desconhecido o atual peso de Ariel Sharon, ainda que pela sua aparência de forma geral, seja possível presumir que ele seja obeso. Amnon Dankner, editor da Maariv, especulou que o próprio Sharon não conhecia seu peso: "Pode ser verdade que o Primeiro-Ministro não saiba quanto ele pesa... visto que pessoas gordas não gostam muito de saber quanto elas pesam". Depois do primeiro derrame de Sharon, no final de 2005, os médicos informaram que Sharon pesava aproximadamente 118 quílos (ou 260 libras), quase 40 quílos acima do peso ideal para a sua altura (1,74 m ou 5'7"), o que pode ser diagnosticado como obesidade mórbida.
A obesidade por si só pode não ter sido necessariamente a causa do derrame, porém as condições associadas, como colesterol alto, podem. A dieta de Sharon é grande, e uma típica refeição ao fim do dia incluiria, segundo dizem, bisteca ao molho chimichurri, costeletas de carneiro, espetinhos de kebab e uma variedade de saladas, seguida por um bolo de chocolate.
Durante uma entrevista ele comeu uma lata inteira de batatas Pringles. Yediot Aharonot relata que seu comboio regularmente parava para comer em lanchonetes de fast food em Jerusalem.
Segundo as reportagens, ele ria das tentativas das pessoas de forçarem-no a fazer dieta, incluindo as tentativas feitas por seus filhos, depois do seu derrame em dezembro de 2005. O Presidente dos EUA George W. Bush encorajava-o a fazer exercícios, dizendo: "Eu preciso de você saudável". Sharon freqüentemente brincava sobre o seu próprio peso. Em outubro de 2004 quando perguntaram-lhe por que não vestia um colete à prova de balas por causa das freqüentes ameaças de morte que recebia, Sharon sorriu e retrucou: "Não há um que seja do meu número".
O derrame de dezembro de 2005
No dia 18 de dezembro de 2005, Sharon foi enviado ao hospital de Hadassah Ein Kerem depois de sofrer um derrame brando, mais especificamente um tipo relativamente pouco comum de derrame chamado embolia paradoxal, na qual um coágulo da circulação venosa passa para a circulação arterial através de um buraco entre o átrio direito e o átrio esquerdo e vai para o cérebro, causando perturbações na fala e no andar.
No seu caminho ao hospital Sharon perdeu a consciência, mas recuperou-a logo depois. Segundo se reportou, ele quis deixar o hospital à tarde, pouco tempo depois da sua chegada, mas o hospital fez com que ele ficasse por mais um dia. Sharon passou dois dias no hospital e teve o problema do pequeno buraco no coração reparado através de um procedimento cirúrgico conhecido como caterização cardíaca. Isto ocorreu nos primeiros dias de 2006.
O derrame de Janeiro de 2006
No dia 4 de janeiro de 2006, Sharon sofreu um segundo derrame, muito mais grave. Houve uma hemorragia cerebral maciça que os médicos conseguiram sanar depois de duas operações separadas feitas na manhã seguinte. Sharon foi colocado em um respirador artificial. Alguns boletins sugeriram que ele estava com paralisia no corpo da cintura para baixo, outros disseram que ele lutava pela vida. As suas obrigações no governo foram entregues ao vice-primeiro-ministro Ehud Olmert.
Sharon estava tomando anticoagulantes desde o primeiro derrame para prevenir a formação de outro coágulo, todavia essas drogas também aumentam o risco de hemorragia cerebral e geram novas dificuldades para o caso de uma cirurgia cerebral.
[editar] A reação internacional
[editar] Mundo árabe
A reação entre os palestinos foi variada. O Hamas disse que o Oriente Médio ficaria bem melhor sem Sharon. O antigo líder da Frente pela Libertação da Palestina, Ahmed Jibril, disse para a Associated Press: "podemos dizer que Deus é grande e ele pode vingar-se deste açougueiro. (...)Nós agradecemos a Deus por esta dádiva que Ele nos presenteou neste ano novo" [2]. O líder da Jihad Islâmica Anwar Abu Taha teria dito o seguinte: "Nós não nos importamos com sua saúde e que ele vá para o inferno, quer ele viva ou morra...".
Segundo a Agência de Notícias Iraniana dos Estudantes, em 6 de janeiro, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad falou aos cléricos xiitas da cidade de Qom e contou-lhes que estava esperando pela morte de Sharon. Os Estados Unidos rapidamente condenaram o comentário de Ahmadinejad classificando-o de "odioso e repugnante". [3] O porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack chamou as afirmações de Ahmadinejad de "parte de um contínuo e inventivo fluxo de ódio".
[editar] Estados Unidos e Europa
O Presidente dos Estados Unidos da América George W. Bush emitiu uma declaração em que disse que compartilha das preocupações do povo de Israel e que "todos nós [dos EUA] estamos rezando para a recuperação dele [Sharon]".
O televangelista Pat Robertson disse em 5 de janeiro durante uma edição do seu programa, The 700 Club, que "Deus estava punindo Sharon por ele ter dividido Israel". Ele ainda sugeriu que o ex-primeiro-ministro Yitzhak Rabin foi assassinado em 1995 pelo mesmo motivo.
[editar] Ligações externas
- Sharon deve sair do hospital na terça, dizem médicos, Reuters, 19 Dezembro 2005.
- Ongoing Coverage of the Sharon Medical Tragedy, IRIS
- Ariel Sharon's massive stroke shakes region, Toronto Star
- Sharon urged to curb his appetite, BBC
- Israeli PM critical after stroke, BBC
- Breve biografia
- An anti-Ariel Sharon flash clip
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