Último Teorema de Fermat
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Último teorema de Fermat, ou teorema de Fermat-Wiles, afirma que não existe nenhum conjunto de inteiros positivos x, y, z e n com n maior que 2 que satisfaça
- .
(Para os primeiros valores de n existe uma infinidade de soluções - o caso n = 1 é evidente, o caso n = 2 admite, entre outras, a solução clássica 42 + 32 = 52 e utiliza o método do círculo, outras soluções podem ser encontradas usando-se o esquema ((x2 − 1) / 2)2 + x2 = ((x2 + 1) / 2)2, para todo x ímpar).
O teorema deve seu nome a Pierre de Fermat, que escreveu às margens de uma tradução de Arithmetica de Diophante, ao lado do enunciado deste problema :
- J'ai découvert une preuve tout à fait remarquable, mais la marge est trop petite pour l'écrire.
- Encontrei uma prova absolutamente notável, mas a margem é pequena demais para escrevê-la.
Após ter sido objeto de fervorosas pesquisas durante mais de 300 anos (essa nota insinuava que uma demonstração elementar era possível - o que atiçou a curiosidade de todos), ele foi finalmente demonstrado em 1994 pelo matemático britânico Andrew Wiles. A grande maioria dos matemáticos pensam hoje que Fermat estava enganado: a prova (retrabalhada desde então) utiliza ferramentas matemáticas bastante elaboradas da Teoria dos números, ferramentas que ainda não existiam na época em que viveu Fermat.
Mais precisamente, Wiles provou a conjectura de Shimura-Taniyama-Weil, pois sabia-se já havia algum tempo que ela implicava o teorema. A prova utiliza as formas modulares e as representações galoisianas (de Évariste Galois, matemático francês).
Este teorema não tem aplicação nenhuma per se: ele toma um valor importante, no entanto, devido às idéias e às ferramentas matemáticas que foram inventadas e desenvolvidas para prová-lo.
Pode-se entender este teorema graficamente considerando-se a curva da equação xn + yn = 1 : se n > 2, essa curva não passa por nenhum ponto com coordenadas racionais diferentes de zero.
[editar] Observação
Sendo costume que se dê a um teorema o nome daquele que fez sua demonstração, o título «teorema de Fermat» pode não ser apropriado. Dever-se-ia falar ou de uma conjectura de Fermat ou do teorema de Wiles.
[editar] O Último Teorema de Fermat e a Literatura
Propiciando notáveis avanços em vários ramos da matemática, a saga de 359 anos de tentativas, erros e acertos está admiravelmente descrita no livro “O Último Teorema de Fermat”[1] , do autor britânico Simon Singh, com 300 páginas.
[editar] Referências
- ↑ SINGH, Simon (1998). O último teorema de Fermat. Rio de Janeiro: Editora Record.