Quinta da Fidalga
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A Quinta da Fidalga é um monumento histórico localizado na cidade do Seixal, da margem esquerda da magnífica baía.
A fundação da quinta remonta ao século XV, estando historicamente associada a Paulo da Gama, o célebre irmão de Vasco da Gama, que se fixou no Seixal para assistir à construção das caravelas que supostamente o levariam à Índia.
Teve desde a sua construção funções agrícolas ou de lazer, e, durante o século XVIII, destacava-se entre as demais pelos seus pomares citrinicos, o que não admira, visto que a região citada sempre sobressaíu pelos belos pomares, hoje destruídos. Contudo, ainda hoje a Quinta da Fidalga conserva algumas árvores dessa época, entre muitas outras, o que tornam os jardins da quinta um complexo raro e valioso de jardins, quase único em Portugal. Para além disso a quinta conta com um sofisticado sistema de rega.
Distingue-se também pelo grande Lago de Maré, que constitui um monumento raro ou quase único na arquitectura hidráulica europeia. Para além do lago, ao subir umas pequenas escadas, encontrar-se-á o antigo poço, em ferro - que ainda funciona - que antigamente levava água ao palacete e à casa dos caseiros.
O palacete, grande e robusto, assemelha-se a uma grande casa de campo. Branco, de telhas avermelhadas, acolheu durante alguns largos meses Paulo da Gama e, depois, o irmão, Vasco da Gama. O rico palacete acolhe no seu interior uma capela, integrada ali século XX, em substituição de outra mais antiga. A capela encontra-se revestida por azulejos portugueses do século XVIII. Por sobre a porta da mesma, permanece um friso cuja escultura detalhada e precisa é um dos «ex-libris» da quinta seixalense.
«Ex-libris» é também a fonte que permanece em frente a essa capela, que, com a estranha forma de um peixe, foi trazida da Índia por Vasco da Gama.
Mas estátuas asiáticas são o que não falta, visto estarem espalhadas por toda a grande quinta. Quase todas as fontes que embelezam os jardins, são enriquecidas com algumas dessas esculturas, algumas bastante originais, como é o caso da fonte que se localiza do lado esquerdo da casa dos caseiros, onde é proibído permanecer.
Em 1952, o palacete e os arruamentos da quinta sofreram intervenções arquitectónicas conduzidas por Raul Lino, que distribuíu alguns azulejos, de variadas épocas por vários pontos da propriedade. E azulejos são também o que não falta sendo que os jardins estão repletos de azulejos, na sua maioria hispâno-árabes.
Pelos jardins da quinta estão espalhadas maravilhas arquitectónicas portuguesas de meados do século XVII, entre elas, uma capela revestida a conchas e seixos, vários assentos com o mesmo revestimento, e fontes. Esses elementos formam desenhos magníficos e uma das fontes que se encontra revestida assim faz alusões às caravelas que levaram a oste eterna portuguesa a terras indianas.
Todavia, a quinta é referida mais frequentemente como o solar de veraneios dos Gamas.
A Quinta da Fidalga é propriedade da Câmara Municipal do Seixal desde 2001.