Fonte
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Uma fonte é uma construção, ornamental ou não, normalmente encontrada em praças e jardins, cuja função é a de promover um constante fluxo de água.
MUNDO ANTIGO
Tal como foi descoberto em pinturas tumulares no ano 3.000 a.c.. os egípcios plantavam jardins entre muros à volta das suas casas. Com o decorrer do tempo, esses jardins passaram a ser externos providos de lagos rectangulares com peixes e rodeados por filas de árvores de fruto e plantas ornamentais.
Nas terras altas da Mesoptâmia, os assírios e os persas projectavam jardins rectangulares rodeados por muros e irrigados por lagos e canais que usufruíam da sombra de vastas extensões de árvores. Estes jardins simbolizavam o paraíso e inspiravam os motivos representados nos tapetes persa, motivos esses que chegaram até aos dias de hoje.
As casas romanas, semelhantes às gregas, incluíam um jardim rodeado de colunas, tal como se encontra descrito nas pinturas murais em Pompeia e tal como foram descritos por Plineu no Elder. Os vastos terrenos da vila do imperados Adriano, perto do Tivoli (séc. II a.c.), revelavam magníficas paisagens, assim como o povo romano usufruía dos jardins que integravam os banhos públicos. Em Portugal a Fonte do Ídolo é um santuário da época romana de Bracara Augusta dedicado à divindade fluvial Tongoenabiagus.
MUNDO ORIENTAL
Vivendo num clima habitualmente quente e seco, os muçulmanos foram inspirados pelos oásis do deserto e pelos jardim do paraíso dos persas, que se centrava na água. Os jardins muçulmanos eram habitualmente um ou mais campos fechados rodeados por frias arcadas e plantados com árvores ou arbustos. Eram alegrados por mosaicos coloridos, fontes e lagos com um alternar de luz e sombra.
Após o séc. XV, os mouros em Espanha construíram jardins semelhantes em Córdova, Toledo e, especialmente, em Alhambra e Granada.
Jardins semelhantes nos quais flores, árvores de fruto, água e sombra, constituíam uma composição equilibrada e foram igualmente construídos pelos Mughals, na Índia, durante os séc. XVII e XVIII. Os exemplos mais flagranes são os jardins do Taj Mahal, em Agra, e os jardins de Shalimar, em Lahore.
Na China, palácios, templos e casas possuíam pátios internos os quais podiam incluir árvores e plantas (frequentemente em vasos que podiam mudar com as estações do ano) e agradáveis lagos. A cidade imperial de Beijing possuía elaborados e agradáveis jardins com árvores, lagos artificiais com montes, pontes e pavilhões cobertos.
Também no Japão existe uma longa tradição inspirada nos jardins da China e Coreia. Kioto é especialmente famosa pelos seus jardins que possuem lagos e quedas de água; rochas , pedras e areia e árvores de folhagem permanente. Cada elemento do jardim foi cuidadosamente planeado, frequentemente por monges Zen e pintores, por forma a criar um ambiente de calma, paz e harmonia.
IDADE MÉDIA RENASCENÇA E PERÍODO BARROCO
No séc. IX, na Europa Medieval, na Abadia suíça de St. Gall, o enorme jardim foi dividido em quatro áreas: para ervas aromáticas, vegetais, frutas e flores. Os jardins da maioria dos mosteiros eram rodeados por claustros através dos quais se caminhava, com uma fonte ou um poço na parte central, possivelmente inspirados pelos jardins persas, os quais se supunha que estimulavam a meditação.
Durante a Renascença, em Itália, os castelos deram lugar a palácios e vilas com extensos jardins à semelhança da tradição romana. Eram rodeados por altos e escuros ciprestes e sebes aparadas, leitos geométricos de flores, muros de pedra, fontes e esculturas. Os exemplos do séc. XV incluem os jardins das vilas dos Medici, Palmieri e La Pietra, dentro ou perto de Florença. Entre o elevado desenvolvimento destas vilas formais e elaboradas no séc. XVI, temos a vila Lante em Bagnaia e a vila Farnese em Caprarola. Outras são a vila a vila Madama e a vila Medici em Roma e, a vila D’Este em Tivoli.
Com a introdução do dramático estilo barroco, os jardins italianos do séc. XVII tornaram-se cada vez mais elaborados. Eram distinguidos pelo profuso uso de linhas serpenteadas, grupos de esculturas com figuras alegóricas que representavam movimentos violentos, bem como uma multiplicidade de repuxos, fontes e quedas de água. Exemplos são a vila Aldobrandini em Frascati, a vila Garzoni em Collodi, avila Giovio em Como e os jardins de Isola Bela no Lago Magiori.
Versões modificadas da Renascença e Barroco italiano apareceram por toda a Europa. Em Espanha, os elementos mouriscos e renascentistas eram combinados nos jardins de Alcazar, em Sevilha. Em França, os grandes castelos do vale do Loire, tal como Chambord e Chenonceaux, eram circundados por jardins formais e extensos parques florestais.
No séc. XVIII, a França substituiu a Itália no que se refere à inspiração na elaboração do design arquitectural e paisagista. Os vastos programas de construção levados a cabo por Luís XIV incluíam quilómetros de jardins simétricos os quais, tal como a arquitectura real deste período, eram desenhados por forma a dar a impressão de ilimitada grandeza. Nos terrenos eram desenhados labirintos de árvores ou sebes e embelezados com fontes, pavilhões e estatuária. Versalhes e os seus imensos jardins foram imitados em dúzias de reinos e principados por toda a Europa.
PERÍODO ROMÂNTICO
No final do séc. XVIII, o aparecimento do Romantismo com o seu ênfase no selvagem natural, o pitoresco, o passado e o exótico, conduziram a importantes alterações na arquitectura paisagista, tal como se verificou em outras artes. Em algumas grandes casas tal como Blenheim Palace e Chatsworth, os arquitectos ingleses substituíram as camas de flores simetricamente arranjadas e os caminhos estreitos, por montes com caminhos cheios de curvas , rios e lagos por árvores plantadas de forma informal para conferir um efeito mais selvagem.
O estilo romântico inglês espalhou-se por toda a Europa via França, onde o exemplo mais notável foi criado em Ermenonville. Este estilo foi, igualmente, introduzido na América do Norte, em Monticello, no estado da Virgínia. O exemplo mais importante deste estilo é o Central Park, na cidade de Nova Iorque, desenhado em 1857.
SÉCULO XX
A arquitectura doméstica da primeira metade do séc. XX tentou integrar a casa no meio envolvente. Nas áreas de clima temperado, tal como a Califórnia, o jardim pode ter continuidade para o interior da casa. No estilo dos apartamentos actuais, muitos arquitectos procuram incorporar elementos naturais no seu design interior.
As piscinas interiores e as fontes gozam, actualmente, de grande popularidade, quer nas casas de habitação, quer nos próprios escritórios, pois oferecem grande tranquilidade ajudando as pequenas áreas a tornarem-se mais serenas e pessoais.