Palácio Hotel do Buçaco
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Palácio Real, último legado dos Reis de Portugal situado na Mata do Bussaco (Luso, concelho da Mealhada), é um conjunto arquitectónico, botânico e paisagístico único na Europa onde está instalado actualmente o Palace Hotel do Bussaco, categorizado como um dos mais belos e históricos hotéis do mundo. Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1996.
Situado como que magicamente no interior da Mata Nacional do Bussaco assemelha-se a uma Torre de Belém (Lisboa) rodeada de um extenso oceano verde, uma floresta mágica onde se encontram igualmente capelas, fontes, miradouros, uma Via Sacra e um Convento.
O edifício do actual hotel, em estilo neo-manuelino, está decorado com painéis de azulejos, frescos e quadros alusivos à Epopeia dos Descobrimentos portugueses, todos eles assinados por alguns dos grandes mestres das artes.
O edifício, projectado no último quartel do século XIX pelo arquitecto italiano Luigi Manini, cenógrafo do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, contou também com intervenções, em diferentes fases, dos arquitectos Nicola Bigaglia, Manuel Joaquim Norte Júnior e José Alexandre Soares. A estrutura exibe perfis da Torre de Belém lavrados em pedra de Ançã, motivos do claustro do Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa), alguns arabescos e florescências do Convento de Cristo (Tomar), alegando um gótico florido com episódios românticos em contraste com uma áustera severidade monacal.
No seu interior, verdadeiro ambiente palaciano ornamentado com notáveis obras de arte de grandes mestres portugueses da época, desde a colecção de painéis de azulejos do mestre Jorge Colaço, evocando Os Lusíadas, os Autos de Gil Vicente e a Guerra Peninsular, graciosas esculturas de António Gonçalves e de Costa Mota, as admiráveis telas de João Vaz ilustrando versos da epopeia marítima de Luís Vaz de Camões, os frescos de António Ramalho ou as valiosas pinturas de Carlos Reis. O mobiliário, verdadeiro património museológico inclui peças portuguesas, indo-portuguesas e chinesas, realçadas por faustosas tapeçarias. Destaque ainda para o tecto mourisco, o notável soalho executado com madeiras exóticas e a galeria real.
Os jardins e parque envolvente, o Convento de Santa Cruz do Bussaco, o Deserto monacal, o Sacromonte simbolizando Jerusalém e a paixão de Cristo, com os seus passos da Via Sacra, a Cruz Alta, as inúmeras ermidas e capelas, constituem o mais vasto conjunto arquitectónico edificado desde sempre pela Ordem dos Carmelitas Descalços; o Vale dos Fetos e seus lagos, a Fonte Fria com a cascata artifical, de forte influência italiana pela mão de D. Maria Pia, e os românticos miradouros, são lugares preenchidos como que por magia com um enquadramento perfeito para contacto chegado com a natureza.
Célebres também são os pôres-do-sol nas Portas de Coimbra, em Santo Antão ou no Caifaz. O Museu Militar do Bussaco convida a uma interessante incursão no historial da Guerra Peninsular, com destaque para a batalha do Buçaco na qual, em 1810, as tropas anglo-lusas lideradas pelo Duque de Wellington derrotaram o exército napoleónico.