Palácio da Bacalhoa
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Antiga propriedade da Casa Real Portuguesa, a Quinta da Bacalhoa e seu palácio situam-se em Azeitão, mais precisamente na pequena aldeia de Vila Fresca de Azeitão. É considerada a mais formosa quinta que, da primeira metade do século XVI, ainda existe em Portugal. No século XV pertenceu, como quinta de recreio, a João, Infante de Portugal, filho do rei D. João I. Herdou-a sua filha D. Brites, casada com o 2º Duque de Viseu e mãe do rei D. Manuel I.
Ainda existentes as casas, os muros com torreões de cúpulas aos gomos e também o grande tanque foram beneficiações mandadas construir por D. Brites. Esta quinta viria a ser vendida em 1528, a Brás de Albuquerque. O novo proprietário, além de ter enriquecido as construções com belos azulejos, mandou construir uma harmoniosa «casa de prazer», junto ao tanque, e dois formosos pavilhões, juntos aos muros laterais. Nos finais do séc. XVI, esta quinta fazia parte de morgadio pertencente a Jerónimo Teles Barreto — descendente de Afonso de Albuquerque. Este morgadio — em que estava incluída a Quinta da Bacalhoa — viria a ser herdado por sua irmã, D. Maria Mendonça de Albuquerque, casada com D. Jerónimo Manuel — da Casa da Atalaia — conhecido pela alcunha de Bacalhau.
É muito provável que o nome de Bacalhoa, pelo qual veio a ficar conhecida a antiga Quinta de Vila Fresca, em Azeitão, tenha tido origem no facto de a mulher de D. Jerónimo Manuel também ser designada da mesma forma sarcástica. Esta quinta ficou consagrada entre os tesouros artísticos de Portugal.
Tendo, naturalmente, sofrido algumas modificações, no decurso dos seus cinco séculos de existência, conserva ainda as abóbadas ogivais dos seus tempos mais remotos, o palácio com janelas ao estilo renascentista, os cubelos representativos da Via Sacra e elementos cerâmicos decorativos, do séc. XVI. Nos azulejos encontra-se a data de 1565 e a assinatura do ceramista Francisco de Matos. Medalhões de faiança de origem flamenga emolduram bustos de significação histórica.
Actualmente a Quinta da Bacalhoa pertence à Fundação Berardo (vinhos Bacalhoa).