Waldir Pires
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Francisco Waldir Pires de Sousa (Acajutiba, 21 de outubro de 1926) é um político brasileiro.
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[editar] Biografia
Nascido na Bahia, filho de José Pires de Sousa, ex-seminarista e coletor de impostos, e de Lucíola Figueiredo Pires de Sousa, passou a infância em Amargosa onde estudou o primário. Cursou o ginasial no Colégio Clemente Caldas em Nazaré-Ba onde, aos quinze anos, para obter recursos para fazer o curso preparatório para a faculdade em Salvador,deu aula de datilografia a convite do diretor do colégio, Anísio Melhor que lhe permitiu ainda utilizar uma das salas para dar aulas particulares de latim, matéria que tinha se tornado obrigatória com a Reforma Capanema. Aos dezesseis anos, com os recursos ganhos, mudou-se para Salvador. Ingressou na Faculdade de Direito, e foi escolhido o orador da sua turma cuja formatura marcou a solenidade de inauguração do Forum Rui Barbosa no ano do seu centenário. Enquanto estudante, na União dos Estudantes da Bahia (entidade ainda existente), liderou o Movimento Anti-nazista.
[editar] Secretário de Estado
Aos 24 anos foi Secretário de Estado no governo de Régis Pacheco e casou-se com Yolanda Avena, filha do imigrante italiano José Avena e de Angelina Garcia Avena. Em 1954 elegeu-se Deputado Estadual formando a base de apoio do Governo Antônio Balbino e em 1958 elegeu-se Deputado Federal sendo escolhido vice líder do Governo Juscelino Kubitschek. Em 1962 candidatou-se ao Governo da Bahia quando, apesar do veto da Igreja, então muito conservadora e que não admitiu um católico aceitar o apoio do Partido Comunista, perdeu as eleições por uma diferença de apenas 3% dos votos para o candidato da UDN Lomanto Júnior.
[editar] Coordenador dos Cursos Jurídicos
Em 1963, quando exercia a função de Coordenador dos Cursos Jurídicos da UNB, onde era também professor de Direito Constitucional, foi convidado pelo Presidente João Goulart para ocupar o cargo de Consultor Geral da República o que o tornou responsável pelas análises e pareceres da juridicidade e da constitucionalidade das leis de Remessa de Lucros e Dividendos e da lei de Reforma Agrária, entre outras. Exercia este cargo quando da eclosão do Golpe Militar em 1º de abril de 1964 e foi, junto com Darcy Ribeiro, o último membro do Governo a sair do Palácio do Planalto, onde ficaram, a pedido do presidente para tentar garantir o respeito à Constituição num documento enviado ao Congresso - mas desprezado pelas forças de apoio aos militares - que declararam vaga a presidência quando o presidente encontrava-se ainda em território nacional, no Rio Grande do Sul. No dia 4 de abril, cassado já na 1º lista e perseguido, sai com Darcy de Brasília,de madrugada, num monomotor conseguido pelo deputado Rubens Paiva, e vai para o exílio no Uruguai,onde depois o encontra sua esposa Yolanda e seus cinco filhos. Em 1966 muda-se para a França onde, com auxílio de Celso Furtado, é indicado para lecionar Direito Constitucional Comparado e Ciências Políticas em Dijon e em Paris. Volta ao Brasil, em 1970, ainda em plena ditadura militar, ocupando-se com uma empresa particular até a queda do AI-5 quando, retomados os seus direitos políticos, deixa tudo e volta para a vida pública na Bahia visitando todos os rincões do Estado para fortalecer o então MDB.
[editar] Ministério da Previdência
Em 1985 é convidado pelo presidente Tancredo Neves para o Ministério da Previdência e mantido pelo pelo presidente José Sarney. A gestão austera e eficaz o habilita a concorrer para o governo do Estado no ano seguinte e o torna o candidato mais votado da história daquele Estado com uma vitória esmagadora em todas as regiões.
Após 2 anos de mandato, sob a enorme pressão de toda a cúpula do PMDB que pretendia montar uma chapa capaz de barrar a crescente candidatura de Collor, renunciou ao governo para compor a chapa como vice de Ulysses Guimarães numa fracassada campanha cuja maior votação foi obtida na Bahia. No ano seguinte, em 1990, já no PDT, o ressentimento dos baianos pela sua renúncia não foi maior do que a votação que obteve e que o tornou o deputado com a maior votação no Estado, em todas as épocas, até aquela data. Nas eleições seguintes, já no PSDB após discordar da cúpula do PDT que passou a apoiar o presidente Collor, foi candidato ao Senado pelo PSDB concorrendo com o seu rival histórico, Antônio Carlos Magalhães, acabou derrotado por Waldeck Ornelas, na disputa pela segunda vaga ao senado, por uma diferença de 3 mil votos, em uma eleição que levanta suspeitas de fraude até hoje.
[editar] Deputado federal
Em 1998, elegeu-se deputado federal com a maior votação apesar de não ter apoiado o candidato à presidência do PSDB, Fernando Henrique Cardoso que, preferindo o apoio do PFL de Antônio Carlos, não contou com o partido na Bahia. A coligação com o PFL o afasta do partido e ele ingressa no PT.
[editar] Ministério da Defesa
Em 2002 é convidado pelo presidente Lula para o cargo de ministro da Controladoria Geral da União e 31 de março de 2006 assume o Ministério da Defesa onde está atualmente.
É considerado o maior inimigo político de Antônio Carlos Magalhães.
[editar] Governo da Bahia
Waldir Pires fora candidato ao Governo da Bahia, ainda na década de 60, período em que teve de exilar-se. Após a Ditadura Militar, retorna à vida política, encontrando o poder dominante desgastado e cheio de dissidentes, dentre os quais obtém o apoio necessário para viabilizar sua candidatura.
Aproveitando-se desta conjuntura, os oposicionistas formam uma grande frente, tendo como adversário carlista o jurista Josaphat Marinho. Waldir é eleito com ampla maioria, rompendo assim, por breve período, a hegemonia de ACM no Estado, tomando posse a 15 de março de 1987. Mas, pouco mais de dois anos depois, renuncia a favor do seu vice, Nilo Moraes Coelho, a 14 de maio de 1989.
Seu gesto foi compreendido como um péssimo cálculo político e falta de competência: Waldir saiu candidato a Vice-Presidente na chapa de Ulysses Guimarães. Ambos acreditavam reunir em si todo o carisma que o primeiro havia granjeado com a vitória do Governo, e o segundo com a aprovação da nova Constituição, sob sua presidência. Mas o povo não reagiu: com a legalidade de todos os partidos, inclusive os comunistas, grande quantidade de candidatos também julgaram o momento de também fazê-lo, e a disputa acabou polarizada em Fernando Collor e Lula.
Precedido por: João Durval Carneiro |
Governador da Bahia 1987 - 1989 |
Sucedido por: Nilo Moraes Coelho |
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