José Gonçalves da Silva
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José Gonçalves da Silva, político brasileiro (Mata de São João, 23 de novembro de 1838 - Senhor do Bonfim, 15 de agosto de 1911), foi governador da Bahia.
[editar] Biografia
Radicando-se em Senhor do Bonfim, José Gonçalves exerceu, já no Império, razoável liderança política, que veio a crescer, com a Proclamação da República.
Ainda no período imperial, foi Deputado Provincial e Deputado Geral (atual deputado federal). Na República, ocupava o cargo de Senador estadual, concomitantemente ao de Governador, atuando no Partido Republicano Federalista, que presidiu, até ser afastado por Luiz Vianna, em conseqüência de sua deposição.
[editar] Governo da Bahia
Atribulado momento político ocorreu com o Governo de José Gonçalves. Nomeado para o cargo, pelo Presidente Deodoro, em substituição ao seu irmão que adoecera, assumiu a 16 de novembro de 1890, com a principal incumbência de gerenciar a administração enquanto formava-se a Assembléia Constituinte estadual.
Como Governador, presidiu a solenidade de instalação da Faculdade de Direito da Bahia, hoje integrante da Universidade Federal da Bahia.
Esta, presidida pelo Conselheiro Luiz Vianna, era composta de um Senado e uma Câmara estaduais. Elaborada a nova Carta Magna, coube à mesma Assembléia eleger o novo Governador, a 2 de julho (data máxima do Estado) de 1891.
Por ampla maioria do colegiado, José Gonçalves permanece em seu posto. A 3 de novembro deste mesmo ano ocorre o Golpe de Estado promovido pelo Marechal Deodoro, contra o qual se insurgem por todo o país os republicanos democratas. Não foi, entretanto, o caso do Governador baiano: José Gonçalves, contrariando a opinião de todos no Estado, envia mensagem de apoio ao fechamento do Congresso que então se ensaiara.
Um levante se forma à Praça da Piedade, capitaneado pelo tribuno Cezar Zama, de verbo inflamado e mestre na oratória. O povo subleva-se, cercando o Governador em sua residência, para onde acorreram alguns milicianos - mas não os militares. Tiros são disparados, pessoas morrem, e José Gonçalves recusa-se a ceder.
Instado pelo General Tude Soares Neiva, comandante do 13º Distrito Militar, entretanto, não lhe resta outra alternativa: entrega o cargo, a fim de evitar um desastre maior.
Encerrava-se, assim, de forma melancólica, este que passaria à História como o primeiro Governador Constitucional do Estado da Bahia, e único deposto pelo povo, a 24 de novembro de 1891.
Precedido por: Virgílio Clímaco Damásio |
Governador do Estado da Bahia - Brasil 1890 - 1891 |
Sucedido por: Tude Soares Neiva |