João II de Portugal
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
D. João II, rei de Portugal |
|
Ordem: | 13.º Rei de Portugal |
Cognome(s): | O Príncipe Perfeito |
Início do Reinado: | 29 de Agosto de 1481 |
Término do Reinado: | 25 de Outubro de 1495 |
Aclamação: | Sintra, 31 de Agosto de 1481 |
Predecessor: | D. Afonso V |
Sucessor: | D. Manuel I |
Pai: | D.Afonso V, |
Mãe: | D. Isabel |
Data de Nascimento: | 3 de Maio de 1455 |
Local de Nascimento: | Lisboa |
Data de Falecimento: | 25 de Outubro de 1495 |
Local de Falecimento: | Alvor |
Consorte(s): | D. Leonor,Infanta de Portugal |
Príncipe Herdeiro: | Príncipe D. Afonso (filho) D. Manuel, Duque de Beja (primo) |
Dinastia: | Avis |
D. João II (Lisboa, 3 de Maio de 1455 — Alvor, 25 de Outubro de 1495), cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o Poder, décimo-terceiro Rei de Portugal, nasceu no Paço das Alcáçovas, no Castelo de São Jorge. Era filho do rei Afonso V de Portugal e de Isabel de Coimbra, princesa de Portugal. João II sucedeu ao seu pai após a sua abdicação, em 1477; no entanto, Afonso V retornou e logo D. João lhe devolveu o poder, e só se tornou de novo rei após a sua morte em 1481.
Índice |
[editar] Antes do trono
Como príncipe, João II acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi feito cavaleiro por Afonso V, depois da tomada de Arzila a 21 de Agosto de 1471. No início desse ano teria casado com Leonor de Viseu, princesa de Portugal e sua prima direita, filha do infante D. Fernando, de quem teria o infante D. Afonso (1475).
Em 1474 assume a direcção da política de expansão e a 25 de Abril do ano seguinte assume a regência do reino que, para ir socorrer o pai a Espanha, passava para D. Leonor. Participa a 2 de Março na batalha de Toro.
[editar] A época das conspirações e da morte dos conspiradores
Desde jovem que João não era popular junto dos pares do reino, visto que parecia ser imune a influência externa e desprezava a intriga. Os nobres poderosos, nomeadamente Fernando II, duque de Bragança, tinham medo da sua governação e assim que ganhou as rédeas do país, João provou que tinham razão para isso. Depois da sua ascessão ao trono, João II tomou uma série de medidas com vista a retirar poder à aristocracia e a concentrá-lo em si próprio. Imediatamente, começaram as conspirarações mas o rei não fez nada senão observar. Cartas de reclamação e pedidos de intervenção foram trocadas entre o duque de Bragança e os Reis católicos de Espanha. A correspondência é interceptada por espiões do rei em 1483 e em consequência, a casa de Bragança é declarada ilegal e o duque executado em Évora. No ano seguinte, o duque de Viseu, D. Diogo, primo e cunhado de João II, é chamado ao palácio e esfaqueado pelo rei em pessoa por suspeitas de nova conspiração. Muitas outras pessoas foram executadas, assassinadas ou exiladas para Castela, incluindo o bispo de Évora, D. Garcia de Meneses, envenenado na prisão. Diz a tradição que João II comentou em relação à limpeza no país: eu sou o senhor dos senhores, não o servo dos servos. Depois destes eventos, mais ninguém em Portugal ousou desafiar o rei que não hesitava em fazer o seu trabalho sujo com as próprias mãos. João II estava portanto livre para governar o país sem mais conspirações.
[editar] A exploração marítima
João II foi um grande defensor da política de exploração atlântica iniciada pelo seu tio-avô Henrique. Os descobrimentos portugueses serão a sua prioridade governamental, bem como a busca do caminho marítimo para a Índia. Durante o seu reinado conseguiram-se os seguintes feitos:
- 1484 – Diogo Cão descobre a foz do Rio Congo e explora a costa da Namíbia
- 1488 - Bartolomeu Dias cruza o Cabo da Boa Esperança, tornando-se no primeiro europeu a navegar no Oceano Índico vindo de Oeste.
- 1493 – Álvaro de Caminha inicia a colonização das ilhas de São Tomé e Príncipe
- são enviadas expedições por terra lideradas por Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva ao Cairo, Adém, Ormuz, Sofala e Abissínia, a terra do lendário Preste João, donde enviam relatórios sobre essas paragens, ficando D. João II com a certeza de poder atingir a Índia por mar.
A totalidade das descobertas portuguesas do reinado de João II permanece desconhecida. Muita informação foi mantida em segredo por razões políticas e os arquivos do período foram destruídos no Terramoto de 1755. Os historiadores ainda discutem a sua verdadeira extensão, suspeitando que navegadores portugueses chegaram à América antes de Cristóvão Colombo. Para suportar esta hipótese são citados com frequência os cálculos mais precisos que os portugueses tinham do diâmetro da Terra. No fim do século XV, havia em Portugal uma escola de navegação, cartografia e matemática há mais de oitenta anos, onde os cientistas mais talentosos dedicavam as suas investigações. Enquanto Colombo acreditava poder chegar à Índia por uma rota Oeste, provavelmente João II já sabia da existência de um continente no meio. As viagens do misterioso capitão Duarte Pacheco Pereira, para Oeste de Cabo Verde foram possivelmente mais importantes que o que as interpretações tradicionais supõem. Portanto, quando Colombo pediu apoio a João II este foi recusado. Colombo era um capitão sem experiência atlântica, em busca de um sonho que o rei sabia estar errado de chegar a um sítio onde João II já sabia como ir. Não havia razão para subsidiar a sua expedição. Em 1492, ao serviço dos reis de Castela e Aragão, Colombo descobriu oficialmente a América, convencido até à morte que havia chegado à Índia. Este evento iniciou uma série de disputas entre Portugal e Castela sobre o domínio dos mares. Foi esta rivalidade que levou à assinatura do Tratado de Tordesilhas a 7 de Junho de 1494. O tratado definia o semi-meridiano de Tordesilhas e estipulava que as terras a este desta linha seriam possessões portuguesas, enquanto que a outra metado do mundo seria espanhola.
[editar] O problema da descendência
Mas a divisão do mundo não era o único assunto pendente entre os reinos ibéricos. Os reis católicos tinham várias filhas, mas apenas um filho, Juan, de saúde frágil. A filha mais velha, Isabel, era casada com o príncipe Afonso de Portugal desde a infância. Afonso era o único filho de João II e, se Juan morresse sem herdeiros, o mais provável, seria não só o herdeiro de Portugal, mas também de Castela e Aragão. Esta ameaça à coroa espanhola era bem real: Fernando de Aragão e Isabel I de Castela tentaram todas as ofensivas diplomáticas para dissolver o casamento. Sem sucesso. Finalmente, em 1491, o príncipe Afonso morre em consequência de uma misteriosa queda de cavalo durante um passeio à beira do rio Tejo. A ligação dos reis católicos ao acidente nunca foi provada, mas eram eles quem tinham mais a ganhar.
Durante o resto da sua vida, João II tentou, sem sucesso, obter a legitimação do seu filho bastardo, Jorge. D.Jorge, Duque de Coimbra, era fruto da relação adúltera do rei com D.Ana Furtado de Mendonça, filha de um Fidalgo da Corte e Dama da princesa D.Joana, a Beltraneja.
João II morreu, sem herdeiros legítimos em 1495. Dado o ódio que a nobreza portuguesa sempre lhe teve, a hipótese de envenenamento nunca foi excluída. Antes de morrer, João II escolheu Manuel de Viseu, duque de Beja e seu primo direito e cunhado (era irmão da rainha Leonor) para sucessor.
A rainha Isabel, a Católica, de Castela, por ocasião da sua morte, terá afirmado «Murió el Hombre!», referindo-se ao monarca português como o Homem por antonomásia, devido às posições de força que assumira durante o seu reinado.
Foi-lhe atribuído o cognome o Príncipe Perfeito pois foi graças às medidas que implantou, que irá emergir triunfante o valor da sua obra, ou seja, a época de ouro de Portugal.
Jaz no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
[editar] Descendência
- De D. Ana Furtado de Mendonça, antes de casar com a rainha D. Leonor:
- D. Jorge de Lencastre, Duque de Aveiro (1481)
- De sua mulher, D. Leonor de Viseu, princesa de Portugal (1458-1525):
- rapaz, morto à nascença
- Afonso, Príncipe de Portugal (1475-1491)
[editar] Ver também
- Árvore genealógica dos reis de Portugal
- Isaac Abravanel, caiu em desgraça no reinado de D. João II
Precedido por: D. Joana |
Príncipe herdeiro de Portugal 1455-1481 |
Sucedido por: D. Afonso |
Precedido por: Afonso V |
Rei de Portugal e dos Algarves daquém e dalém-mar em África 1477; 1481 - 1495 |
Sucedido por: Manuel I |