Radiodifusão Portuguesa
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A Radiodifusão Portuguesa, SA é a empresa de capitais públicos concessionária do serviço público de radiodifusão em Portugal. São objectivos da RDP assegurar uma programação de referência, que vá ao encontro das necessidades dos diversos públicos radiofónicos, tendo em especial atenção a divulgação da língua e cultura portuguesas.
[editar] Canais RDP
Com sede em Lisboa e centros regionais no Porto, Coimbra, Faro, Ponta Delgada e Funchal, a RDP actualmente subdivide-se nos seguintes canais:
- Antena 1, a rádio generalista;
- Antena 2, o canal cultural;
- Antena 3, dedicada ao público jovem e às novas tendências da música;
- RDP Internacional, o elo de ligação dos portugueses e lusofalantes de todo o mundo;
- RDP África, estação que aproxima e promove a integração dos países africanos de língua oficial portuguesa;
- Antena 1 - Madeira;
- Antena 3 - Madeira;
- Antena 1 - Açores.
A RDP assegura ainda o funcionamento do Museu da Rádio, e a manutenção e actualização dos Arquivos Sonoros.
[editar] História
Oficialmente, a Emissora Nacional de Radiodifusão, da qual a RDP é sucessora, foi fundada no dia 4 de Agosto de 1935.
Contudo, o primeiro passo para a sua constituição já tinha sido dado em 1930, aquando de um decreto que criou, na dependência dos CTT, a Direcção dos Serviços Radioeléctricos, autorizando, em simultâneo, a aquisição dos primeiros emissores de Onda Média e Onda Curta em Portugal.
Em 1932, realizaram-se as primeiras emissões experimentais em Onda Média e em 1934 o mesmo aconteceu relativamente à Onda Curta, que desde logo se assumiu como uma das vocações naturais da jovem estação emissora.
Três anos depois, a sua capacidade de emissão era alargada para atingir a diáspora portuguesa. Data dessa altura o lançamento de um programa de referência - a "Hora da Saudade" - destinado aos emigrantes no continente americano e aos pescadores da frota bacalhoeira.
A realidade de hoje é outra, mas a vocação mantém-se e a RDP Internacional continua a afirmar-se como elo essencial de ligação com as comunidades portuguesas no estrangeiro.
Ainda em 1934, os estúdios eram transferidos de Barcarena para a Rua do Quelhas, em pleno coração de Lisboa, onde se mantiveram até meados dos anos 90. Actualmente, nessa mesma rua, mas num outro edíficio que outrora acolheu o histórico Rádio Clube Português, funciona o Museu da Rádio.
A Emissora Nacional foi essencialmente definida à imagem de congéneres europeias. Concebida num quadro político interno e externo em que as rádios nacionais desempenhavam sobretudo um papel de veículo dos interesses do Governo, esta característica acentuou-se ainda mais no caso português em função do regime totalitário que vigorou até 1974.
Em 1940, libertou-se da tutela dos CTT, iniciando-se, nessa altura, o modelo de implantação regional no continente e ilhas.
Baseada num modelo sóbrio de apresentação e recorrendo a locutores de alta qualidade, a Emissora Nacional, embora assumindo sistematicamente o seu papel de órgão de propaganda do chamado Estado Novo, soube desenvolver uma cultura própria que influenciou fortemente a sociedade e marcou decisivamente a história da rádio em Portugal.
Da dinâmica inicial, que se estendeu ao longo dos anos 50, surgiram as orquestras da Emissora Nacional - Sinfónica, Típica e Ligeira - o Centro de Formação de Artistas da Rádio, onde se revelaram alguns dos grandes nomes da música portuguesa, o teatro radiofónico, de que são paradigma os folhetins e programas, com destaque para o "Domingo Sonoro" e os "Diálogos da Lelé e do Zequinha" que ficaram na memória colectiva dos portugueses.
Este modelo pouco se altera até ao 25 de Abril de 1974. A revolução conduz à imediata ocupação da Emissora Nacional, com a nomeação de militares para todos os cargos relevantes.
Passadas as maiores vicissitudes do período revolucionário, as estações de rádio são nacionalizadas e é criada a RDP - Empresa Pública de Radiodifusão, que concentra todas as estações, com excepção da Rádio Renascença e de dois outros postos de pequena expressão.
Em 1976, a nova empresa adopta o nome de Radiodifusão Portuguesa EP, ficando depositária da obrigação de prestar um serviço público de rádio. Em termos de produção, a empresa organiza-se em 4 canais nacionais e 3 regionais para o continente e 2 regionais para as ilhas, mantendo as emissões internacionais em Onda Curta.
Em 1979, procede-se a uma profunda reorganização interna resultando na criação da Rádio Comercial que, juntamente com os programas emitidos a partir dos centros regionais, entra em concorrência directa com os operadores privados no mercado publicitário.
Entre 1992 e 1994 a RDP inicia nova fase de transformação que conduzirá a um modelo próximo do actual. A Rádio Comercial é privatizada e retira-se a publicidade de todos os canais, deixando-se, assim, o mercado publicitário exclusivamente aos operadores privados.
É elaborado um plano com o objectivo de concentrar serviços até então dispersos por vários edifícios da capital no recém-adquirido edifício das Amoreiras, em Lisboa, que passa a abrigar os sectores técnico e de produção, enquanto se alienam progressivamente outras instalações. Desenvolve-se ao mesmo tempo uma política de redimensionamento dos efectivos, de renovação do parque de emissores e de actualização em todos os domínios.
Em 1994, cria-se a Antena 3, a estação jovem do grupo.
No mesmo ano, a RDP é transformada em sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos.
Em 1995, a RDP África surge como um novo canal vocacionado para os países africanos de língua portuguesa.
O esforço de modernização prossegue e a empresa entra decisivamente na era da digitalização.
A partir 1998, Portugal passa a dispor, progressivamente, do sistema DAB - Digital Audio Broadcasting - projecto pioneiro no país, inteiramente desenvolvido pela RDP, mas de reduzida visibilidade e adesão popular.
Em 2000, a RDP é incluída na Portugal Global, SGPS - a holding criada para agrupar os média estatais, holding essa que viria a ser extinta em 2003 no âmbito da reestruturação que se avizinhava para o sector.
A prometida reorganização ocorre no início de 2004, com a criação da Rádio e Televisão de Portugal, SGPS, holding que reúne RDP e RTP, e a partilha de instalações e serviços na nova sede conjunta da Avenida Marechal Gomes da Costa, em Lisboa, e em algumas delegações regionais. Paralelamente a isto, a taxa de radiodifusão sonora, até aí financiamento exclusivo da RDP, passa a estar afecta aos dois operadores de serviço público, e são suprimidas as emissões locais da RDP Norte, Centro e Sul.