Região Nordeste do Brasil
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Região Geoeconômica | Nordeste |
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Estados | AL, BA, CE, MA, PB, PI, PE, RN e SE |
Características geográficas | |
Área | 1.558.196 km² |
População | 49.833.207 hab. IBGE/2003 |
Densidade | 32 hab./km² |
Indicadores | |
IDH médio | 0,683 PNUD/2000 |
PIB | R$ 214.597.849 mil IBGE/2003 |
PIB per capita | R$ 4.306 IBGE/2003 |
A Região Nordeste é a região brasileira que possui a maior quantidade de estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco (incluindo o Distrito Estadual de Fernando de Noronha), Rio Grande do Norte e Sergipe.
As maiores cidades nordestinas, em termos populacionais, são: Salvador, Fortaleza, Recife, São Luís, Maceió, Teresina, Natal, João Pessoa, Jaboatão dos Guararapes, Feira de Santana, Aracaju, Olinda, Campina Grande, Caucaia, Paulista, Vitória da Conquista, Caruaru, Petrolina e Ilhéus.
A região possui 49.833.207 habitantes (IBGE/2003) e 30.998.109 eleitores (IBGE/2002), o segundo maior colégio eleitoral do país, perdendo apenas para o Sudeste.
Índice |
[editar] História
O Nordeste foi primordialmente habitado pelos homens da Pré-História, posteriormente pelos índios, que antes da colonização ajudavam os europeus na extração do pau-brasil em troca de especiarias, era o escambo; mas foi durante o período de colonização que eles foram sendo eliminados, devido as constantes "batalhas" contra os senhores de engenhos.
A região foi o palco do descobrimento, os primeiros portugueses chegaram aqui por volta de 1500, ao comando de Pedro Álvares Cabral, na atual cidade de Porto Seguro, no estado da Bahia.
Foi no litoral nordestino que se deu início a primeira atividade econômica do país, a extração do pau-brasil. Países como a França, que não concordavam com o Tratado de Tordesilhas, realizavam constantes ataques ao litoral com o objetivo de roubar aquela madeira tão apreciada na Europa.
Durante o período colonial, no século XVI, a resistência quilombola se iniciou no Brasil, com a fuga de escravos para o Quilombo dos Palmares, na região da Serra da Barriga, atual território de Alagoas, nos vários mocambos palmarinos chegaram a reunir-se mais de 20 mil pessoas. Mas somente em 1694 é que o Macaco, "capital" de Palmares, foi finalmente tomado e destruído, depois de intensa perseguição, Zumbi dos Palmares foi finalmente capturado e teve sua cabeça degolada e exposta em praça pública no Recife.
A cidade de Salvador foi a primeira sede do governo-geral no Brasil, pois estava, estrategicamente, localizada em um ponto médio do litoral. O governo-geral foi uma tentativa de centralização do poder para auxiliar as capitanias, que estavam passando por um momento de crise. A atividade açucareira é até hoje a principal atividade agrícola da região.
[editar] Migração nordestina
Devido principalmente ao problema da seca na região do sertão nordestino, somados com a grande oferta de empregos de outras regiões principalmente nas décadas de 60, 70 e 80, em especial na região Sudeste, a migração nordestina tem sido destaque na migração nacional. — Mas, na última década, devido à superpopulação nas grandes cidades, os empregos diminuiram, a qualidade da educação piorou e a renda continuou mal distribuída, fazendo com que a maioria dos nordestinos e descendentes que antes migraram pela falta de recurso, continuassem com estrutura de vida precária. Por causa da visão espelhada nas décadas anteriores, o falso ideal imaginário que se formou em relação à região Sudeste é da promessa de uma qualidade de vida melhor, de fácil oportunidade de emprego, salários mais altos, entre outros; iludido por esse sonho, quando um nordestino migra para o Sudeste em busca de uma melhoria na qualidade de vida, acaba encontrando o contrário, além de sofrer preconceito social no dia-a-dia.
[editar] Geografia
A área do nordeste brasileiro é de aproximadamente 1.558.196 km², equivalente a 18% do território nacional e é a região que possui a maior costa litorânea. Um fato interessante é que a região possui os estados com a maior e a menor costa litorânea, respectivamente Bahia, com 932 km de litoral e Piauí, com 60 km de litoral. A região toda possui 3.338 km de praias.
Está situado entre os paralelos de 01° 02' 30" de latitude norte e 18° 20' 07" de latitude sul e entre os meridianos de 34° 47' 30" e 48° 45' 24" a oeste do meridiano de Greenwich. Limita-se a norte e a leste com o Oceano Atlântico; ao sul com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo e a oeste com os estados do Pará, Tocantins e Goiás.
[editar] Relevo
Uma das características importantes do relevo nordestino é a existência de dois antigos e extensos planaltos, o Borborema e a Bacia do rio Parnaíba e de algumas áreas altas e planas que formam as chamadas chapadas, como a Diamantina e a Araripe. Entre essas regiões ficam algumas depressões, nas quais está localizado o sertão, que é uma região de clima semi-árido.
Segundo o professor Jurandyr Ross, que com sua equipe compilou informações do Radam (Radar da Amazônia) e mostrou uma divisão do relevo brasileiro mais rica e subdivida em 28 unidades, no Nordeste ficam localizados os já citados Planalto da Borborema e Planaltos e Chapadas da Bacia do rio Parnaíba, a Depressão Sertaneja e do São Francisco e parte dos Planaltos e Serras do Atlântico-Leste-Sudeste, além das Planícies e Tabuleiros Litorâneos.
[editar] Clima
O Nordeste do Brasil, apresenta temperaturas elevadas cuja média anual varia de 20° a 28°C. Nas áreas situadas acima de 200m e no litoral oriental as temperaturas variam de 24° a 26°C.
As médias anuais inferiores a 20°C encontram-se nas áreas mais elevadas da chapada Diamantina e da Borborema. O índice de precipitação anual varia de 300 a 2.000 mm. 3 dos 4 tipos de climas que existem no Brasil estão presentes no Nordeste, são eles:
- Litorâneo Úmido -- Presente do litoral da Bahia ao do Rio Grande do Norte;
- Tropical -- Presente nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí;
- Tropical Semi-árido -- Presente em todo o sertão.
[editar] Hidrografia
O Nordeste possui importantes bacias hidrográficas, dentre as quais podemos destacar:
- Bacia do São Francisco: É a principal da região, formada pelos rios São Francisco e seus afluentes. São praticadas atividades de pesca, navegação e produção de energia elétrica pelas hidrelétricas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso e Xingó, delimita as divisas naturais de Bahia com Pernambuco e também de Sergipe e Alagoas, que é onde está localizada sua foz.
- Bacia do Parnaíba: É a segunda mais importante, ocupando uma área de cerca de 344.112 km² (3,9% do território nacional) e drena quase todo o estado do Piauí, parte do Maranhão e Ceará. O rio Parnaíba é um dos poucos no mundo a possuir um delta em mar aberto, com uma área de manguezal de, aproximadamente, 2.700 km².
- Bacia do Atlântico Nordeste Oriental: Ocupa uma área de 287.384 km², que abrange os estados do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Os rios principais são o rio Jaguaribe, rio Piranhas-Açú, rio Capibaribe, rio Acaraú, rio Curimataú, rio Mundaú, rio Paraíba e rio Una.
- Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental: Situada entre o Nordeste e o Norte, fica localizada, quase que em sua totalidade, no estado do Maranhão. Algumas de suas sub-bacias constituem ricos ecossistemas, como manguezais, babaçuais, várzeas, etc.
- Bacia do Atlântico Leste: Compreende uma área de 364.677 km², dividida entre 2 estados do Nordeste (Bahia e Sergipe) e dois do Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo). Na bacia, a pesca é utilizada como atividade de subsistência.
[editar] Zonas geográficas (sub-regiões)
Para que se pudesse analisar de forma mais fácil as características da região Nordeste, o IBGE dividiu a região em quatro zonas:
- Meio-norte: O meio-norte é uma faixa de transição entre a Amazônia e o sertão, abrange os estados do Maranhão e Piauí, também é chamada de Mata dos Cocais, devido as palmeiras de babaçu e carnaúba, no litoral chove cerca de 2000 mm anuais, indo mais para o leste e/ou para o interior esse número cai para 1500 mm anuais, já no sul do Piauí, uma região mais parecida com o sertão só chove 700 mm por ano, em média.
- Sertão: O sertão fica localizado, geralmente, no interior do Nordeste, possui clima semi-árido, em estados como Ceará e Rio Grande do Norte chega a alcançar o litoral, descendo mais ao sul, o sertão alcança o norte de Minas Gerais, no Sudeste. As chuvas são irregulares e escassas, existem constantes períodos de estiagem, a vegetação típica é a caatinga.
- Agreste: O agreste é uma zona de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, localizado no alto do Planalto da Borborema, é um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao sertão, se estendendo do sul da Bahia até o Rio Grande do Norte. O principal acidente geográfico da região é o Planalto da Borborema. Do lado leste do planalto estão as terras mais úmidas (Zona da Mata); do outro lado, para o interior, o clima vai ficando cada vez mais seco (Sertão).
- Zona da Mata: Localizada ao leste, entre o Planalto da Borborema e a costa, fica a Zona da Mata, que se estende do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, as chuvas são abundantes. A zona recebeu este nome por ter sido coberta pela Mata Atlântica. Os cultivos de cana-de-açúcar e cacau substituiram as áreas de florestas. O povoamento desta região é muito antigo.
[editar] Vegetação
A vegetação nordestina é bastante rica e diversificada, vai desde a Mata Atlântica no litoral à Mata dos Cocais no Meio-Norte, ecossistemas como os manguezais, a caatinga, o cerrado, as restingas, dentre outros, possuem fauna e flora exuberantes, diversas espécies endêmicas, uma boa parte da vida no planeta e animais ameaçados de extinção.
- Mata Atlântica: Também chamada de Floresta tropical úmida de encosta, a mata atlântica estendia-se originalmente do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, em consequência dos desmatamentos -- que no Nordeste ocorreram em função, principalmente, da indústria açúcareira -- hoje só resta cerca de 5% da vegetação original, dispersas em "ilhas". Foi na mata atlântica nordestina que começou o processo de extração do pau-brasil.
- Mata dos Cocais: Formação vegetal de transição entre os climas semi-árido, equatorial e tropical. As espécies principais são o babaçu e a carnaúba, os estados abrangidos por esse tipo de vegetação são o Maranhão, o Piauí, o Rio Grande do Norte, parte do Ceará e o Tocantins na Região Norte. Representa menos de 3% da área do Brasil.
- Cerrado: Ocupa 25% do território brasileiro, mas no Nordeste só abrange o sul do estado do Maranhão e o oeste da Bahia. Apresenta árvores de baixo porte, com galhos retorcidos, no chão é coberto por gramíneas, uma espécie de grama e apresenta um solo de alta acidez.
- Caatinga: Vegetação típica do sertão, suas principais espécies são o pereiro, a aroeira, o aveloz e as cactáceas. É uma formação de vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), mas é muito rica ecologicamente.
- Vegetação Litorânea e Matas Ciliares: Por último, mas não menos importante. Na categoria de vegetação litorânea podemos incluir os mangues, que é um riquíssimo ecossistema, local de moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios, lagoas; também podemos incluir as restingas e as dunas que são cenários bem conhecidos do Nordeste; Já as matas ciliares ou matas-galerias são comuns em regiões de cerrados, mas também podem ser vistas na Zona da Mata, são pequenas florestas que acompanham as margens dos rios, onde existe maior concetração de materiais orgânicos no solo, funcionam como uma proteção para os rios e mares.
[editar] Demografia
Segundo dados do IBGE, a região possui mais de 49 milhões de habitantes, quase 30% da população brasileira, sendo a segunda região mais populosa do país, atrás apenas da região Sudeste. As maiores cidades são Salvador, Recife e Fortaleza.
[editar] Grupos étnicos
Para a formação do povo nordestino participaram três etnias: o índio, o português e o africano.
A miscigenação étnica e cultural desses três elementos foi o pilar para a composição da população do Nordeste, porém essa mistura de raças não aconteceu de forma uniforme. Em algumas regiões, como no Ceará, na Paraíba e no Rio Grande do Norte, predominaram os caboclos, já em outras, como a Bahia e o Maranhão, os mulatos predomina. Os cafuzos também são muito comuns no Maranhão.
Acredita-se também ter havido alguma influência étnica holandesa, sobretudo no litoral oriental.[1] Em torno de um quarto dos nordestinos tem forte ancestralidade européia.
[editar] Distribuição populacional
Assim como acontece em todo o território brasileiro, a população nordestina é mal distribuída, cerca de 60,6% dela fica concentrada na faixa litorânea (zona da mata) e nas principais capitais.
Já no sertão nordestino e interior os níveis de densidade populacional são mais baixos, isso por causa do clima e da vegetação da caatinga e do sertão.
[editar] Economia
A renda per capita nordestina evoluiu de US$ 397 em 1960 (41,9% da nacional) para US$ 2.689,96 em 1998 (56% da nacional). Ainda assim, é a região brasileira com a mais baixa renda per capita e maior nível de pobreza. 50,12% da população possui uma renda familiar de meio salário mínimo e de acordo com o levantamento da UNICEF divulgado em 1999 as 150 cidades brasileiras com a maior taxa de desnutrição se encontram no Nordeste.
A capacidade energética instalada é de 10.142 MW.
Em 2003 seu PIB era de R$214 bilhões ou 13,8% do PIB brasileiro, superando o de países como Chile, Singapura, Venezuela, Colômbia e Peru. Apesar disso, há grandes desigualdades sócio-econômicas na região, sendo o estado mais rico a Bahia e o mais pobre o Piauí, este último também o estado mais pobre do país.
[editar] Agricultura
A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola da região, produzido principalmente por Alagoas, seguido por Pernambuco e Paraíba, também é importante destacar os plantios de algodão (Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte), tabaco (Bahia) e caju (Paraíba e Ceará), uvas finas, manga, melão, acerola, e outros frutos para consumo interno e exportação. . Também destacamos a produção de feijão em Irecê e de soja em Barreiras, Bahia. Nos vales do rio São Francisco (Bahia e Pernambuco) e do Açú (Rio Grande do Norte) existe o cultivo irrigado de frutas para exportação. No sertão predomina a agricultura de subsistência, prejudicada às vezes pelas constantes estiagens.
[editar] Pecuária
Na região se cria principalmente gado, os maiores rebanhos bovinos estão na Bahia, Pernambuco e Ceará, no sertão os produtores têm sempre prejuízos devido as constantes secas. Caprinos -- que são mais resistentes --, suínos, ovinos e aves.
As feiras de gado são comuns nas cidades do agreste nordestino, foram estas feiras que deram origem a cidades como Campina Grande, Feira de Santana, etc.
[editar] Indústria
É mais forte e diversificada nas grandes regiões metropolitanas como a do Recife, a de Salvador e a de Fortaleza.
Destaca-se a produção de aços especiais, produtos eletrônicos, equipamentos para irrigação, barcos, chips, softwares, baterias e produtos petroquímicos, além de marcas de etiquetas famosas, calçados de couro e de lona, tecidos de todos os tipos e sal marinho. O pólo gesseiro de Araripina, em Pernambuco, é o mais importante do país, responsável por 95% do gesso consumido no Brasil.
[editar] Indústria Petrolífera
O petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental de vários estados da região e processado na Refinaria Landulfo Alves, em São Francisco do Conde, e no Pólo Petroquímico de Camaçari, ambos no estado da Bahia. Recentemente foi lançada a pedra fundamental da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco. Os principais produtores nordestino de Petróleo são o Rio Grande do Norte que em 1997 era o 2º maior produtor petrolífero do país, a Bahia e Sergipe, as principais bacias estão no mar. Destaque também para o gás natural que é abundante na Região, somente a Bacia Alagoas/Sergipe vai durar por cerca de 120 anos.
[editar] Turismo
O imenso litoral com praias belíssimas -- muitas intocadas -- que são somente comparadas as do Caribe, colocam o Nordeste entre as grandes rotas de turismo no mundo, milhões de turistas desembarcam nos modernos aeroportos nordestinos. Há alguns anos os estados vêm investindo intensamente na melhora da infra-estrutura, criação de novos pólos turísticos, e alguns no desenvolvimento do ecoturismo. O ecoturismo ainda é pouco "explorado" no Nordeste, mas tem grande potencialidade, dentre os roteiros estão as trilhas da Mata Atlântica e a Serra da Capivara no Piauí, este que é um dos principais parques arqueológicos do país.
A cultura da região é, também, um grande atrativo para o turista, todos os estados tem folguedos e tradições diferentes. Olinda, São Luís e o Pelourinho -- em Salvador -- são os grandes atrativos culturais da região, sendo considerados Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
O arquipélago de Fernando de Noronha -- com suas ilhas e praias de águas límpidas e cristalinas -- também está ganhando destaque nacional e mundial, pelas ilhas é possível avistar os golfinhos saltadores que são uma atração à parte. Outro lugar de destaque são os Lençóis Maranhenses, um complexo de dunas, rios, lagoas e manguezais.
[editar] Transportes
A malha viária da região tem 394 700 km de rodovias que, em geral, estão precárias, com algumas exceções. As principais vias de escoamento e transporte rodoviário são a BR-116 e a BR-101. Apesar de seu sistema ferroviário ser precário, suas cidades mais importantes dispõem de adequada estrutura aeroportuária, sendo os aeroportos de Recife, Salvador e Fortaleza os principais destaques, recebem milhões de turistas anualmente e mantêm vôos regulares, com as principais cidades da Europa. Atualmente, apenas o Recife dispõe de um sistema de metrô, este que é considerado o mais limpo do mundo, os metrôs de Fortaleza e de Salvador já estão em construção e devem entrar em operação nos próximos anos.
[editar] Produto Interno Bruto
Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto da Região Nordeste chega a quase 215 bilhões de reais. Pelas contas da Sudene, o PIB real do Nordeste cresceu entre 1970 e 1997 a uma taxa anual de 5,3%, enquanto a taxa média do Brasil ficou em 4,5%.
A região é vista por muitos economistas como uma das mais promissoras do mundo ocidental, pois tem cerca de 30% da população brasileira e grande parte de seus habitantes ainda nem entraram no mercado consumidor. Segundo o economista José Otamar de Carvalho a renda per capita regional equivale a 60% da renda do Sudeste (40% em 1960), mas o percentual de renda apropriado pelos 10% mais ricos chega a cerca de 50%.
Estados | PIB | % do PIB nacional | % do PIB regional | PIB per capita | % do PIB per capita regional |
---|---|---|---|---|---|
Bahia | 73.166.488 | 4,7% | 34% | 5.445,71 | 14% |
Pernambuco | 42.260.926 | 2,7% | 20% | 5.177,85 | 14% |
Ceará | 28.425.175 | 1,8% | 13% | 3.663,77 | 10% |
Maranhão | 13.983.802 | 0,9% | 7% | 2.380,77 | 6% |
Rio Grande do Norte | 13.695.517 | 0,9% | 6% | 4.742,12 | 13% |
Paraíba | 13.710.913 | 0,9% | 6% | 3.896,70 | 10% |
Alagoas | 10.325.908 | 0,7% | 5% | 3.539,10 | 9% |
Sergipe | 11.704.013 | 0,8% | 5% | 6.243,43 | 17% |
Piauí | 7.325.106 | 0,5% | 3% | 2.505,40 | 7% |
[editar] Desenvolvimento humano
Entre os anos 1960 e 1997 houve redução da mortalidade infantil (de 166 para 58,3 por mil), aumento da esperança de vida (de 41 para 64,8 anos), incremento da população alfabetizada (de 34% para 70,6%), abastecimento urbano de água (164 cidades para 1.651 cidades).
[editar] Cultura
A região possui uma cultura bem típica e rica. Na música, destacam-se ritmos populares tais como Coco, chachado, martelo agalopado, samba de roda, baião, xote, forró, axé e frevo entre outros rítmos. O movimento armorial do Recife, inspirado por Ariano Suassuna, fez um trabalho erudito de valorização desta riquíssima herança rítmica popular nordestina (um de seus expoentes mais conhecidos é o cantor Antônio Nóbrega). Na culinária, destacam-se pratos típicos tais como carne-de-sol, vatapá, acarajé, canjica (que é chamada regionalmente de munguzá), feijão e arroz de coco, feijão verde, cozido e o sururu. Na dança, destaca-se o frevo. E nas festividades, há destaques para as festas de carnaval fora de época, como o "Carnatal" em Natal e o "Fortal" em Fortaleza, o "bumba-meu-boi" do Maranhão e o carnaval de bonecos, de Olinda. Quando vai se aproximando o São João a "disputa" é para saber qual é a Capital do Forró, as cidades de Caruaru, em Pernambuco, e a de Campina Grande na Paraíba disputam pelo título. Além disso, há uma vasta e arraigada literatura popular de cordel que remonta ao período colonial (a literatura de cordel veio com os portugueses e tem origem na Idade média européia) e numerosas manifestações artísticas de cunho popular que se manifestam oralmente, tais como os cantadores de repentes e de embolada.
[editar] Literatura
Na literatura nordestina destacaram-se escritores como:
[editar] Filosofia
Na filosofia podemos citar:
[editar] Música
Na música, alguns artistas alcançaram conhecimento nacional, tais como:
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[editar] Cinema
No cinema, o Nordeste é representado, entre outros, pelos seguintes cineastas:
[editar] Problemas sociais
O Nordeste é a região mais pobre de Brasil, com os piores indicadores socioeconômicos do país como o IDH, principalmente nas áreas rurais, que sofrem nos longos períodos sem chuva. Ironicamente, durante o Brasil Colônia, quando a produção de açúcar era mais elevada, continha a região mais próspera do Brasil - a capitania de Pernambuco (juntamente com a capitania de São Vicente, foram as únicas capitanias de sucesso logo no início da exploração). Desde o fim da rentabilidade da exploração do açúcar na Zona da Mata (faixa outrora de mata atlântica, paralela ao litoral nordestino), a região entrou em decadência. Em meados do século XX passou a se recuperar num ritmo mais rápido que o Brasil, rapidamente ganhando posições em indicadores como IDH e PIB per capita. Apesar de estar avançando socioeconomicamente mais rápido que o restante do país, ainda mantém o título de mais pobre e desigual do Brasil.
Atualmente a região ainda sofre com o trabalho infantil, principalmente no interior, e com a prostituição infantil nos núcleos urbanos. Assim como em boa parte do país, os problemas sociais na região nordeste são piores nos pequenos municípios de maioria de população rural, diminuindo nas grandes cidades litorâneas.
[editar] Referências
- ↑ Pena, Sérgio D. J. et ali. (2000). Retrato Molecular do Brasil. in Revista ciência Hoje, no. 156, Abril de 2000. http://cienciahoje.uol.com.br/view/325 Salvo em 21 de Dezembro de 2006.
[editar] Ver também
- O Wikitravel tem um guia de viagens sobre Região Nordeste do Brasil
- Casa da Torre
- Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
- Departamento Nacional de Obras Contra a Seca
- Banco do Nordeste
- Rio São Francisco
- Companhia Hidrelétrica do São Francisco
[editar] Ligações externas
- Região Nordeste - Portal Brasil
- Bando do Nordeste
- Imagem a partir de satélite da Região Nordeste do Brasil no Wikimapia.org
- Governo do estado de Alagoas
- Governo do estado da Bahia
- Governo do estado do Ceará
- Governo do estado do Maranhão
- Governo do estado da Paraíba
- Governo do estado de Pernambuco
- Governo do estado do Piauí
- Governo do estado do Rio Grande do Norte
- Governo do estado de Sergipe
Regiões geoeconômicas | Amazônica | Centro-Sul | Nordeste |
---|---|
Regiões | Centro-Oeste | Nordeste | Norte | Sudeste | Sul |
Unidades federativas | Acre | Alagoas | Amapá | Amazonas | Bahia | Ceará | Distrito Federal | Espírito Santo | Goiás | Maranhão | Mato Grosso | Mato Grosso do Sul | Minas Gerais | Pará | Paraíba | Paraná | Pernambuco | Piauí | Rio de Janeiro | Rio Grande do Norte | Rio Grande do Sul | Rondônia | Roraima | Santa Catarina | São Paulo | Sergipe | Tocantins |