Rachel de Queiroz
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Rachel de Queiroz (Fortaleza,Ceará; 17 de novembro de 1910 - 4 de novembro de 2003) foi escritora, jornalista e teatróloga cearense.
Índice |
[editar] Biografia
Autora de destaque na ficção social nordestina. Foi primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher galardoado com o Prêmio Camões, o nobel da língua portuguesa.
Rachel era filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descendente pelo lado materno da família de José de Alencar.
Em 1917, sua família fugiu da seca para o Rio de Janeiro e logo depois para Belém do Pará. Retornaram a Fortaleza dois anos depois.
Em 1925 concluiu o curso normal no Colégio da Imaculada Conceição. Estreou na imprensa no jornal O Ceará, escrevendo crônicas e poemas de caráter modernista sob o pseudônimo de Rita de Queluz.
No mesmo ano lançou em forma de folhetim o primeiro romance, História de um Nome.
Aos 20 anos, ficou nacionalmente conhecida ao publicar O Quinze (1930), romance que mostra a luta do povo nordestino contra a seca e a miséria. Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise psicológica de seus personagens, tem papel de destaque no desenvolvimento do romance nordestino.
Já escritora consagrada, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1939. No mesmo ano foi agraciada com o Prêmio Felipe d'Oliveira pelo livro As Três Marias. Escreveu ainda João Miguel (1932), Caminhos de Pedras (1937) e O Galo de Ouro (1950).
Passou quase 40 anos sem escrever, até lançar Memorial de Maria Moura (1992), saga de uma cangaceira nordestina adaptada para a TV em 1994. Na juventude apresentou tendências esquerdistas, mas apoiou a ditadura militar que se instalou no país em 1964. Publicou um volume de memórias em 1998. Morreu de problemas cardíacos, no seu apartamento dias antes de completar 93 anos.
[editar] Academia Brasileira de Letras
Sua eleição, em 4 de outubro de 1977 para a Cadeira 5 da ABL, causou certo "frisson" nas feministas de então. Mas a reação da escritora ao movimento foi bastante sóbrio. Numa entrevista, em meio ao grande furor que sua nomeação causou, declarou: "Eu não entrei para a ABL por ser mulher. Entrei, porque, independentemente disso, tenho uma obra. Tenho amigos queridos aqui dentro. Quase todos os meus amigos são homens, eu não confio muito nas mulheres." Um verdadeiro choque anafilático no movimento feminista.
Recebida por Adonias Filho, foi a quinta ocupante da Cadeira que tem como Patrono Bernardo Guimarães.
Precedido por: Candido Motta Filho |
ABL - cadeira 5 1977 - 2003 |
Sucedido por: José Murilo de Carvalho |
[editar] Obras Principais
- 1. O Quinze, romance (1930);
- 2. João Miguel, romance (1932);
- 3. Caminho de pedras, romance (1937);
- 4. As três Marias, romance (1939);
- 5. A donzela e a moura torta, crônicas (1948);
- 6. O galo de ouro, romance (folhetins na revista O Cruzeiro, 1950);
- 7. Lampião, teatro (1953);
- 8. A beata Maria do Egito, teatro (1958);
- 9. 100 Crônicas escolhidas (1958);
- 10. O brasileiro perplexo, crônicas (1964);
- 11. O caçador de tatu, crônicas (1967);
- 12. O menino mágico, infanto-juvenil (1969);
- 13. As menininhas e outras crônicas (1976);
- 14. O jogador de sinuca e mais historinhas (1980);
- 15. Cafute e Pena-de-Prata, infanto-juvenil (1986);
- 16. Memorial de Maria Moura, romance (1992);
- 17. Nosso Ceará (1997);
- 18. Tantos Anos (1998).
Os dois últimos em parceria com sua irmã Maria Luiza de Queiroz Salek; 19. O Não Me Deixes - Sua História e sua cozinha.
[editar] Obras reunidas de ficção
- 1. Três romances (1948);
- 2. Quatro romances (1960).
- 1. Seleta, seleção de Paulo Rónai; notas e estudos de Renato Cordeiro Gomes (1973).
Sua biografia foi narrada no livro No Alpendre com Rachel, de autoria de José Luís Lira, lançado na Academia Brasileira de Letras em 10 de julho de 2003, poucos meses antes do falecimento da escritora.
[editar] Prêmios outorgados (os principais)
- 1. Prêmio Fundação Graça Aranha para O quinze, 1930;
- 2. Prêmio Sociedade Felipe d' Oliveira para As Três Marias, 1939;
- 3. Prêmio Saci, de O Estado de São Paulo, para Lampião, 1954;
- 4. Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de obra, 1957;
- 5. Prêmio Teatro, do Instituto Nacional do Livro, e Prêmio Roberto Gomes, da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, para A beata Maria do Egito, 1959;
- 6. Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, da Câmara Brasileira do Livro (São Paulo), para O menino mágico, 1969;
- 7. Prêmio Nacional de Literatura de Brasília para conjunto de obra em 1980;
- 8. Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará, em 1981;
- 9. Medalha Marechal Mascarenhas de Morais, em solenidade realizada no Clube Militar, em 1983;
- 9. Medalha Rio Branco, do Itamarati, 1985; Medalha do Mérito Militar no grau de Grande Comendador, 1986;
- 10. Medalha da Inconfidência do Governo de Minas Gerais, 1989;
- 11. Prêmio Camões, o maior da Língua Portuguesa, 1993, sendo a primeira mulher a recebê-lo;
- 12. Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual do Ceará - UECE, 1993;
- 13. Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Vale do Acaraú, de Sobral, em 1995;
- 14. Prêmio Moinho Santista de Literatura, 1996, dentre outros inúmeros prêmios e títulos.
- 15. Título Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2000.
- 16. Medalha Boticário Ferreira, da Câmara Municipal de Fortaleza, 2001.
- 17. Troféu Cidade de Camocim em 20/07/2001 - Academia Camocinense de Letras e Prefeitura Municipal de Camocim.
←
|
●
|
→
|