Júlio Prestes
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Presidente do Brasil | |
Vice-Presidente | Vital Soares |
Precedido por: | Washington Luís |
Sucedido por: | Augusto Fragoso |
Data de nascimento: | 15 de março de 1882 |
Local de nascimento: | Itapetininga (SP) |
Data da morte: | 9 de fevereiro de 1946 |
Local da morte: | São Paulo (SP) |
Partido político: | PRP |
Profissão: | Advogado e fazendeiro |
Júlio Prestes de Albuquerque (Itapetininga, 15 de março de 1882 — São Paulo, 9 de Fevereiro de 1946) foi um político brasileiro, presidente do estado de São Paulo e o último paulista de nascimento a ser eleito presidente do Brasil, sem ter chegado, porém, a tomar posse.
Índice |
[editar] Início da carreira
Graduou-se em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1906. Iniciou sua carreira política em 1909, elegendo-se deputado estadual em São Paulo pelo Partido Republicano Paulista (PRP). Reelegeu-se várias vezes até 1923. Era conhecido em alguns ambientes como seu Julinho.
No ano seguinte, foi eleito para a Câmara dos Deputados, onde exerceu a liderança da bancada dos deputados paulistas e em seguida assumiu a presidência da Comissão de Finanças e a liderança da bancada governista do presidente Washington Luís .
[editar] Presidente do estado de São Paulo
Seu pai, o coronel Fernando Prestes de Albuquerque, diversas vezes deputado, foi presidente do estado de São Paulo entre 1898 e 1900 e era vice-presidente de São Paulo no governo de Carlos de Campos, que foi vítima de embolia cerebral e faleceu em 27 de abril de 1927 .
Em seguida à morte de Carlos de Campos, o coronel Fernando Prestes renunciou ao cargo de vice-presidente. Com a vacância dos cargos de presidente e vice, foram realizadas novas eleições e Júlio Prestes foi eleito Presidente do Estado de São Paulo.
Júlio Prestes assumiu o governo do estado de São Paulo em 14 de julho de 1927. Construiu a estação São Paulo da Estrada de Ferro da Sorocabana, hoje chamada Estação Júlio Prestes, e o ramal de Mairinque, segunda ligação ferroviária do interior de São Paulo com o porto de Santos .
[editar] A campanha presidencial e a Revolução de 1930
Em 1929, Júlio Prestes foi indicado por Washington Luís como candidato do governo à sucessão presidencial, contando com o apoio de dezessete estados. Negaram apoio a Júlio Prestes apenas três estados.
Júlio Prestes passou o governo de São Paulo ao seu vice Heitor Penteado e candidatou-se à Presidência da República, tendo como candidato a vice Vital Soares, que era presidente da Bahia.
Essa indicação, porém, desagradou Minas Gerais, que contava com a indicação de um mineiro para assegurar a alternância entre os dois maiores estados no comando do governo federal. Minas Gerais, então, articulou a Aliança Liberal integrada pelos estados do Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul e mais as oposições de diversos estados.
Os candidatos da Aliança Liberal foram o presidente do Rio Grande do Sul Getúlio Vargas para presidente da república, tendo como candidato a vice o presidente da Paraíba, João Pessoa.
A campanha foi bastante acirrada. Em 1 de março de 1930, o candidato Júlio Prestes venceu a eleição para presidente da república com 1.091.709 votos contra apenas 742.794 votos dados a Getúlio Vargas.
Assim que o resultado oficial foi divulgado, Júlio Prestes viajou para o exterior, sendo recebido como presidente eleito em Washington, DC, Paris e Londres.
No Brasil, a Aliança liberal, alegando a existência de fraudes no pleito, preparou uma revolução que visava a depor Washington Luís antes que a presidência fosse transferida a Júlio Prestes.
A Revolução de 1930 teve início em 3 de outubro de 1930, e no dia 24 do mesmo mês Washington Luís foi deposto por uma junta militar que, no dia 3 de novembro de 1930, entregou o poder a Getúlio Vargas, líder das forças revolucionárias.
[editar] O exílio e morte
Júlio Prestes, que havia retornado ao Brasil, pediu asilo no consulado britânico. Viveu no exílio até 1934, quando retornou ao Brasil com a reconstitucionalização do país, passando a se dedicar ao cultivo do algodão em Itapetininga.
Ainda quando em tempos de exílio, Seu Julinho mostra todo seu talento de poeta ao escrever o desabafo "Brutus" (dedicado ao seu cão) e "Prece". Neles, os versos revelam toda uma angústia vivida longe do país e dos amigos que, segundo ele, na hora que mais precisara, não tinham aparecido.
Voltou à cena política somente em 1945, com a deposição de Getúlio Vargas.
Júlio Prestes foi fundador da União Democrática Nacional (UDN) e membro da comissão diretora desse partido. Faleceu no ano seguinte.
- Homenagem
A antiga Estação São Paulo da Estrada de Ferro Sorocabana, por ele construída no centro de São Paulo foi rebatizada como Estação Júlio Prestes após sua morte em 1946. Nesse local, existe hoje, uma sala de concertos sinfônicos.
[editar] Cronologia sumária
- Deputado estadual em São Paulo - (1909-1923)
- Deputado federal - (1924-1927)
- Presidente do estado de São Paulo - (1927-1929)
- Presidente Eleito do Brasil - (1930)
[editar] Bibliografia
- DEBES, Célio, Júlio Prestes e a primeira república, 1982.
- DEBES, Célio, Washington Luis - São Paulo: 1993.
- HENRIQUES, Afonso, Vargas o maquiavélico, 1º vol., 1956.
- KOIFMAN, Fábio (org.) - Presidentes do Brasil, Editora Rio: 2001.
- MEIRELES, Domingos - 1930 - Os orfãos da revolução São Paulo: 2005.
Precedido por: Carlos de Campos |
Presidente de São Paulo 1927 - 1930 |
Sucedido por: Hastinfilo de Moura |
Precedido por: Washington Luís |
Presidente do Brasil não tomou posse |
Sucedido por: Augusto Fragoso |