Trema
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Trema é um diacrítico usado em diversas línguas para alterar o som de uma vogal ou para assinalar a independência dessa vogal em relação a uma vogal anterior, constituindo-se às vezes em uma vogal própria e distinta no alfabeto.
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[editar] Uso do trema
[editar] Na língua portuguesa
É o trema usado no português brasileiro para assinalar que a letra u nas combinações que, qui, gue e gui, normalmente muda, deve ser pronunciada. Exemplos: sangüíneo (pronuncia-se então "sangUíneo") e conseqüência (pronuncia-se então "consecUência").
O português europeu já não usa o trema na escrita habitual, reservando-o somente para palavras derivadas de nomes estrangeiros, como mülleriano (do antropônimo Müller).
Mesmo no Brasil, o uso do trema é controverso. Embora os livros de língua portuguesa editados no Brasil determinem que o trema deva ser grafado, alguns não o usam, seja por desconhecimento ou por considerar seu uso desnecessário.
Certos órgãos de comunicação brasileiros já baniram o trema; a Folha de São Paulo, a Revista IstoÉ, e alguns canais de televisão se alternam entre o emprego ou não do diacrítico, principalmente no uso palavra seqüestro.
Ainda assim, o trema não foi abolido porque a reforma ortográfica proposta desde o início dos anos 90 (ver o artigo Língua portuguesa) não entrou em vigor - o que faz com que o trema seja obrigatório na teoria e facultativo na prática da versão brasileira da língua portuguesa.
[editar] Na língua alemã
No alemão, o trema (chamado Umlaut) é usado sobre vogais articuladas na parte de trás da boca para que o som destas seja trazido para diante. Três vogais podem receber o trema: a, o e u. Os exemplos são inúmeros: tschüss, Münch, Böbel etc.
[editar] Na língua francesa e na língua grega
Também em francês ou grego este diacrítico é usado, desta vez com outros propósitos. Nestas duas línguas, os ditongos foram evoluindo originando sons vocálicos simples, por exemplo, em ambas as línguas, a combinação <ai> lê-se /E/ e não **/ai/, o mesmo sucedendo com outras combinações. Em palavras que têm dois sons vocálicos distintos consecutivos, o trema é usado para assinalar esta mesma característica. Assim, temos em francês a palavra heroïne que se lê /eRo'ine/ e em grego a palavra Εβραϊκό que se lê /evraikó/ (sem o trema a junção das letras alfa e iota pronunciam-se e).
[editar] Em outras línguas
Este símbolo é ainda usado noutras línguas, tais como o castelhano (semelhante à utilização brasileira nas sílabas gue e gui, como na palavra vergüenza - vergonha).
No turco ou no sueco, entre outros, este símbolo não é denominado trema pois não representa o resultado de um processo fonético, sendo antes considerado uma letra própria e independente no alfabeto.