Soberba
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A soberba é a tendência de um indivíduo para um modo de vida caracterizado por grandes despesas supérfluas e pelo gosto da ostentação e do prazer. Textos antigos, remontando aos primeiros sociólogos, já afirmavam que, a identidade do homem se afirma pela sua propriedade privada. Seus bens são seu modo de existência pessoal e, em consequência, sua vida essencial. A vida no modo "ter" foi amplamente analisada por Fromm (1987). Na busca de uma orientação e participação num grupo, como forma de diminuir as angústias da existência, as pessoas seguem as regras sociais dos grupos, que participam, ou gostariam de participar.
Pode ser associada à luxúria, altivez e apresenta um certo nível de presunção exagerada para com bens materiais. Frequentemente um indivíduo com essas tendências também apresenta vaidade e arrogância, juntamente com orgulho demasiado pelas próprias capacidades e eventuais realizações, sempre associadas aos bens tangíveis, ao luxo.
[editar] Análise
A soberba, não é para quem quer e sim para quem pode, afinal os pobres são imunes a soberba o que é lógico afinal não tem como se abusar do luxo sem nenhum tostão no bolso. É um sentimento relacional, ocorrendo de indivíduo para indivíduo. A inveja e a soberba sempre ocorrem em situações do dia-a-dia humano, nas suas relações mais diversas, sendo dessa forma pecados relacionais, voltados à forma como as pessoas interagem.
Enquanto o invejoso guarda tal sentimento para si, se remoendo internamente (talvez até com medo das denotações negativas que tal sentimento pode compor), o soberbo tende a se mostrar, pois está enamorado com a própria existência. O soberbo se sente auto-realizado (dentro dos conceitos propostos na pirâmide de Maslow), querendo mostrar-se para os outros a todo preço, querendo despertar a inveja e a admiração dos outros, como se isso elevasse sua estima ao máximo e lhe trouxesse prazer.
O soberbo quer superar sempre os outros, mas quando é superado, logo se deixa dominar pela inveja. Para o soberbo, ele deve sempre estar no topo, sendo o parâmetro mais alto para as pessoas, despertando interesse e curiosidade de todos. Quando é superado, logo o soberbo se sente ameaçado, atingido, sendo tomado pela inveja no sentido ruim, querendo depreciar os outros e vangloriar-se, sem que para isso se estruture para se superar ou até fazer uma avaliação da vida, dando-se em determinado momento por satisfeito.
A soberba é contrária à homogeneização da humanidade (dentro dos preceitos cristãos), pois, uma vez que a humanidade pode se tornar homogênea, com todos os indivíduos sendo e vivendo de maneiras iguais, não haverá mais espaço para a soberba, ao desejo de se tornar diferente e mais especial que os outros, nas mais diversas formas. Com todos vivendo igualitariamente, a soberba não existe, e quem desse pecado sobrevive, se sentirá carente, fraco, ausente, já que não conseguirá atrair atenção de ninguém tão facilmente ao agregar grandes valores a si próprio.
A correção da soberba ocorre única e simplesmente por meio da humildade. É agindo com simplicidade que se consegue combater a soberba nas suas mais diversas formas, evitando a ostentação, contendo as vaidades e olhando o mundo não apenas a partir de si, mas principalmente ao redor de si. O soberbo vê o mundo começando a partir de si, enquanto o correto seria que ele olhasse ao redor, comparasse, analisasse e traçasse seu caminho individualmente, com virtude e solidariedade.