São Caetano do Sul
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São Caetano do Sul é um município do estado de São Paulo, na mesorregião Metropolitana de São Paulo e microrregião de São Paulo. A população estimada em 2005 era de 134.295 habitantes e a área total da cidade é de 15,3 km², o que resulta numa densidade demográfica de 8.777,451 hab/km². O município é o segundo menor do Brasil em área. A altitude do município é de 744 m.
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[editar] História
- Fundação: 28 de julho de 1877
- Emancipação de Santo André: 24 de outubro de 1948
A região em que hoje se situa o município de São Caetano do Sul é ocupada desde o século 16, quando era conhecida como Tijucuçu. Foi área de fazendas de moradores do antigo povoado, depois vila (1553), de Santo André da Borda do Campo, extinta por ordem do governador geral. Sua população e seu predicamento de vila (município) foram transferidos para o povoado jesuítico de São Paulo de Piratininga- 1560.
A partir do começo do século 17, fazendeiros e sitiantes da hoje região do ABC começaram a migrar para o Vale do Paraíba, onde surgiriam as vilas de Taubaté e de Santana das Cruzes de Moji (Moji das Cruzes). Dois desses fazendeiros e criadores de gado doaram suas terras para o Mosteiro de São Bento da vila de São Paulo, um onde viria a ser São Bernardo e outro onde viria a ser São Caetano. Nesta última região, o doador foi o capitão Duarte Machado, em 1631, que participara da bandeira de Nicolau Barreto aos sertões dos índios Temiminó, em 1602, para captura e escravização de indígenas. Foi ele também membro da Câmara da Vila de Piratininga, onde exerceu a função de almotacel. Quarenta anos depois, em 1671, Fernão Dias Pais arrematou em leilão o sítio do falecido capitão Manuel Temudo, também no Tijucuçu, e o doou ao mesmo Mosteiro de São Bento. Formou-se, assim, a Fazenda do Tijucuçu, utilizada pelos monges beneditinos na criação de gado.
Em 1717, os monges ergueram no lugar onde está hoje a Matriz Velha de São Caetano uma capela dedicada a São Caetano di Thiène, o santo patrono do pão e do trabalho. Passou a fazenda a chamar-se Fazenda de São Caetano do Tijucuçu, depois apenas Fazenda de São Caetano. Alguns anos depois, em 1730, os monges fundaram ali uma fábrica de telhas, tijolos, lajotas, louças e adornos cerâmicos para ornamento de casas e igrejas na cidade de São Paulo. Esse material era diariamente transportado, pelo rio Tamanduateí, de um porto que havia na Fazenda para o Porto Geral de São Bento, onde é hoje a rua 25 de Março, ao pé da Ladeira Porto Geral. Até o século 18, o trabalho da fazenda era realizado por escravos indígenas e a partir dessa época também por escravos negros de origem africana. A fábrica funcionou até a década de setenta do século 19.
Ao redor da Fazenda desenvolveu-se o Bairro de São Caetano, no mesmo território da cidade de São Paulo. Foi recenseado pela primeira vez em 1765, quando o Morgado de Mateus determinou que se fizesse o censo da população da Capitania de São Paulo. Seus habitantes eram agricultores e tropeiros e recebiam os sacramentos na Capela de São Caetano.
Em 1871, no dia seguinte ao da Lei do Ventre Livre, a Ordem de São Bento decidiu, em seu Capítulo Geral da Bahia, libertar todos os seus escravos, em todo o Brasil, mais de quatro mil. Privada de mão-de-obra, a Fazenda de São Caetano foi desapropriada pelo Governo Imperial para nela instalar o Núcleo Colonial de São Caetano em 28 de julho de 1877. As terras da Fazenda foram divididas e distribuídas a colonos italianos entre 1877 e 1892, quando entrou no Núcleo a última família de imigrantes. O primeiro grupo de famílias assentado no Núcleo embarcara no porto de Gênova e chegara ao Brasil no navio italiano Europa. Procedia todo ele de Cappella Maggiore, província de Treviso, na região do Vêneto, norte da Itália.
Em 1883, a São Paulo Railway inaugurou a estação de São Caetano e em 1889 o governo da província refez o antiqüíssimo Caminho do Mar, que desde o século 16 atravessava a região. de modo a torná-lo tributário da ferrovia.
Originalmente, os colonos do Núcleo Colonial dedicaram à produção da batata inglesa, ou batatinha. Mas em seguida vários deles plantaram videiras e passaram a produzir vinho de mesa, o Vinho São Caetano, comercializado num estabelecimento de Emílio Rossi, colono em São Caetano, que havia no Largo do Tesouro, em São Paulo. As videiras de São Caetano foram contaminadas pela filóxera, a partir de parreiras do bairro da Mooca. Em dois anos a produção de uva e vinho caiu verticalmente. Essa praga destruiu parreirais no mundo todo. Emílio Rossi, que em 1887 e 1888 trocou idéias a respeito com o médico e cientista Luís Pereira Barreto, resolveu fazer enxertias com cepas da chamada uva americana, resistente à praga, que deram certo. Mas era tarde. Muitos colonos empobrecidos começaram a vender seus lotes de terra e pela época da proclamação da República as primeiras indústrias começaram a instalar-se na região, em terras compradas aos colonos. O núcleo agrícola se transformava em bairro operário.
Nesse período, os colonos que haviam recebido terras nas várzeas úmidas do rio Tamanduateí e do rio dos Meninos, remanescentes do antigo pântano do Tijucuçu montaram olarias e começaram a produzir tijolos. Um desses colonos, Giuseppe Ferrari foi um dos fornecedores de tijolos para construção do Museu do Ipiranga, a partir de 1895, de que se encarregara o italiano Luigi Pucci.
Pouco antes da proclamação da República foi criado o município de São Bernardo, desmembrado do de São Paulo, e a maior parte do Núcleo Colonial e do antigo bairro de São Caetano foi a ele anexada. Cerca de um quinto da antiga localidade de São Caetano permaneceu no território do município de São Paulo e constitui a área dos hoje bairros de Vila Carioca, Sacoman e Heliópolis. Nesse mesmo ano, um censo do Núcleo Colonial contou 322 habitantes, cujas famílias estavam distribuídas em 92 lotes de terra.
Até aqui, todas as referências históricas procedem das obras do professor José de Souza Martins, da Universidade de São Paulo
Em 1905, São Caetano era elevado a Distrito Fiscal. A fixação das primeiras indústrias coincidiu com a elevação de São Caetano a Distrito de Paz, em 1916. Em 1924, o arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo e Silva, dava ao núcleo a sua primeira paróquia e seu primeiro vigário, o padre José Tondin. A vila transformava-se em cidade.
A primeira manifestação de autonomia para o Distrito de São Caetano aconteceu em 1928, com a liderança do engenheiro Armando de Arruda Pereira, diretor da Cerâmica São Caetano, residente na localidade. Para divulgar a idéia emancipacionista, foi fundado o São Caetano Jornal que convocava a população para votar nos seus candidatos a vereador e Juiz de paz nas eleições municipais de 1928. Entretanto, os resultados não foram os esperados. Na década de 40, o sonho da emancipação voltou a empolgar os caetanenses, com o segundo movimento emancipacionista.
Em 1947, em movimento liderado pelo Jornal de São Caetano, foi realizada uma lista com 5.197 assinaturas e enviada à Assembléia Legislativa do Estado, solicitando um plebiscito. A consulta popular foi realizada em 24 de outubro de 1948; 8.463 pessoas votaram a favor da autonomia, e 1.020 votaram contra. A 24 de dezembro de 1948, o governador do estado de São Paulo, Adhemar de Barros, ratificou a decisão e criou o Município de São Caetano do Sul, através da lei Estadual n. 233, de dezembro de 1948, acrescentando-lhe o apêndice do Sul, para distinguí-lo de homônimo pernambucano. Em 30 de dezembro de 1953, foi criada a Comarca de São Caetano do Sul, instalada no dia 3 de abril de 1955.
[editar] Geografia
O município é servido pelos trens da linha D da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
São Caetano do Sul apresenta os melhores indicadores sociais de todo o país, uma cidade considerada exemplar em vários aspectos do chamado IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU. Não existem favelas (apesar de haver algumas em suas cercanias, como Heliópolis) e o analfabetismo é quase nulo.
- Principais nacionalidades de origem de imigrantes radicados em São Caetano: - italiana , espanhola, portuguesa e alemã. A partir do final dos anos quarenta, forte estabeleceu-se forte corrente migratória de brasileiros do Nordeste.
- Municípios limítrofes: capital a oeste e norte, Santo André a sudeste e São Bernardo do Campo a sudoeste.
[editar] Demografia
Dados do Censo - 2000
População Total: 140.159
- Urbana: 140.159
- Rural: 0 - não há zona rural no município.
- Homens: 65.517
- Mulheres: 74.642
Densidade demográfica: 9.160,72 hab./km²
Mortalidade infantil até 1 ano: 5,38 por mil
Expectativa de vida: 78,18 anos
Taxa de fecundidade: 1,56 filhos por mulher
Taxa de Alfabetização: 97,01%
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,919
- IDH-M Renda: 0,896
- IDH-M Longevidade: 0,886
- IDH-M Educação: 0,975
- Posse de bens e serviços domésticos
- Telefone celular : 45,7% da população
- Telefone fixo : 97 % da população
- Automóvel : 67,3% da população
- Microcomputador : 41,1% da população
- TV em cores : 99,4% da população
- Geladeira : 100% da população
- Total de empresas estabelecidas (por categoria econômica)
- Indústrias : 753
- Estabelecimentos comerciais : 4.632
- Prestadores de serviços (inclui autônomos) : 19.105
- Concessionárias : 10
- Dados socioeconômicos
- Renda familiar líquida média : R$ 2.212,56
- Produto interno bruto municipal : US$ 2,3 bilhões
- Potencial de consumo/2001 : US$ 657 milhões
- Renda per capita estimada : US$ 16.500/ano
- Classificação socioeconômica da população
- Classe A : 13,1%
- Classe B : 45,2%
- Classe C : 32,2%
- Classe D : 9,5%
(Fonte: IPEADATA|Prefeitura de São Caetano do Sul)
[editar] Hidrografia
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- Rio Tamanduateí (divisa com São Paulo)
- Córrego dos Meninos (divisa com São Paulo e São Bernardo do Campo)
- Córrego de Utinga (divisa com Santo André)
- Córrego das Grotas (divisa com Santo André)
- Córrego do Moinho
[editar] Administração
[editar] Bairros
Fundação, Centro, Santo Antônio, Santa Paula, Barcelona, Olímpico, Osvaldo Cruz, Cerâmica, Boa Vista, Santa Maria, Jardim São Caetano, Nova Gérti, Mauá, Prosperidade e São José.
[editar] Prefeitos
- 03/04/1949 à 03/04/1953 - Ângelo Raphael Pellegrino
- 04/04/1953 à 03/04/1957 - Anacleto Campanella
- 04/04/1957 à 03/04/1961 - Oswaldo Samuel Massei
- 04/04/1961 à 03/04/1965 - Anacleto Campanella
- 04/04/1965 à 03/04/1969 - Hermógenes Walter Braido
- 04/04/1969 à 03/04/1973 - Oswaldo Samuel Massei
- 04/04/1973 à 31/01/1977 - Hermógenes Walter Braido
- 01/02/1977 à 31/01/1983 - Raimundo da Cunha Leite
- 01/02/1983 à 31/01/1989 - Hermógenes Walter Braido
- 01/02/1989 à 31/12/1992 - Luiz Olinto Tortorello
- 01/01/1993 à 31/12/1996 - Antonio José Dall"Anese
- 01/01/1997 à 31/12/2000 - Luiz Olinto Tortorello
- 01/01/2001 à 31/12/2004 - Luiz Olinto Tortorello
- 01/01/2005 à 31/12/2008 - José Auricchio Júnior