Pontederiaceae
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Pontederiaceae | ||||||||||
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Classificação Científica | ||||||||||
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Classificação Filogenética (APG) |
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Gêneros | ||||||||||
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São 33 espécies distribuídas em 9 gêneros. Na classificação clássica, tal família pertencia a ordem das Liliales.
[editar] Gêneros
Eichhornia, Eurystemon, Heteranthera, Hydrothrix, Monochoria, Pontederia, Reussia, Scholleropsis, Zosterella.
[editar] Referências
- APG II, 6º versão (maio/2005), em [1].
FAMÍLIA PONTEDERIACEAE
A família Pontederiaceae inclui plantas angiospermas monocotiledôneas que pertencem à ordem Commelinales, sendo formada por aproximadamente 33 espécies que estão distribuídas em 9 gêneros: Eichhornia, Heteranthera, Pontederia, Eurystemon, Hydrothrix, Monochoria, Reussia, Scholleropsis, Zosterella. No Brasil ocorrem cinco destes gêneros e cerca de 20 espécies, sendo um grupo bem representado no Pantanal Mato-grossense e Amazônia e os gêneros mais comuns são: Eichhornia, Heteranthera e Pontederia. Esta é uma pequena família de plantas aquáticas flutuantes ou enraizadas sob a água, as quais possuem ramos simpodiais ou raramente monopodiais (Hydrothrix). As folhas são alternas espiraladas, paralelinérveas e palminérveas, pecíolo ocasionalmente inflado, a bainha é larga que envolve o caule na base. Inflorescência em geral um racemo simples, espiciforme, protegida na base por uma bainha foliar espatácea ou reduzida a uma única flor. As flores são azuis, roxas ou brancas, vistosas, zigomorfas e bissexuadas em sua maioria. São flores diclamídeas, as quais se distinguem em homoclamídeas ou heteroclamídeas. Perianto composto de 6 elementos, todos corolinos. Androceu composto de 6 estames frequentemente 3 mais 3 estaminódios, raramente apenas 1 mais dois estaminódios (Hydrothrix), epipétalos, frequentemente de tamanhos diferentes; pétala dorsal geralmente com coloração distinta das demais. Anteras rimosas ou poricidas e os nectários septais geralmente estão presentes; o gineceu é gamocarpelar, com ovário súpero, unilocular ou trilocular. Placentação axial ou parietal, lóculos uniovulado como em Eichhornia, ou pluriovulados. O fruto é seco e geralmente envolto numa cápsula, suas sementes possuem endosperma abundante e sua liberação ocorre no início da estação fria, permanecendo viável por no mínimo 7 anos. A Eichhornia crassipes é a espécie mais comum desta família a qual possui tecido arenquimatoso e reproduz-se principalmente a partir da formação de talos de forma vegetativa, suas folhas são modificadas em filódios submersos e aéreos e o pecíolo na base da folha é inflado servindo como uma bóia para a flutuação da planta. A inflorescência é em forma de espiga com várias flores (multiflora). Já a Heteranthera reniformis também pode viver em solos saturados de água, onde há um enraizamento das plantas que se desprendem quando o nível de água se eleva; sua reprodução principal se dá por sementes (forma sexuada) e seu limbo foliar é reniforme com base cordada a invaginante; a inflorescência possui de 3 a 7 flores. Pontederia cordata é outra espécie significativa à família, a qual apresenta folhas basais longas com pecíolos longos e base cordata e, havendo uma folha solitária menor que as basais com a função de proteger a inflorescência. Nativas da América do Sul e bem distribuídas em regiões de clima tropical, as plantas desta família produzem flores praticamente o ano todo, sendo muitas vezes usadas na ornamentação. Além disso, devido a sua ampla dispersão, vigor e crescimento rápido, estas plantas popularmente conhecidas como aguapés estão sendo usadas em testes como agentes biológicos despoluentes, pois acredita-se que estas possuam capacidade de remoção desde efluentes de esgotos sanitários, remoção de material particulado, até cianetos, funcionando como um filtro natural em ambientes poluídos; servem ainda de alimento para peixes e mamíferos herbívoros ou mesmo abrigo para peixes pequenos, zooplâncton e até proteção às proles e ovos dos organismos aquáticos; podendo às vezes, abrigar inúmeros micro-habitats para pequenos invertebrados. Estas plantas têm a capacidade de diminuir o pH da água quando expostas a ambientes altamente alcalinos, sendo na Amazônia essenciais à manutenção do equilíbrio do ecossistema. São comuns em rios de fluxo lento, lagos, represas, tanques de piscicultura, margens de rios e até lavouras de arroz, as quais devido a sua alta capacidade reprodutiva podem tornar-se “praga” facilitando assim a perda de água do ambiente por evapotranspiração. Em regiões de clima temperado como EUA e Europa estas plantas tornaram-se espécies invasoras a tal ponto que atualmente são consideradas daninhas, pois se proliferam de tal maneira que chegam a gerar obstáculos às embarcações quando estas se aproximam das margens dos rios. Dos métodos usados na remoção podemos destacar três. Remoção manual: que não é viável economicamente; Remoção através da pulverização com herbicidas: que gera efeitos nocivos ao ambiente como um todo e aos seus organismos; e a Introdução de espécies peixes que se alimentam das raízes destes aguapés: sendo atualmente a melhor solução para o problema, porém com o aumento na população destas espécies desequilíbrios no ecossistema podem tornar-se conseqüências comuns.
Referências Bibliográficas JOLY, A. B.. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 11ª ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1993. LORENZI. H. Plantas daninhas do Brasil. 3ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000. SOUZA, V. C.; LORENZI, H.. Botânica sistemática. Nova Odessa: SP: Instituto Plantarum, 2005. Disponível em Pontederiaceae: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pontederiaceae. Acesso em 13 de setembro de 2006. GRANATO, M.. Utilização do aguapé no tratamento de efluentes com cianeto. Rio de Janeiro: CETEM/CNPQ, 1995.