Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
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![A Faculdade de Direito do Largo de São Francisco - foto da década de 1950.](../../../upload/shared/thumb/7/75/Faculdade_direitoSP1.jpg/250px-Faculdade_direitoSP1.jpg)
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), também conhecida como Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, é uma instituição de ensino superior, integrante da Universidade de São Paulo cujas principais atividades são o ensino e a pesquisa na área do Direito.
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[editar] História
A mais antiga faculdade do Brasil, e uma das melhores no que diz respeito ao ensino jurídico, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, ou ainda a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, ou ainda "As arcadas", foi criada juntamente com a Faculdade de Direito de Olinda (depois tranferida e renomeada para Faculdade de Direito do Recife), pela lei imperial de 11 de agosto de 1827, tendo sido incorporada à Universidade de São Paulo quando de sua fundação em 1934. Surgida poucos anos após a proclamação da Independência do Brasil, destinava-se a formar governantes e administradores públicos, sendo fundamental para o Império.
[editar] Diretores
- 1827-1833 - Tenente General Dr. José Arouche de Toledo Rendon
- 1833-1835 - Conselheiro Dr. Carlos Carneiro de Campos (Visconde de Caravelas)
- 1835-1836 - Conselheiro Dr. José da Costa Carvalho (Marquês de Monte Alegre)
- 1837-1842 - Conselheiro Dr. Nicolau Pereira de Campos Vergueiro
- 1858-1864 - Conselheiro Padre Dr. Manuel Joaquim do Amaral Gurgel
- 1865-1882 - Conselheiro Padre Dr. Vicente Pires da Mota
- 1883-1890 - Conselheiro Dr. André Augusto de Padua Fleury
- 1890-1891 - Conselheiro Dr. Carlos Leôncio da Silva Carvalho
- 1891-1902 - Conselheiro Dr. Joaquim Inácio Ramalho (Barão de Ramalho)
- 1903-1904 - Dr. João Pereira Monteiro
- 1904-1908 - Dr. Vicente Mamede de Freitas
- 1908-1912 - Dr. Antônio Dino da Costa Bueno
- 1912-1915 - Dr. João Mendes de Almeida Júnior
- 1916-1925 - Dr. Uladislau Herculano de Freitas
- 1926-1930 - Dr. Antônio Januário Pinto Ferraz
- 1930-1931 - Reinaldo Porchat
- 1931-1935 - José de Alcântara Machado D'Oliveira
- 1935-1938 - Francisco Antônio de Almeida Morato
- 1938-1938 - Spencer Vampré
- 1939-1940 - Sebastião Soares de Faria
- 1941-1942 - José Joaquim Cardoso de Melo Neto
- 1943-1944 - Honório Fernandes Monteiro
- 1945-1948 - Gabriel José Rodrigues de Resende Filho
- 1949-1955 - Brás de Sousa Arruda
- 1956-1958 - Alvino Ferreira Lima
- 1959-1962 - Luís Antônio da Gama e Silva
- 1963-1966 - Luís Eulálio de Bueno Vidigal
- 1967-1969 - Alfredo Buzaid
- 1969-1973 - José Pinto Antunes
- 1973-1974 - Manuel Gonçalves Ferreira Filho
- 1974-1978 - Rui Barbosa Nogueira
- 1978-1982 - Antônio Chaves
- 1982-1986 - Vicente Marotta Rangel
- 1986-1990 - Dalmo de Abreu Dallari
- 1990-1994 - Antonio Junqueira de Azevedo
- 1994-1998 - Álvaro Villaça Azevedo
- 1998-2002 - Ivette Senise Ferreira
- 2002-2006 - Eduardo Cesar Silveira Vita Marchi
- 2006-2010 - João Grandino Rodas
[editar] Eminentes alunos
[editar] Presidentes do Brasil
- Prudente de Morais (1894 – 1898)
- Campos Sales (1898 – 1902)
- Rodrigues Alves (1902 – 1906)
- Afonso Pena (1906 – 1909)
- Venceslau Brás (1914 – 1910)
- Rodrigues Alves (novamente eleito em 1918, faleceu antes de tomar posse)
- Delfim Moreira (1918 – 1919)
- Artur Bernardes (1922 – 1926)
- Washington Luís (1926 – 1930)
- Júlio Prestes (eleito em 1930, não tomou posse)
- Jânio Quadros (1961)
[editar] Ilustres literatos
- Alphonsus de Guimaraens - poeta simbolista
- Álvares de Azevedo (faleceu antes de concluir) - poeta ultra-romântico de inspiração byroniana
- Antônio de Alcântara Machado - jornalista e escritor modernista da 1ª fase , foi autor de Brás, Bexiga e Barra Funda
- Augusto de Campos - poeta concretista
- Bernardo Guimarães - escritor romântico, autor de A Escrava Isaura
- Castro Alves - poeta condoreirista, defensor do abolicionismo
- Fagundes Varela - poeta ultra-romântico
- Guilherme de Almeida - poeta modernista
- Haroldo de Campos - poeta concretista
- Hilda Hilst - escritora contemporânea
- Inglês de Sousa - escritor naturalista, compôs Contos Amazônicos
- José de Alencar - maior representante do romance romântico brasileiro, autor de clássicos como O Guarani, Iracema, Senhora etc
- Lygia Fagundes Telles - escritora contemporânea em atividade
- Monteiro Lobato - escritor pré-modernista e criador de obras infanto-juvenis como Sítio do Pica Pau Amarelo
- Olavo Bilac (não concluiu) - poeta parnasiano, considerado o "príncipe dos poetas"
- Raduan Nassar - romancista contemporâneo, autor de Lavoura Arcaica
- Raimundo Correia - poeta parnasiano
- Raul Pompéia - escritor realista/naturalista, autor de O Ateneu
[editar] XI de Agosto
O Centro Acadêmico da Faculdade de Direito do Largo São Francisco recebe o nome em homenagem à data da lei que criou as primeiras faculdades de direito do país, em São Paulo e em Olinda. O Centro Acadêmico Onze de Agosto é o mais antigo e importante centro acadêmico do País, tendo grande participação histórica, principalmente nos momentos de defesa do estado democrático, como vivido, por exemplo, durante os anos da Ditadura Militar.
[editar] Departamento Jurídico XI de Agosto
Entidade fundada em 1919 e ligada à Faculdade de Direito da USP, é responsável em prestar assistência jurídica gratuita. O Departamento Jurídico XI de Agosto é a maior e mais antiga organização não-governamental para assistência jurídica gratuita da América Latina.
Foi declarado entidade de utilidade pública estadual (Lei no. 3287/57) e municipal (Decreto no. 3883/58). Sua estrutura é responsável por cerca de 570 atendimentos mensais, totalizando mais de 2.500 ações atualmente patrocinadas. Esses números só não são maiores devido às suas limitações estruturais, financeiras e de recursos humanos.
[editar] Revista O Onze de Agosto
Fundada em 11 de agosto de 1903 pelo então acadêmico José Bento de Monteiro Lobato e originalmente ligada ao Centro Acadêmico XI de Agosto, a revista "O Onze de Agosto" tem sido o principal órgão de divulgação de idéias nas "Arcadas". Dirigida nos anos 1950 por Dalmo de Abreu Dallari e nos anos 1960 por Celso Lafer, foi proibida de circular nos anos da ditadura militar. Após ressurgir como jornal na década de 1980, "O Onze de Agosto" torna-se revista, dirigida por um conselho editorial independente e eleito anualmente pelos estudantes da Faculdade. Circula ininterruptamente entre 1995 e 2000. Nessa época reuniu ensaios de juristas como José Eduardo Faria, Dalmo Dallari, Ives Gandra e entrevistou personalidades como Ruy Mesquita, Márcio Thomaz Bastos e Dráuzio Varella. Seguindo as tradições da Academia, "O Onze de Agosto" hiberna desde então e aguarda uma nova geração para ressurgir renovada.
[editar] 11 de Agosto - Dia do Pindura
Todo ano, no dia 11 de agosto desde 1828, os estudantes de direito de todos os anos saem pelos restaurantes da cidade e almoçam ou jantam de graça, e comemoram o dia da fundação da faculdade, que ficou conhecido como o dia do pindura. Muitos restaurantes do centro da cidade de São Paulo não abrem seus estabelecimentos nesse dia, e assim evitam o prejuízo. Outros aceitam a brincadeira.