Carlos María Isidro Benito de Borbón
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Carlos María Isidro Benito de Borbón, conhecido na literatura lusófona pela designação de infante Carlos de Bourbon, foi pretendente ao trono de Espanha que esteve na origem do carlismo e das guerras carlistas que dilaceraram aquele país durante boa parte do século XIX.
Don Carlos Maria Isidro Benito de Borbón nasceu em março de 1788 e morreu em 10 de março de 1855, em Trieste). Infante de Espanha, era filho de Maria Luísa de Parma e de Carlos IV e irmão de Fernando VII.
Foi intitulado Carlos V, primeiro dos Pretendentes do ramo "carlista", Conde de Molina, considerado rei pelos partidários. Esteve de 1808 a 1814 prisioneiro de Napoleão na França. Embora sem parte no Governo, fez-se conhecido por sua ortodoxia religiosa e firme crença no direito divino dos Reis. Nas perturbações revolucionárias de 1820 a 1823 foi ameaçado por radicais extremistas, mas não atacado.
No final do reinado do irmão, forçado a uma posição de liderança partidária quando se fizeram conhecer as disposições do irmão com relação a sucessão de sua filha Isabel II. Os clericais espanhóis apoiavam os direitos de Carlos, que se poderia ter colocado a testa de uma rebelião, se não a considerasse um pecado.
Em março de 1833 esteve em Portugal, apoiar a regência de Miguel de Bragança. Ainda lá, chamou-o o irmão para jurar homenagem a Isabel, mas recusou-se a renunciar a seus direitos e os direitos de seus filhos. Contra a tradição da Casa de Bourbon, Fernando VII declarou a filha Princesa das Astúrias. Morrendo sem herdeiro masculino, ela o sucederia. Carlos ficou furioso, lutou contra a alteração nas leis de sucessão para permitir reinar a sobrinha. Apoiado na lei sálica, introduzida na Espanha por Filipe V (abolida pela Pragmática de 1789) reivindicou sempre a sucessão do trono do irmão, sem aceitar a sobrinha [1833].
Seus partidários se envolveram em cabalas e conspirações. Tradicionalistas e conservadores, provocaram guerra civil em que foram vencidos em 1840. A Espanha se dividia em dois partido, chefiados por membros da família real. Quando o Rei Fernando VII morreu em setembro de 1833, aos 49 anos, Isabel II tinha três anos, sua mãe Maria Cristina foi nomeada regente. A guerra civil em Portugal impediu Carlos de deixar o país, e nada pode fazer em beneficio dos espanhóis rebelados em seu nome, que o tinham proclamado rei como Carlos V. Estourou a guerra civil, em conflitos que perduraram no século XIX e ficaram conhecidos como Guerras Carlistas.
Quando os miguelistas portugueses foram derrotados por D. Pedro IV, Carlos escapou para a Inglaterra num navio de guerra em junho de 1834, atravessou para a França, uniu-se a seus partidarios. Em Elizondo, vale de Bastan, nos Pirineus ocidentais, Carlos seria derrotado, assim como seus herdeiros posteriormente.
Em 27 de outubro de 1837 foi despojado dos direitos de Infante de Espanha por decreto real, confirmado pelas Cortes em 15 de janeiro de 1837. Tornou-se assim conde de Trieste, refugiou-se na França e renunciou em 1844 em prol do primogênito. Exilado, tomou o título de conde de Molina e se radicou na Áustria, onde a família se extinguiu em 1936.
Ficou conhecido por sua falta de capacidade e apatia.
[editar] Casamento e posteridade
Casou duas vezes. Primeiro em Madrid, em 4 de setembro de 1816 com Maria Francisca de Assis de Bragança ou de Portugal (Queluz 1800-1834 Alverstoke, Inglaterra), Infanta de Portugal, filha de D. João VI e de sua tia D. Carlota Joaquina de Borbón-Espanha; Maria Francisca era irmã da segunda esposa de seu irmão Fernando VII. Casou depois em fevereiro de 1838 com sua cunhada, Princesa da Beira, Infanta de Portugal Maria Teresa de Bourbon-Bragança, nascida em Queluz em 1793 e morta em 1874), viúva de Don Pedro, Infante de Espanha, filho do Infante Gabriel (filho do rei Carlos III).
- 1 - Carlos Luis Maria Fernando ou Carlos VI para os carlistas. Nasceu em 1818 e morreu em 1861 envenenado, sendo sepultado em Trieste); Infante de Espanha, Conde de Montemolin em 1845. Pretendente carlista ao trono espanhol de 1845 a 1861. Casou em Caserta em 1850 com Maria Carolina Fernanda (Nápoles 1820-1861 envenenada e sepultada em Triestre) Princesa de Bourbon-Duas Sicílias, filha de Francisco I, rei das Duas Sicílias e da Infanta de Espanha Maria Isabela de Borbon; era irmã de Fernando II. Não tiveram posteridade. Fez inúteis tentativas, na Segunda guerra carlista de 1844, sobretudo na Catalunha, entre 1847 a 1848. Sucedeu ao pai na pretensão ao trono pois este abdicou nele [1844]. Em 1846, quando se negociava o casamento da Rainha Isabel II, o Governo austriaco tentou uma aliança entre ambos, mas como Carlos exigia reconhecimento completo de seus direitos, o Governo espanhol recusou. Em abril de 1860 ele e o imrão Ferdinando desembarcaram em San Carlos de la Rapita, na foz do rio Ebro, mas não houve qualquer levante carlista e os principes salvaram a vida por uma abjeta renuncia a seus direitos. Em Colônia, em 15 de junho, Carlos publicamente retirou sua renuncia, alegando vergonhosamente que fora extorquida por medo.
- 2 - Fernando Maria José (Escorial 1824-1861 Brünnsee) Inf de Espanha.
- 3 - Don Juan Carlos Maria Isidro (Aranjuez 1822-1887 Brighton); Infante da Espanha, Conde de Montizon, Duque de Madrid em 1861, representante da causa carlista, pretendente ao trono espanhol como João I e pretendente ao trono francês de 1861 a 1868 - quando abdicou. Morto o conde de Chambord em [1883] tornou-se o primogênito da família Capeto, chefe da Casa de França, e os legitimistas o consideram herdeiro do trono francês como João III. Em 3 de janeiro de 1868 renunciou formalmente a direitos em benefício do filho, chamado Carlos VII pelos carlistas, Duque de Madrid. Casou em Módena em 1847 com Maria Beatrix de Este (Modena 1824-1906 Görz) Arquiduquesa de Áustria-Este, segunda filha de Francisco IV José d'Este, Duque de Modena, e de Maria Beatriz de Savóia (filha do rei da Itália Vítor Manuel I), cuja irmã Maria Teresa casara com o conde de Chambord.
