Aicha
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Aicha (Meca, 614 - Medina, Julho de 678) foi a terceira esposa do profeta Muhammad (conhecido em português como Maomé).
Era filha de Abu Bakr, um dos primeiros apoiantes da mensagem religiosa de Muhammad. Embora o seu casamento com Muhammad tenha tido como principal objectivo cimentar laços políticos entre o seu pai e o profeta do islão, Aicha tornou-se a esposa preferida de Muhammad.
Existe alguma controvérsia em torno da idade que Aicha teria quando casou com Muhammad e sobretudo em torno da idade que teria quando o casamento foi consumado. Para alguns isto teria acontecido quando Aicha tinha nove anos, enquanto que para outros o casamento ocorreu aos nove anos, mas foi consumado quando Aicha tinha cerca de catorze anos.
Em 627 Aicha acompanhou Muhammad numa expedição militar, mas perdeu-se do grupo quando este retornava a Medina. O motivo que a separou do grupo relaciona-se com um colar por si perdido que Aicha tentou procurar; quando o exército partiu ninguém reparou que Aicha não se achava na sua liteira por esta estar coberta com véus. Tendo notado que ficou para trás, Aicha esperou no deserto até que alguém a procurasse. No dia seguinte, Aicha foi encontrada por um homem que passava perto (sem qualquer ligação com o grupo a que ela pertencia) e que a levou junto do exército. Este episódio deu azo a relatos maliciosos que acusavam Aicha de adultério e que pediam a Muhammad para que se divorciasse dela.
Quando Muhammad morreu em 632 Aicha teria cerca de dezoito anos, tendo ainda vivido durante mais de quarenta anos. Aicha permaneceu pouca envolvida politicamente nos anos que se seguiram à morte do esposo, até à época do terceiro califa Otman. Durante esta altura Aicha foi uma das principais figuras que incentivou a revolta contra este califa, tido como corrupto e favorecedor do nepotismo por alguns muçulmanos. Aicha abandonou a cidade de Medina antes do assassinato de Otman em 656.
A partir de então Aicha dedicou-se a combater Ali, tendo liderado um exército contra este. Foi derrotada na Batalha do Camelo (assim denominada pelo facto de Aicha cavalgar um camelo) e feita prisioneira. Acabou por ser libertada, tendo vivido em paz em Medina onde veio a falecer.
A figura de Aicha serve de inspiração às feministas islâmicas que consideram-na como um exemplo de que a mulher pode desempenhar um papel activo na vida religiosa islâmica. A maioria dos muçulmanos xiitas consideram-na uma conspiradora, tendo em vista o facto de ela ter enfrentado Ali, que os xiitas consideram ser o sucessor legítimo de Muhammad na liderança da comunidade islâmica (a umma).
[editar] Bibliografia
RODED, Ruth - Women in Islamic Biographical Collections: From Ibn Sa'd to Who's Who. L. Rienner Publishers, 1994. ISBN 1555874428.
