Teatro na Grécia Antiga
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[editar] Origens
As origens do teatro grego encontram-se ligadas a Dioniso, divindade da vegetação e da vinha, associado a rituais orgiásticos e à fertilidade. Durante as celebrações em honra do deus seriam entoados cantos líricos, os ditirambos.
Nas Grandes Dionísias três poetas concorriam, cada um, com três tragédias e um drama satírico. Para além disso, apresentavam-se cinco comédias e 20 ditirambos.
[editar] Actores
Os actores do teatro grego eram todos homens e interpretavam vários papéis durante o mesmo espectáculo. Na tragédia existiam três actores e na comédia quatro.
Os actores utilizavam máscaras e fatos que poderiam ser pesados. Na tragédia os actores utilizavam uma túnica até aos pés e o coturno; na comédia usavam-se roupas próximas às utilizadas pelos cidadãos e calçavam-se sandálias.
[editar] Os teatros
Os teatros (de theatron, "local onde se vê") surgiram a partir do século VI a.C.. Julga-se que antes disso, as primeiras representações teatrais seriam realizadas em locais públicos como a ágora de Atenas.
Os teatros situavam-se ao ar livre, nos declives das encostas, locais que proporcionavam uma boa acústica. Inicialmente os bancos eram feitos de madeira, mas a partir do século IV a.C. passaram a ser construídos em pedra.
Para além do anfiteatro distinguiam-se várias áreas no teatro. A orquestra era a área circular em terra batida ou com lajes de pedra situada no fundo das bancadas, onde o coro realizava a sua interpretação (julga-se que a orquestra teria de início uma forma quadrangular, como no Teatro de Tóricos). No centro da orquestra ficava a thymele, um altar em honra a Dioniso, que servia não só para oferecer sacríficios, mas também como adereço. Em cada lado da orquestra existiam as entradas para o coro, os parodoi.
Para lá da orquestra estava a skenê, estrutura cuja função inicial foi servir como local onde os actores trocavam de roupa, mas que passa também a representar a fachada de um palácio ou de um templo. Frente à skenê estava o proscenium, onde os actores representavam os papéis, se bem que estes também se deslocassem até à orquestra.
Um dos teatros da Antiga Grécia melhor conservados é o Teatro de Epidauro, que foi construído em finais do século IV a.C.
[editar] Os genéros
Os dois genéros do teatro grego antigo foram a tragédia e a comédia.
[editar] Tragédia
A tragédia é o género mais antigo, tendo surgido provavelmente em meados do século VI a.C. Os temas da tragédia eram oriundos da religião ou das sagas dos heróis, sendo raras as tragédias que se debruçavam sobre assuntos da época (um exemplo de passada que abordava temas contemporâneos foi Os Persas de Ésquilo). A maioria das tragédias retrata a queda de um herói, muitas vezes atribuída à sua arrogância (hybris).
[editar] Comédia
A comédia passou a integrar as Grandes Dionísias em 488 a.C., tendo tido portanto um reconhecimento posterior (meio século depois da tragédia). No ano de 440 a.C. a comédia foi também introduzida nas Leneias (outro festival em honra Dioniso no Inverno). Na comédia o coro assumia uma importância maior que na tragédia e verificava-se uma maior interactividade com o público, já que os actores dialogavam com este.
Da Comédia Antiga apenas sobreviveram os trabalhos de Aristófanes, que se inspiram na vida de Atenas e que se caracterizam pela crítica aos governantes (Os Cavaleiros, Os Acarnenses), à educação dos sofistas (As Nuvens) e à guerra (Lisístrata). Um dos políticos mais criticados por Aristófanes foi Cléon, que teria levado Aristófanes aos tribunais por se sentir ofendido.
A Comédia Nova desenvolveu-se a partir da morte de Alexandre Magno em 323 a.C. até 260 a.C.. Teve em Menandro o seu principal representante. A política já não era um dos temas explorados, preferindo-se enredos que giravam em torno de identidades falsas, intrigas familiares e amorosas.