Questão Christie
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Conflitos na História do Brasil - Império - |
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Primeiro Reinado |
Guerra da Independência: 1822-1823 |
Independência da Bahia: 1821-1823 |
Confederação do Equador: 1824 |
Guerra contra as Províncias Unidas: 1825-1828 |
Revolta dos Mercenários: 1828 |
Período Regencial |
Federação do Guanais: 1832 |
Revolta dos Malês: 1835 |
Cabanagem: 1835-1840 |
Farroupilha: 1835-1845 |
Sabinada: 1837-1838 |
Balaiada: 1838-1841 |
Segundo Reinado |
Revoltas Liberais: 1842 |
Revolta Praieira: 1848-1850 |
Questão Christie: 1863 |
Guerra contra Oribe e Rosas: 1851-1852 |
Guerra contra Aguirre: 1864 |
Guerra do Paraguai: 1864-1870 |
Revolta dos Muckers: 1874 |
Revolta do Quebra-Quilos: 1874-1875 |
A Questão Christie, em termos de Relações Internacionais do Brasil, constitui-se num contencioso entre o governo deste país e o do Reino Unido. Teve lugar de 1862 a 1865.
Esta questão diplomática foi fruto de um conjunto de incidentes envolvendo ambas as nações, culminando, pela atuação inábil do embaixador britânico creditado no Brasil – William Dougal Christie - no rompimento das relações diplomáticas por iniciativa do Brasil (1863).
Em 1862, alguns marinheiros ingleses foram detidos na cidade do Rio de Janeiro, pois, embriagados e em trajes civis, promoviam arruaça nas ruas da então Capital. Constatada a sua condição de militares britânicos, foram imediatamente soltos. O embaixador Christie, não satisfeito, aproveitou a ocasião para exigir a pronta indenização pela carga do navio Prince of Wales, naufragado na costa do Albardão (então Província do Rio Grande do Sul) (1861), a demissão dos policiais brasileiros que tinham efetuado a detenção e um pedido formal de desculpas do governo imperial à Inglaterra. Christie, acerca do naufrágio do navio britânico afirmou ainda que os seus tripulantes foram assassinados por brasileiros antes do afundamento, que teriam procedido o saque da carga.
No ano seguinte, uma esquadra de guerra, sob o comando do almirante Warren, bloqueou o porto do Rio de Janeiro, procedendo o aprisionamento de cinco navios brasileiros ali ancorados. Esse incidente acirrou os ânimos na Capital, resultando em diversas manifestações de protesto, tendo a população ameaçado represálias contra propriedades inglesas no Brasil. O imperador D. Pedro II, visando a uma solução amistosa, recorreu ao rei Leopoldo I da Bélgica, para arbitrar a Questão e, mesmo antes do parecer final daquele monarca, procedeu a indenização da carga do navio naufragado.
O rei belga deu parecer favorável ao Brasil e, como o governo britânico, por sua vez, se negasse a pedir desculpas formais pela atitude de seu embaixador, D. Pedro II decidiu romper relações diplomáticas com a Inglaterra (1863).
Somente quando o governo inglês apresentou desculpas formais ao imperador brasileiro (1865), iniciada a Guerra do Paraguai, é que se reataram as relações diplomáticas entre as duas nações.