Golpe militar
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Um golpe militar caracteriza-se pela tomada do poder de um país pelos militares, num golpe de Estado, instaurando um regime de ditadura militar com o pretexto de defender o país de interesses exteriores ou de ameaças interiores. Geralmente é decretado um estado de sítio, regido segundo a lei marcial, sendo formada uma junta militar encabeçada por qualquer das armas, que nomeia um novo presidente (sempre um militar de alta patente) e seus sucessores.
De maneira geral, os membros do governo deposto são perseguidos e presos, ou então forçados a deixarem o país. Simpatizantes do governo deposto são igualmente perseguidos, e em casos extremos podem ser presos e torturados com intuito de obtenção de informações ou confissões.
Os golpes militares podem ser relativamente "pacíficos", quando não há uma reação popular contrária, ou quando a população apóia os golpistas, mas podem também ser sangrentos, quando a população é dividida quanto ao apoio aos golpistas ou quando uma nação estrangeira intervém no processo.
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[editar] Países que tiveram um ou mais golpes militares
- Veja também o artigo principal: Golpe militar de 1964.
[editar] Brasil - 1964
[editar] Cenário
No ano de 1961, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, havia assumido o governo do Brasil o vice João Goulart, o Jango. Naquela altura, ministros militares já não aceitaram a posse de Jango, um político que descendia diretamente do getulismo, mais próximo de movimentos populares e sindicalistas emergentes àquela época. Houve ali uma negociação política entre Congresso, cúpula militar e tropas legalistas, possibilitando a posse (Jango ficaria no poder de 1961 até 64). Um movimento chamado antipopulista uniu o descontentamento das Forças Armadas e o apoio de alguns de nossos governos civis, reagindo abertamente contra medidas consideradas de caráter nacionalista anunciadas pelo presidente Jango. Entre estas medidas, as chamadas "reformas de base": reforma administrativa, fiscal, agrária, bancária.
[editar] Militares assumem o poder
No dia 1 de abril de 1964, Jango foi deposto e Ranieri Mazzili, o presidente da Câmara dos Deputados, assumiu a presidência, no dia seguinte. Líderes civis como Ulysses Guimarães e Amaral Peixoto (do Partido Democrático Social, PDS), Bilac Pinto e Pedro Aleixo (da União Democrática Nacional, UDN) protagonizaram, da parte do Congresso, tentativas de dar direção política àquela situação. Porém, à frente de fato do governo estava uma junta militar: general Costa e Silva (Exército), brigadeiro Correia de Melo (Aeronáutica) e vice-almirante Rademaker (Marinha). Vários mandatos parlamentares foram cassados e, 15 dias depois, assumiu a presidência, através do Ato Institucional Número Um, o primeiro dos presidentes militares, Humberto de Alencar Castelo Branco.
[editar] Períodos de movimentos radicais
A década de 1960 iniciou um período de grandes modificações na economia do Brasil: de modernização da indústria e dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao capital estrangeiro e de endividamento externo. Os movimentos políticos e sociais dessa época foram intensos e radicais, exemplificados pela presença da censura, pela perseguição a líderes políticos, prisão e tortura (com muitos desaparecidos), pelo terrorismo e pelas guerrilhas.
[editar] Resistência
A sociedade brasileira dos anos 60 participou ativamente, por vezes não publicamente, ora apoiando, ora protestando contra a presença dos militares no poder. Exemplo de manifestação pública de apoio ao golpe foi a "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", organizada por entidades como a União Cívica Feminina.
Fizeram oposição à ditadura militar através de debates, em manifestações públicas e movimentações clandestinas, o movimento estudantil (liderado pelas organizações estudantis UNE, UBEs e UEEs), movimentos sindicais metalúrgicos (como o de Osasco, SP, e de Contagem, MG), ligas camponesas, luta armada (Ação Libertadora Nacional, Vanguarda Popular Revolucionária, Partido Comunista do Brasil)..
[editar] Governos do regime militar
Nesse longo período da história brasileira, do chamado Regime Militar, o Brasil teve vários presidentes que governaram através de atos institucionais e complementares:
- governo Castello Branco (1964 a 67),
- governo Costa e Silva (1967 a 69),
- Junta Militar (de agosto a outubro de 1969),
- governo Médici (1969 a 74),
- governo Ernesto Geisel (1974 a 79),
- governo João Figueiredo (1979 a 85, quando começou a transição de volta à democracia).
[editar] Portugal
- ver artigo principal: Revolução dos Cravos
[editar] Argentina
- ver artigo principal: Ditadura argentina