Fahd da Arábia Saudita
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Fahd bin Abdul Aziz Al-Saud (Riade, 1 de Agosto de 1920 - Riade, 1 de Agosto de 2005) foi Rei da Arábia Saudita entre 1982 e 2005, sendo o quinto rei da família Al Saud.
Fahd, cujo nome significa "leopardo" em árabe, governou a Arábia Saudita durante mais de duas décadas, passando por duas guerras do Golfo, uma queda espectacular dos preços do petróleo e o aparecimento da Al-Qaeda no reino. O rei Fahd defendeu várias propostas para encontrar uma solução para o conflito entre árabes e israelitas e era um dos homens mais ricos do mundo.
Como Rei da Arábia Saudita era o guardião dos lugares santos do Islão de Meca e Medina. Devido a doença, desde 1995 que o soberano de facto era o seu irmão e sucessor Abdala bin Abdelaziz. Nesse ano sofreu uma embolia cerebral, e esteve confinado a uma cadeira de rodas, com graves problemas de memória. A sua saúde, já débil, era afectada por um transplante de rim devido a um cancro, por uma extracção da vesícula, pela diabetes e artrose.
Sexto filho dos mais de 40 que teve o Rei Abdul Aziz, fundador da moderna Arábia Saudita em 1932. Os seus antecessores, além de seu pai, foram o tio Saud e irmãos Faisal e Jaled. Em 1945 o príncipe Fahd fez a sua primeira visita oficial no estrangeiro para assistir à inauguração das Nações Unidas, cerimónia que decorreu em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.
Foi Faisal quem se encarregou de apresentá-lo na cena política em 1952, depois de realizar estudos islâmicos e de cultura ocidental. O seu primeiro cargo foi o de ministro da Educação em 1953 (é Fahd quem abre a escola pública às mulheres e introduz o ensino da ciência), que deixou 10 anos mais tarde quando foi nomeado responsável do Interior.
Em 1964, após a destituição do rei Saud e subida ao trono do seu irmão Faisal, foi designado segundo na hierarquia do Governo. Também dirigiu os Conselhos Superiores de Petróleo, a Universidade, e as Seguranças Nacional e da Peregrinação a Meca.
Tornou-se herdeiro em 1975, depois do assassinato do seu irmão Faisal e ascensão ao trono de Jaled.
[editar] Reinado
Quando sobe ao trono em 1982, Fahd é confrontado com a queda em 20 por cento dos preços de petróleo e realiza importantes reformas económicas, nomeadamente cortes maciços nas subvenções públicas. Reforma também as forças armadas do reino, gastando, entre 1985 e 1991, quase 50 mil milhões de dólares para fazer face às ameaças iraquianas, segundo a revista especializada Jane´s Intelligence Weekly.
Após a invasão do Kuwait pelo Iraque de Saddam Hussein, em Agosto de 1990, Fahd toma a histórica decisão de autorizar a presença das forças norte-americanas na Arábia Saudita, berço do Islão e onde estão as mesquitas santas das cidades de Meca e Medina.
A guerra do Golfo, em 1991, e a chegada das tropas da coligação ao território saudita começam a quebrar os tabus de uma sociedade fundada sobre o wahabismo, uma das interpretações mais rígidas do Islão.
Em 1992, Fahd decide lançar as primeiras reformas políticas da história do reino, criando em 1993 um Conselho Consultivo e promulga a Lei Fundamental inspirada na lei islâmica.
A aliança militar com Washington começa, entretanto, a provocar a cólera dos fundamentalistas, nomeadamente de jovens sauditas como Osama bin Laden, que regressam triunfantes do Afeganistão após terem combatido o Exército Vermelho (da União Soviética) ao lado dos mujaidines.
A partir de 1995, os atentados multiplicam-se na Arábia Saudita e o país torna-se um berço de terroristas da organização islâmica radical Al-Qaeda, liderada por bin Laden.