Diogo Mainardi
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Diogo Briso Mainardi (São Paulo, 22 de setembro de 1962) é um escritor, produtor e roteirista de cinema, e colunista brasileiro. Nos últimos anos, tornou-se um conhecido nome do jornalismo brasileiro, principalmente devido à grande divulgação de sua coluna semanal na Revista Veja, onde tece ácidas críticas à sociedade brasileira e às tendências políticas em geral. É um crítico do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. É irmão do cineasta Vinícius Mainardi.
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[editar] Biografia
Nascido em São Paulo, Mainardi viveu mais de catorze anos em Veneza, Itália, período que denominou "auto-exílio". Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, mas declarou recentemente que vai voltar a emigrar do Brasil - no estilo "ame-o ou deixo-o" (auto-imposto) - , dizendo-se um "retirante", cujo maior talento seria "ir embora do Brasil", em suas próprias palavras[1]. Assim, refaz como paródia a trajetória dos exilados políticos da ditadura.
Antes de morar em Veneza, ingressou na London School of Economics, mas não concluiu a graduação. Em 1980, na cidade de Londres, Inglaterra, conheceu Ivan Lessa, a quem considera, ao lado de Paulo Francis, seu mentor.[2]
Segundo o próprio Mainardi, ele negligenciou os estudos universitários para poder ler os livros (principalmente Graham Greene) que Ivan Lessa lhe emprestava, até abandonar a universidade definitivamente.[3]
Tem como marca de sua coluna comentários polêmicos sobre assuntos relacionados, quase sempre, à política e cultura brasileira. Acredita ser criticado devido à maneira sarcástica e ácida pela qual faz suas críticas, sendo muitas vezes acusado de querer se autopromover à custa de ataques verbais desarrazoados, na maior parte das vezes dirigidos aos políticos em geral, tendo como alvo principal nos últimos tempos Lula, seu governo e o Partido dos Trabalhadores. Outra crítica se faz de sua estratégia d'épater le bourgeois - polemizando com o senso comum (à la Oliviero Toscani).[4]
Mainardi é casado e tem dois filhos.
[editar] Trabalhos
[editar] A coluna na Revista Veja
No início de sua coluna semanal em Veja, em 1999, os temas principais de Mainardi eram Literatura e Arte. Passou três anos escrevendo sobre cultura. Em 2002 abandonou o tema e passou a tratar de política e economia.
O texto simbólico indicativo dessa mudança é o intitulado "A Cultura Me Deprime"[5]. Nele, Mainardi faz um resumo de suas impressões sobre a cultura: "(...) as páginas de cultura não forneceram um único assunto que valesse dez minutos de conversa despretensiosa, numa mesa de restaurante. O ambiente cultural se acostumou à idéia de que não tem nada de relevante para acrescentar à realidade. Esse papel passou a ser cumprido sobretudo pelos economistas, que cultivam o gosto pela polêmica e pelo paradoxo, gerando as melhores discussões na sociedade. Quanto à cultura, tornou-se um blefe."
O alvo principal de suas críticas passou a ser os políticos em geral, não só os brasileiros. Muitas de suas críticas já foram direcionadas, por exemplo, a Berlusconi, o ex-primeiro-ministro italiano.
Mainardi afirma ser ateu[ ]. Faz críticas freqüentes à religião e ao misticismo em geral se apresentando sempre como alguém cético.
Nas suas colunas, critica os políticos, os partidos políticos, a 'esquerda burra' e a 'esquerda inteligente' (sem distinção de raça, cor ou credo religioso), e, principalmente, a pessoa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus aliados políticos.
[editar] Programa de TV
Mainardi atualmente integra a equipe de apresentadores do programa dominical Manhattan Connection, transmitido pelo canal GNT no Brasil e em Portugal, ao lado de Lucas Mendes, Caio Blinder, Ricardo Amorim e Lúcia Guimarães.
No programa, os apresentadores debatem assuntos relacionados a política, economia e cultura, do Brasil e dos Estados Unidos principalmente. Com a morte de Paulo Francis, em 1997, que integrava a formação original, Mainardi passou a ocupar seu lugar, após a passagem de Arnaldo Jabor pela "cadeira", o que reforçou os comentários de que ele seria uma espécie de sucessor de Francis.[6]
[editar] Roteiros para o cinema
Como roteirista, escreveu 16060 (1995) e "Mater Dei" (2000), filmados por seu irmão, o cineasta Vinícius Mainardi. Segundo Mainardi, seu filme tem o grande mérito de não ter usado verba pública: Mater Dei foi custeado pelos próprios irmãos Mainardi e pelo multi-milionário João Paulo Diniz (filho do dono do Grupo Pão de Açucar). Os protagonistas do filme são Carolina Ferraz, Dan Stulbach e Gabriel Braga Nunes.
O fracasso de "Mater Dei" foi atribuido por Mainardi aos críticos, por rancor. Na revista contracampo, Felipe Bragança qualifica o filme de "constrangedor"[7]. Após suas duas experiências cinematográficas, afirma ter desistido do cinema.[ ]
[editar] Obra bibliográfica
Como escritor, Mainardi publicou "Malthus" (1989), "Arquipélago" (1992), "Polígono das Secas"(1995), "Contra o Brasil" (1998), e "A Tapas e Pontapés" (2004), este último uma coletânea das suas colunas na Revista Veja.
"Malthus" é o primeiro livro de Mainardi, pelo qual ganhou o Prêmio Jabuti, em 1990.
Em "Polígono das Secas", Mainardi ridiculariza os mitos sertanejos e a literatura brasileira baseada neles.
"Contra o Brasil" traz como protagonista Pimenta Bueno, um anti-herói que percorre o livro de ponta a ponta repetindo frases de figuras históricas reais que proferiram as mais diversas imprecações contra o Brasil.
Diogo também traduziu "Le città invisibile" (As cidades invisíveis), de Ítalo Calvino.
[editar] Notas
- ↑ Veja, 1 de Julho de 2006
- ↑ Veja, 9 de Agosto de 2003
- ↑ Veja, 9 de Agosto de 2003
- ↑ Garoto ruim de bola, artigo de Samir Thomaz
- ↑ Veja, 14 de agosto de 2002
- ↑ Sai Jabor, entra Mainardi, artigo de Rafael Galvão
- ↑ Mater Dei, de Vinicius Mainardi
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
- Página do canal GNT, que transmite o programa Manhattan Connection
- Sobre Diogo - Página de discussão sobre suas colunas e entrevistas
- Página oficial da revista Veja
- A ironia sempre perde - Entrevista com Diogo Mainardi - breves notas