Dinastia Yuan
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A Dinastia Yuan da China foi uma linhagem de imperadores de origem mongol fundada por Kublai Khan, neto de Genghis Khan, formalmente em 1271.
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[editar] Origem
Os mongóis, sob várias lideranças, foram conquistando no período entre 1211 a 1271 as várias regiões que compunham o atual território da China, na época dividida por mais de 300 anos entre as dinastias Jin ao norte, os Xixia no centro e Song ao sul. Durante o reinado de Genghis Khan, foram conquistadas várias áreas do norte da China, dentre elas a Manchúria e a cidade de Beijing, após um longo cerco. Seu filho Ogodei conquistou em 1234 a cidade de Kaifeng e iniciou a guerra contra os Song. Porém seu reinado ficou mais conhecido pelas campanhas no Oriente Médio e na Europa, aonde os exércitos mongóis chegaram perto de Viena, tendo esta campanha sido abortada prematuramente devido a sua morte. A conquista da China veio a se intensificar ainda mais nos reinados de Mongka e Kublai Khan, principalmente no do último. Durante o reinado de Mongka, ao mesmo em que Hulagu comandava os exércitos mongóis no Oriente Médio e Berke promovia um segundo ataque à Polônia, Kublai Khan prosseguia com a conquista da China. Após a morte de seu irmão, derrotou Arik Böke (também seu irmão) em uma disputa de poder e se tornou o grande khan do Império Mongol. Uma de suas primeiras atitudes foi transferir a capital de Karakorum para Beijing. Em 1279, após aniquilar os últimos remanescentes dos Song na famosa batalha de Yamen, a conquista da China foi enfim concluída. Kublai então fundou uma dinastia ao estilo chinês, transformando-o em uma entidade politicamente distinta do resto do grande Império Mongol que se espalhara pela Ásia durante o Século XIII. À essa altura, outras regiões do Império Mongol como a Horda de Ouro e o canato de Djaghatai eram na prática independentes. Durante o governo de Kublai Khan, a China viu suas estradas e seus meios de comunicação, bem como suas vias navergáveis restauradas, o que abriu aos chineses a possibilidade de comércio com estrangeiros.
[editar] Evolução Política e a dominação sobre a China
A Dinastia Yuan caracterizou-se pela ineficiência admnistrativa e grave estratificação social, causada, basicamente, pela inexperiência dos mongóis (até décadas antes, nômades inquietos organizados em pequenos clâs independentes) em administração pública. Primeiramente, os governantes mongóis posicionaram todos os mongóis no extrato mais superior da sociedade, conferindo-lhes isenção de impostos e direitos a propriedades. Em seguida vinham os funcionários públicos. Kublai Khan havia abolido a tradição do concurso público para a seleção de chineses para compor o corpo burocrático do império.
A decisão de abolir os concursos teve consequências sociais a longo prazo. Até então, muitos jovens de famílias abastadas se esforçavam para passar nesses exames para ter uma vida cômoda na administração. Com a abolição dos concursos, estes jovens passaram a buscar outras saídas profissionais, resultando no crescimento do número de professores e de médicos, por exemplo. Ademais, a supressão dos exames também teve repercussões a nível linguístico. Ao não haver os concursos, deixaram de estudar os textos clássicos, e com isso declinou o conhecimento do chinês clássico, apesar de crescer o uso da língua vernáculo como meio escrito.
A ineficiência dos mongóis em operar a máquina administrativa de uma civilização tão antiga e complexa fez com que os mongóis importassem, principalmente, turcos e persas para compor a burocracia imperial, e estes estrangeiros (conhecidos como "os de olhos coloridos") compunham a segunda classe social mais importante. Os chineses nativos, a grande maioria da população, encontravam-se nas classes mais baixas. Os Jin ainda possuíam direitos a terras, e a aristocracia chinesa permaneceu no poder local do antigo reino Jin. Os cidadãos comuns tinham direitos restritos a propriedade e ao trabalho, sendo usados no comércio e na prestação de serviços. Os Song, por sua vez, tinham liberdades civis especialmente restritas (não podiam portar armas nem sair às ruas à noite, por exemplo).
[editar] Campanhas militares contra países vizinhos
Kublai Khan, objetivando estender ainda mais seus domínios, promoveu algumas campanhas militares contra reinos vizinhos. Em 1274 promoveu um ataque contra o Japão, na época governado pelos Kamakura. Por conta de uma tempestade marítima tal ataque fracassou, somado a resistência local. Um segundo ataque ocorreu em 1281, também fracassado por uma tempestade marítima, que foi chamada pelos japoneses de kamizake, ou vento divino. Kublai ainda pretendia atacar o Japão novamente em 1286, porém devido a falta de recursos para tal empreitada isso não possível, além de sua morte 6 anos mais tarde. Também foram feitas campanhas contra os reinos do Sudeste Asiático, sem muito sucesso. Em 1292 foi promovido um ataque contra Java, também mal-sucedido.
Ainda no plano externo, em meio à sua política toda focada para a China e reinos vizinhos, as regiões mais distantes do Império, tais como a Rússia, a Pérsia e o Turquestão, foram deixadas de lado, contribuindo assim para a fragmentação do Império Mongol em Canatos independentes menores.
[editar] Derrubada do poder, ascensão da dinastia Ming
Os fracassados programas econômicos que geraram um esvaziamento do tesouro imperial, aliado às rixas entre os sucessores do Imperador (invariavemente homens fracos e de competência admnistrativa duvidosa), assim como a situação servil do povo chinês em suas próprias terras foram o estopim para movimentos nacionalistas durante a primeira metade do Século XIV.
Numa tentativa de reverter tal situação o sistema de concursos públicos foi restaurado em 1315. A matéria destes novos exames se tornou uma versão simplificado do canon neocofunciano de Zhu Xi. Havia dois tipos de exames: um mais fácil para os mongóis e demais povos não-chineses, e um segundo tipo mais difícil para os chineses. A adoção deste canon neoconfunciano terá consequências a longo prazo, o qual se manterá durante as dinastias seguintes até a abolição do sistema de exames em 1905.
A Dinastia Yuan perdurou até 1368, quando uma revolta camponesa instaurou a Dinastia Ming no poder.