Sotaque
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Sotaque é uma maneira particular de determinado locutor pronunciar determinada língua, em relação à linguagem considerada padrão. É a variante própria duma região, classe social, etnia, sexo, idade ou indivíduo, em qualquer grupo linguístico e pode-se caraterizar por alterações de ritmo, entonação, ênfase ou distinção fonêmica.
Dependendo da origem, da experiência e do contexto social no qual o falante está inserido, poderá ser mais ou menos capaz de identificar e/ou compreender sotaques diferentes do seu próprio.
Sotaque não deve ser confundido com dialeto, que se trata duma diversidade de vocabulário e gramática, para além da pronúncia em si. Por vezes, especialmente em línguas difundidas dentre grupos grandes e distintos, alguns sotaques gozam de maior prestígio e autoridade, por razões históricas, culturais ou meramente monetárias.
Um sotaque identificado por falantes nativos como estrangeiro é aquele que vem marcado pela fonologia doutra língua, que o falante dessa língua adquirida inconscientemente interpreta como idêntica àquela peculiar ao seu próprio vernáculo; i.e. o falante não-nativo tende a assimilar os fonemas da língua aprendida àqueles com que está já familiarizado.
Nas divisões compreendidas de estados ou regiões de países, é muito comum se identificarem sotaques diferentes. Na maioria dos casos, se entende como estranho ou inferior a pessoa cujo sotaque seja diferente dos demais. Porém, este pensamento é tanto intolerante como irracional, pois a diferença de sotaques não faz com que um deles seja o correto, muito menos que outro seja errado ou inferior.
Classifica-se, portanto, que a quantidade de sotaques numa determinada língua integra uma identidade; ou seja, nenhum sotaque é certo, ao mesmo tempo que nenhum sotaque é errado. Pensar, por exemplo, na riqueza ou beleza de uma região (cidade, estado, país, etc) e classificar o sotaque lá usado como o correto, torna-se, de certa forma, um crime, pois fere a cultura e possui caráter nazista.
De fato não existe um sotaque certo, entretanto em países de dimensões continentais como o Brasil, USA, Rússia e China, um sotaque é escolhido como modelo-padrão. No Brasil, especialmente, podemos identificar o sotaque carioca como sendo o padrão para a língua portuguesa no Brasil. Isso se deve ao fato do Rio de Janeiro ter sido capital do Brasil por quase 200 anos e concentrar consideravelmente a intelectualidade brasileira, além a produção cultural.
Vale salientar que a língua portuguesa é uma exceção ao que foi dito acima, pois possui dois sistemas normativos: o Brasileiro e o Português. No sistema Português, o sotaque culto de Coimbra é o certo, já no Brasil, o sotaque carioca culto, que não tem o fonema "S" tão chiado, como o sotaque carioca popular, é o correto e o mais prestigiado. Com freqüência falam que o sotaque paulistano culto é o mais prestigiado, mas isso é puro mito. As pessoas cultas de São Paulo ao tentarem falar o sotaque carioca acabam não o reproduzindo com a perfeição dos falantes nativos. Assim, falam com um sotaque que é bastante aceito no Rio. O sotaque do apresentador William Bonner no Jornal Nacional da Tv Globo é um exemplo, não é carioca puro, mas também não é paulistano. Já a mulher dele, a Fátima Bernardes, carioca "da gema", fala o sotaque carioca culto, mas com o "s" do interior do Estado do Rio de Janeiro.