Sophie Germain
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nascimento | 1 de Abril de 1776 Paris, França |
---|---|
Falecimento | 27 de Junho de 1831 Paris, França |
Nacionalidade | Francesa |
Marie-Sophie Germain (Paris, 1 de Abril de 1776 - 27 de Junho de 1831) era filha de um comerciante que, embora financeiramente bem sucedido, não pertencia à aristocracia.
Ainda menina, mexendo na biblioteca de seu pai, encontrou o livro História da Matemática de Jean-Étienne Montucla. O livro continha a enorme relação das descobertas de Arquimedes. Imediatamente, pôs-se a estudar sozinha a teoria básica de números, cálculos e, até altas horas da noite, os trabalhos de Leonhard Euler e Isaac Newton. Nunca se casou, tendo tido sua careira de pesquisadora financiada por seu pai.
Em 1794, foi aberta a Escola Politécnica em Paris, fundada como uma academia de excelência para a formação de matemáticos e cientistas de toda a nação, e reservada exclusivamente para homens. Sem coragem para se propor ao conselho acadêmico, assumiu a identidade de um antigo aluno da academia, Monsieur Antoine-August Le Blanc. A administração acadêmica não sabia que o real Sr. Le Blanc tinha deixado Paris e continuou imprimindo e enviando suas lições que ela interceptava, apresentando, semanalmente, suas respostas aos problemas sob seu novo pseudônimo. Dois meses depois, o supervisor do curso, Joseph-Louis Lagrange, surpreso pela transformação notável de um aluno medíocre que agora apresentava soluções engenhosas aos mais variados problemas, requisitou um encontro com o aluno aparentemente reabilitado. Germain foi forçada a revelar sua identidade. Lagrange tornou-se seu mentor e amigo. Finalmente havia um professor que podia inspirá-la e com quem podia falar sobre suas ambições.
Aos vinte anos, interessada pela teoria dos números, e desejando discutir suas ideias com um teórico dos números, escreveu para Carl Friedrich Gauss, considerado o Príncipe dos Matemáticos. Embora já tivesse uma certa reputação em Paris, temendo não ser levada a sério por ser mulher, voltou ao pseudônimo, assinando suas cartas como Monsieur Le Blanc. Sua verdadeira identidade foi revelada quanto o Imperador Napoleão, em 1806, invadiu a Prússia - o que levou Sophie Germain a solicitar ao General encarregado das tropas invasoras que garantisse a segurança de Gauss. Tendo tomado conhecimento de que devia sua vida a uma certa Mademoiselle Sophie Germain, perguntou quem era sua salvadora. Germain revelou sua verdadeira identidade. Longe de ficar aborrecido com o engano, Gauss escreveu-lhe dizendo de sua surpresa e satisfação por encontrar-se frente a um “inacreditável exemplo” de uma mulher matemática. E termina dizendo “... nada poderia provar-me, de maneira tão lisonjeira e inequívoca, que as atrações desta ciência que enriqueceu a minha vida com tantas alegrias não são uma quimera, quanto à predileção com que você me honrou”.
A correspondência com Gauss inspirou muito o trabalho de Sophie Germain, mas em 1808 o seu relacionamento terminou abruptamente quando Gauss foi nomeado professor de astronomia na Universidade de Göttingen. Os seus interesses passaram da teoria dos números para a matemática aplicada. Sem seu mentor e confidente desinteressou-se e, um ano depois, abandonou a matemática pura.
Iniciou uma carreira na física, disciplina na qual, mais uma vez, tornar-se-ia brilhante, apenas prejudicada pelos preconceitos existentes. Fez importantes contribuições que firmaram os fundamentos para a moderna teoria da elasticidade. Como resultado de suas pesquisas com os números primos e seu trabalho com o Último Teorema de Fermat ela recebeu uma medalha do Instituto de França e se tornou a primeira mulher que, não sendo a esposa de um membro, podia participar das conferências da Academia de Ciências.
Posteriormente, em seus últimos anos, refez o seu relacionamento com Carl Gauss, que convenceu a Universidade de Göttingen a premiá-la com um grau honorário. Antes que a Universidade lhe tivesse concedido a honraria, Sophie Germain morreu de câncer no seio.
Embora tenha sido ela, provavelmente, a mulher com maior capacidade intelectual que a França produziu, na notícia oficial de sua morte, foi designada como uma rentière-annuitant (solteira sem profissão) – ao invés de matemática, além de ter sido omitido o seu nome da relação dos setenta e dois sábios cujas pesquisas contribuíram definitivamente para a construção da Torre Eiffel - quando os seus estudos para estabelecer a teoria da elasticidade dos metais foram fundamentais para a construção daquela torre.