Roquette-Pinto
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Edgar Roquette-Pinto (Rio de Janeiro, 25 de setembro de 1884 - Rio de Janeiro, 18 de outubro de 1954) foi um médico legista, professor, antropólogo, etnólogo e ensaísta brasileiro. É considerado o pai da radiofusão no Brasil. Foi diretor do Museu Nacional em 1926, organizando ali a maior coleção de filmes científicos no Brasil.
Roquette-Pinto foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade de Geografia, da Academia Nacional de Medicina, da Associação Brasileira de Antropologia (da qual foi presidente de honra) e de inúmeras outras associações culturais, nacionais e estrangeiras. Foi também membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de nº 17, e um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro.
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[editar] Primeira rádio do Brasil
No ano que comemorou o 1° centenário da Independência do Brasil, ocorreu no Rio de Janeiro, por ser a antiga capital federal, uma grande feira internacional, que recebeu visitas de empresários americanos trazendo a tecnologia de radiofusão para demonstrar na feira, que nesta época era o assunto principal nos Estados Unidos
Para testar o novo meio de comunicação, os americanos instalaram uma antena no pico do morro do Corcovado (onde atualmente é o Cristo Redentor). A primeira transmissão radiofônica no Brasil foi um discurso do presidente Epitácio Pessoa, que foi captado em Niterói, Petrópolis, na serra fluminense e em São Paulo, onde foram instalados aparelhos receptores. A reação de Roquette Pinto a essa tecnologia foi: "Eis uma máquina importante para educar nosso povo".
Depois da primeira transmissão no Brasil, em 1922, Roquette Pinto tentou convencer o Governo Federal a comprar os equipamentos apresentados na Feira Internacional. Para o bem da comunicação do Brasil, Roquette Pinto não desistiu, e conseguiu convencer a Academia Brasileira de Ciências a comprar os equipamentos. Foi criada a primeira rádio do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1923, e dirigida por Roquette Pinto.
[editar] Censura
Em 1936, os aparelhos de rádio já podiam ser comprados em lojas do ramo. Nesse mesmo ano, a Sociedade Rádio do Rio de Janeiro foi doada ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), que tinha como titular Gustavo Capanema, que comunicou a Roquette Pinto que a rádio seria incoporada ao tão temido Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), orgão responsável pela censura durante a era de Getúlio Vargas.
Roquette Pinto ficou indignado com a proposta de incorporação ao DIP e exigiu a autonomia da rádio, para preservar a função educativa que ela tinha. Roquette Pinto ganhou a disputa, e a rádio MEC mantém até o hoje o mesmo ideário. Consta que, ao se despedir do comando da emissora que fundara, sussurrou chorando ao ouvido da filha Beatriz: "Entrego esta rádio com a mesma emoção com que se casa uma filha".
[editar] Obras
- O exercício da medicina entre os indígenas da América (1906);
- Excursão à região das Lagoas do Rio Grande do Sul (1912);
- Guia de antropologia (1915);
- Rondônia (1916);
- Elementos de mineralogia (1918);
- Conceito atual da vida (1920);
- Seixos rolados Estudos brasileiros (1927);
- Glória sem rumor (1928);
- Ensaios de antropologia brasiliana (1933);
- Samambaia, contos (1934);
- Ensaios brasilianos (1941);
- além de grande número de trabalhos científicos, artigos e conferências, publicados de 1908 a 1926, em diferentes revistas e jornais.