Poesia do Brasil
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É possível que a história da POESIA NO BRASIL comece com os Jesuítas, no primeiro século da colonização do Brasil (XVI); ou, mais exatamente, com José de Anchieta, jovem jesuíta das Canárias, evangelizador e mestre, que escrevia versos à Virgem nas areias da praia (é o que se conta). Mas não é aí que começa a história da POESIA BRASILEIRA. Em geral, admite-se que a poesia brasileira tenha se anunciado com os Árcades, no século XVIII, sendo os mais famosos os de Minas Gerais, pois se relacionaram ao primeiro movimento de independência no Brasil, a Inconfidência Mineira (fins do século XVIII). Esses poetas, no entanto, ainda estavam muito presos aos cânones clássicos e portugueses das Academias. Antes deles, no século anterior, Gregorio de Mattos, da Bahia — já na época barroca do Brasil — reflete pelo menos a "cor local". Esse poeta é conhecido principalmente por sua poesia satírica, que lhe ganhou a denominação "Boca do Inferno"... Será, no entanto, na época do Romantismo brasileiro, no século XIX já bem andado, que surgirá a primeira geração mais realmente brasileira de poetas, alguns dos quais relacionados a grandes causas nacionais, como a abolição da escravatura (Castro Alves...). Nessa geração cabem, contudo, poetas de cunho bem diverso, incluindo o intimismo (Casimiro de Abreu...). Datam da época do Romantismo não só os temas mais propriamente brasileiros (sendo que o chamado Indianismo é uma das vertentes da poesia romântica brasileira) (Gonçalves Dias...), como, também, marcas nacionais na linguagem. Mas somente com o chamado Modernismo (o brasileiro nada tem a ver com o hispano-americano) a poesia brasileira (e a literatura brasileira em geral) se afirmará como tal. No século XIX, outras correntes poéticas européias, além do Romantismo, refletem-se no Brasil, propiciando a configuração do Simbolismo (Alphonsus de Guimarães, Cruz e Souza...) e do Parnasianismo (Raimundo Correa, Olavo Bilac...) O Modernismo brasileiro se afirma, nas artes e na literatura em geral, a partir da Semana de Arte Moderna (1922, São Paulo, SP), que buscou - e conseguiu - "épater le bourgeois"... As correntes modernistas reúnem, a partir daí,uma geração de poetas famosos - nem sempre apenas poetas, como o grande corifeu Mário de Andrade, autor de MACUNAÍMA, a obra básica desse movimento , ou o não menos histórico Oswald de Andrade (que com o primeiro não tinha parentesco) -, sendo que muitos deles ultrapassaram essa fase histórico-literária e constituíram , na fase dita pós-modernista da poesia brasileira, uma ilustre geração de poetas : Carlos Drummond de Andrade,Manoel Bandeira, Cecília Meireles, Jorge de Lima e tantos outros, como João Cabral de Melo Neto... -, todos eles poetas "maiores" -, geração essa que, como tal, ainda não encontrou sucessora. Thiago de Melo,Paulo Leminski, José Paulo Paes, Manuel de Barros, Adélia Prado... podem ser citados entre os numerosos poetas eruditos contemporâneos. Porém seria falha grave não mencionar a riqueza e a variedade da poesia popular brasileira, ou não salientar a poesia que se abriga nas letras de canções, o que é natural num "país musical" como o Brasil, cuja música "popular" é de imensa importância. Assim, individualmente ou em parcerias, Chico Buarque de Hollanda, Geraldo Vandré, o poeta Vinícius de Moraes..., entre inúmeros outros compositores e letristas (a maioria desses, de origem realmente popular) dotaram o Brasil de uma das riquezas culturais que mais marcadamente o caracterizam. (Maria Luiza de Carvalho Armando, RS, BR - a 13 de junho de 2006, refazendo o artigo anterior, por ser isso necessário)
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