O Noviço
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O noviço é uma peça teatral brasileira escrita pelo comediógrafo Martins Pena em 1845.
[editar] Enredo
Uma das poucas peças de Martins Pena em três atos, O noviço gira em torno da pérfida ação de Ambrósio que se casa por interesse com Florência, rica viúva, mãe da jovem Emília, do menino Juca e tutora do sobrinho Carlos, este o personagem principal da peça. O vilão Ambrósio já havia convencido a mulher a colocar Carlos (o noviço) em um seminário. Agora quer também internar Emília em um convento, pois ela se encontra em idade de casar e teria de receber um dote significativo da mãe. Igual destino aguarda o menino que deve se tornar frade. Assim, Ambrósio ficaria com toda a fortuna de Florência.
Carlos, no entanto, foge do convento e esconde-se na casa da tia, já que quer fazer carreira militar e, sobretudo, desposar a prima Emília, por quem está apaixonado. O acaso o ajuda na luta contra Ambrósio: vinda do Ceará, surge Rosa, a primeira mulher do vilão e da qual ele não se separara oficialmente. Rosa conta a Carlos que o seu marido desaparecera com todo o dinheiro que ela possuía.
O problema imediato de Carlos, porém, é livrar-se do Mestre dos Noviços que está atrás dele para reconduzí-lo ao convento. Em cena hilariante, aproveita-se da ingenuidade da mulher e troca de roupa com ela. Esta, em seguida, é encontrada pela autoridade religiosa com a batina do rapaz. Confundida com o noviço fugido, é remetida imediatamente ao seminário. Enquanto isso, Carlos, vestido de mulher, começa a ameaçar Ambrósio com a história de sua bigamia. Após inúmeras peripécias, o vilão é desmascarado diante da própria Florência, e os jovens Carlos e Emília ficam livres para o mútuo envolvimento amoroso.
[editar] Fragmento da cena XII
- Entra Ambrósio de casaca, seguido de Florência e Emília, ambas de véu de renda preta sobre a cabeça.
- Ambrósio, entrando --Andem, andem! Irra, essas mulheres a vestirem-se fazem perder a paciência!
- Florência --Estamos prontas.
- Ambrósio, vendo Carlos --Oh, o que fazes aqui?
- Carlos principia a passear pela sala de um para o outro lado --Não vê? Estou passeando; divirto-me.
- Ambrósio --Como é lá isso?
- Carlos, do mesmo modo --Não é da sua conta.
- Florência --Carlos, que modos são esses?
- Carlos --Que modos são? São os meus.
- Emília, à parte --Ele se perde!