Movimento 2 de Junho
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O Movimento 2 de Junho (em alemão: Bewegung 2. Juni) foi uma organização de extrema-esquerda dedicada a acções de guerrilha urbana na República Federal Alemã dos anos 70.
O grupo foi buscar o seu nome à data na qual faleceu Benno Ohnesorg, um jovem estudante pacifista que foi baleado pela polícia durante uma manifestação contra o xá do Irão em Berlim Ocidental no ano de 1967.
O Movimento 2 de Junho nasceu por volta de 1971, embora as suas origens sejam obscuras. O grupo enquadra-se no clima contestário da Alemanha Ocidental de finais dos anos 60, durante o qual surgiram uma série de pequenos grupos que visavam transformar a sociedade, alguns pela via pacífica, outros através de acção violenta. Os seus membros eram oriundos de grupos como o Kommune I e os West Berlin Tupamaros.
Manteve relações com a Facção Exército Vermelho (Grupo Baader-Meinhof), apesar das diferenças a nível ideológico e de composição dos militantes existentes entre as duas organizações. Enquanto que a Facção Exército Vermelho era uma organização que se revia no marxismo, o Movimento 2 de Junho seguia como orientação o anarquismo; os seus membros foram sobretudo jovens da classe proletária, situação diferente dos membros da Facção, que eram jovens estudantes da classe média.
As suas acções militares iniciaram-se em 1972. A 2 de Fevereiro deste ano membros do grupo colocaram uma bomba num alpendre para guardar barcos que era utilizado por militares britânicos, do qual resultou a morte de um emprego alemão. O ataque foi justificado como um apoio do grupo ao Provisional Irish Republican Army.
Em Maio de 1972 o Movimento 2 de Junho colocou uma bomba no consulado da Turquia de Berlim em protesto pela morte de estudantes turcos, mas a bomba não explodiu. A organização decidiu então colocar uma bomba na Embaixa da Turquia em Bona. De novo o plano não chegou a ser concretizado, já que os membros do grupo foram detidos pela polícia enquanto dormiam num canto de estrada durante a viagem para Bona.
A acção mais mediática do grupo ocorreu a 27 de Fevereiro de 1975 quando três membros da organização (dois homens armados e uma mulher) raptaram Peter Lorenz, político do União Democrata Cristã (CDU), candidato do partido às eleições para a Câmara Municipal de Berlim, enquanto este viajava de automóvel. Em troca da libertação de Lorenz o Movimento 2 de Junho pedia a libertação de alguns militantes detidos na prisão. A 3 de Março o governo alemão aceitou a proposta e levou os prisioneiros para o Iémen do Sul, onde estes conseguiram asilo político; Lorenz foi libertado no dia seguinte.
O Movimento 2 de Junho dissolveu-se no começo dos anos 80. Alguns dos seus membros passaram a integrar a Facção Exército Vermelho.