Mohammed Mossadegh
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Mohammed Mossadegh (Teerão, 1880 - 5 de Março de 1967) foi primeiro-ministro do Irão entre 1951 e 1953.
Mossadegh nasceu na capital iraniana e era filho do ministro das Finanças e de uma princesa membro da dinastia Qadjar.
Fez os seus estudos em Paris, na École libre des sciences politiques e na Suiça, onde em 1913 doutorou-se em Direito pela Universidade de Lausanne. No ano seguinte regressou ao seu país, tendo sido nomeado governador da província de Fars.
Em 1921 foi nomeado ministro das Finanças. Desempenhou ainda a função ministro dos Negócios Estrangeiros entre 1923 e 1925. Neste ano opôs-se ao golpe de Reza Khan, que tinha deposto o último membro da dinastia Qadjar, declarando-se xá. Em consequência do seu posicionamento, Mossadegh foi forçado a se retirar da vida política, tendo estado preso durante dois anos.
Mossadegh regressaria à política em 1943, ano em que foi eleito deputado, liderando uma força política nacionalista. Dois anos antes Reza Khan tinha abdicado a favor do seu filho, Mohammad Reza Pahlavi. Mossadegh não era comunista, mas um nacionalista que defendia o controlo por parte do Irão das suas riquezas petrolíferas. Neste sentido, opôs-se com sucesso à atribuição à União Soviética de uma concessão de petróleo na região norte do país. Era também favorável à nacionalização da Anglo-Iranian Oil Company.
Por causa da sua enorme popularidade, o xá do Irão teve que aceitar a sua eleição como primeiro-ministro do país em 1951. A 1 de Maio do mesmo ano o parlamento aprovou a nacionalização do petróleo, tendo sido extinta a Anglo-Iranian Oil Company. Nesse ano a revista "Time" nomeou-o "Homem do ano" e Mossadegh era visto com o símbolo na luta anti-imperialista. Em retaliação os britânicos orquestraram nos mercados internacionais um embargo ao petróleo iraniano com o objectivo de sufocar economicamente o país. Os Estados Unidos da América opuseram-se ao boicote por entenderem que ele poderia favorecer uma aproximação à União Soviética.
Esta situação, aliada ao desejo de Mossadegh em possuir mais poderes como primeiro-ministro, instalou uma crise entre Mossadegh e o xá. Foi então que os britânicos pensaram num plano para afastar Mossadegh do poder, no qual envolveram os Estados Unidos, agitando junto desta nação o fantasma de um suposto desejo por parte da União Soviética em controlar o Irão.
A 15 de Agosto de 1953, instigado pela CIA, o xá demitiu Mossadegh, o que provocou tumultos populares a favor do primeiro-ministro; o xá foi obrigado a abandonar o Irão, refugiando-se em Roma. Mossadegh permaneceu no seu cargo até ao dia 19 de Agosto, quando um golpe de estado instalou o general Fazlollah Zahedi como novo primeiro-ministro.
Mossadegh foi detido e condenado a três anos de prisão. Após a sua libertação viveu o resto dos seus dias sob prisão domiciliária, tendo falecido com cancro.