Maxime Rodinson
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Maxime Rodinson (Paris, 26 de Janeiro de 1915 - Marselha, 23 de Maio de 2004) foi um historiador, linguista, sociólogo e orientalista francês. Académico de orientação marxista, Maxime Rodinson notabilizou-se pelos seus trabalhos sobre o Islão e o mundo árabe.
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[editar] Biografia
Filho de judeus emigrados da Rússia e da Polónia - militantes comunistas operários da indústria têxtil -, Maxime frequentou apenas o ensino básico e aos treze anos tornou-se rapaz de recados. Contudo, interessa-se pelo mundo das línguas (aprende o latim e o grego) e adquire outros conhecimentos de maneira autodidacta.
Quando tinha dezassete anos apresentou-se ao concurso de admissão para a École des langues orientales destinado a candidatos sem o ensino liceal. É o início de uma carreira académica de sucesso. Para além do diploma daquela instituição, era também doutor em Letras e diplomado pela École pratique des hautes études, onde terminou a sua carreira como director de estudos.
Em 1937 adere ao Partido Comunista Francês, mas a sua militância foi sempre fraca, acabando mesmo por ser expulso em 1958. É mobilizado para a Segunda Guerra Mundial em 1939, mas devido aos seus conhecimentos de línguas do Médio Oriente é enviado para o Líbano, onde trabalha como professor universitário e bibliotecário e depois para a Síria. Os seus pais morrem em 1943 no campo de concentração de Auschwitz.
Regressa a França em 1948 onde exerce funções como responsável pela secção oriental da Biblioteca Nacional. Os seus primeiros estudos sobre o Islão centram-se nos alimentos desta cultura.
Em 1961 lança uma biografia do profeta Maomé, que permanece uma referência até aos nossos dias.
Apesar das suas raízes judaicas, Maxime era antisionista. Em 1967 publica na revista Les Tempes Modernes o artigo "Israel, facto colonial?" no qual argumentava que a criação do Estado de Israel era uma manifestação tardia do colonialismo. Porém, sempre argumentou que seria uma injustiça tentar destruir aquele estado. Em 1968, juntamente com o especialista em história da Algéria Jacques Berque, cria um grupo de estudo e de intervenção cujo propósito é apoiar a criação de um Estado palestiniano (GRAPP, Groupe de recherches et d´action pour le règlement du problème palestinien).
Para além de director da revista de estudos árabes Arabica, foi professor nas universidades de Princeton e Amesterdão.
[editar] Obras publicadas em português
- 1982 Os árabes. Mem Martins, Publicações Europa-América.
- 1992 Maomé. Lisboa, Editorial Caminho.
- 1997 O Islão político e crença. Lisboa, Instituto Piaget.
- 1997 De Pitágoras a Lenine: Activismos Ideológicos. Lisboa, Instituto Piaget.
[editar] Outros títulos (em francês e inglês)
- 1966 Islam et capitalisme. Paris, Seuil.
- 1968 Israël et les refus arabe, 75 ans d´histoire. Paris, Seuil.
- 1972 Marxisme et monde musulman. Paris, Seuil.
- 1973 Israel: A Colonial-Settler State?. Pathfinder Press.
- 1980 La Fascination de l´Islam. Paris, Maspero.
- 1981 Peuple juif ou problème juif?. Paris, Maspero.
- 1998 Entre Islam et Occident. Paris, Les Belles Lettres.
[editar] Referências
- Jean-Pierre Digard, Maxime Rodinson (1915-2004), L'Homme, 171-172 - Musique et anthropologie, 2004
http://lhomme.revues.org/document1546.html
- Décès de Maxime Rodinson, spécialiste du monde arabe, Le Nouvel Observateur
http://archquo.nouvelobs.com/cgi/articles?ad=culture/20040525.OBS9821.html&datebase=20040525
- Farouk Mardam-Bey, Maxime Rodinson, le savant et le militant, POLITIS, 3 de Junho 2004
http://www.politis.fr/article984.html
- Douglas Johnson, Obituary: Maxime Rodinson, The Guardian, 3 de Junho de 2004
http://books.guardian.co.uk/obituaries/story/0,11617,1230470,00.html
[editar] Ligação externa
- Maxime Rodinson comenta os acontecimentos do 11 de Setembro de 2001 - Entrevista na revista Le Point, 5 de Outubro de 2001 (francês).