Luiz Francisco Rebello
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Luiz Francisco Rebello (n. Lisboa, 1924), dramaturgo, crítico teatral, historiador de teatro e ensaísta português.
Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa presidiu a Sociedade Portuguesa de Autores durante 30 anos (1973 a 2003), especializando-se na área dos direitos de autor.
Com ligações ao teatro, fundou e dirigiu, em 1946, juntamente com Gino Saviotti, o Teatro-Estúdio do Salitre e, em 1971, foi nomeado director do Teatro São Luiz, cargo de que se viria a demitir no ano seguintepor não concordar com as ingerências da Comissão de Censura. Colaborou em inúmeros jornais e revistas, entre eles a Colóquio/Letras, o Jornal de Letras, a Seara Nova e a Vértice. Dirige, desde 1971, um Dicionário do Teatro Português, publicado em fascículos.
Tem estado ligado, desde a década de 50, a muita da renovação do teatro no nosso país. A sua estreia como dramaturgo ocorreu em 1947, com a "fábula em um acto" O Mundo Começou às 5 e 47, à qual se seguiram as peças O Dia Seguinte (1953), traduzida e representada em doze países, O Fim na Última Página, Alguém Terá de Morrer (1956), É Urgente o Amor, Os Pássaros de Asas Cortadas (1959), adaptado ao cinema por Artur Ramos, Condenados à Vida (1963 - Prémio de Teatro da ex-Sociedade de Escritores, em 1964), Dente por Dente (1964), Liberdade, Liberdade (1974), Teatro de Intervenção (1978), Portugal, Anos Quarenta (1983), Todo o Amor é Amor de Perdição (1994 - Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores, em 1995), A Desobediência (1998) e Todo o Teatro (1999). Concebeu ainda o texto do espectáculo Portugal Anos 40 (1983) e a transposição para televisão do processo de Camilo Castelo Branco e Ana Plácido, obra intitulada Todo o Amor é Amor de Perdição (1994). Jean-Paul Sartre e Pirandello foram os autores que mais o terão influenciado a nível estético. No que toca aos domínios do ensaio e da historiografia teatral, a sua obra é vasta e de uma extrema importância. Destacam-se as obras Teatro Moderno: Teatro Português, do Romantismo aos Nossos Dias (1960), Imagens do Teatro Contemporâneo (1961), D. João da Câmara e os Caminhos do Teatro Português (1962), História do Teatro Português (1968), Os Autos das Barcas de Gil Vicente (1973), Visita Guiada ao Mundo do Direito de Autor (1973), Vida, Martírio e Glória de Molière (1976), O Teatro Simbolista e Modernista (1979), O Teatro Romântico em Portugal (1980), entre outros.
Comendador pela Ordem do Infante D. Henrique (1985), foi distinguido com as Insígnias de Cavaleiro da Ordem Nacional do Mérito (1991), atribuídas pelo Ministro da Comunicação francês George Kiejemann, e a Ordem de Mérito (1995), atribuída pelo Dr. Mário Soares.
