Luís de Orleans e Bragança

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Dom Luís de Orleans e Bragança (1878-1920)

Dom Luís Maria Filipe Pedro de Alcântara Gastão Miguel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança (Petrópolis, 26 de janeiro de 1878 — Cannes, 26 de março de 1920) foi Príncipe Imperial do Brasil (a partir de 1908). Alcunhado "Príncipe Perfeito", foi o segundo filho da Princesa Isabel do Brasil e do Conde D'Eu, foi herdeiro do trono imperial do Brasil com a renúncia de seu irmão mais velho, D. Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança, em 30 de outubro de 1908. A partir de então passa a ser o patriarca do chamado Ramo de Vassouras.

Criado no Brasil durante o reinado de seu avô, o Imperador D. Pedro II, seguiu com sua família para o exílio quando da Proclamação da República, em 1889. Concluiu seus estudos na França e casou-se em 4 de novembro de 1908 com D. Maria Pia de Bourbon, princesa das Duas-Sicílias.

Em princípios do século XX trava contatos com lideranças monarquistas do Brasil e articula uma volta à sua terra natal apesar da lei de banimento ainda vigorar. Em 12 de maio de 1906, à bordo do navio "Amazone", ele chega ao porto do Rio de Janeiro. Anotou em seu diário:

"É, pois, certo que vou tornar a ver o Rio... Essa peregrinação com que sonho há dezessete anos, ei-la bem próxima e real... Ao longo das viagens sem termo que me têm levado a todos os limites do mundo, há dezessete anos que anseio por este momento, que fantasio este regresso. Até no sonho esse desejo me acompanha. Quantas vezes, em sonhos, não me tenho encontrado à entrada da Barra! Quantas vezes não a tenho penetrado, com o coração a transbordar de esperanças! Não raro tenho logrado desembarcar, e então, deslocado por uma longa ausência, inquieto por me sentir estrangeiro no meio de um Rio desconhecido, aumentado e transformado, corro aos lugares onde se passou minha infância. Mas sempre o destino cruel os distancia e oculta, de modo que meu navio de novo larga, e volto a encontrar-me em pleno oceano, sem ter alcançado acalmar as saudades que me consomem... Dar-se-á hoje a mesma coisa?"

O desembarque foi proibido pelas autoridades republicanas que negaram o pedido de habeas corpus. Sem opção, Dom Luís retornou no mesmo navio para a Europa. Anos depois, fora autorizado pelo rei Jorge V a lutar junto ao exército britânico na Grande Guerra, a qual deixar-lhe-iam seqüelas que resultaram em sua morte anos após o término do conflito. Posteriormente dedicou-se a escrever livros de viagem.

O banimento da Família Imperial Brasileira só seria revogado em 1920, mesmo ano em que faleceu, sem conseguir voltar ao Brasil. Ao morrer em março de 1920, seus direitos foram transferidos para o filho, Dom Pedro Henrique; com o falecimento deste em 1981, a seu primogênito, Dom Luís de Orléans e Bragança.

[editar] Casamento e posteridade

Casou-se em Cannes aos 4 de novembro de 1908 com D. Maria Pia de Bourbon (Cannes, 12 de agosto de 1878 – Mandelieu, 20 de junho de 1973), princesa de Bourbon-Duas Sicílias, filha do príncipe Afonso Maria de Bourbon-Sicília, Conde de Caserta, chefe da Casa Real das Duas Sicílias, e de Antônia de Bourbon, princesa das Duas Sicílias.