Lino Oviedo

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Lino Oviedo e Eduardo Suplicy na Comissão de Relações Exteriores do Senado do Brasil
(Ana Nascimento/ABr)

Lino César Oviedo Silva (23 de setembro de 1943) é um político e general paraguaio, comandante do exército do país de 1993 a 1999. Oviedo esteve exilado no Brasil por quatro anos.

Oviedo nasceu na cidade de Juan de Mena, no departamento paraguaio de Cordillera. Seu pai, Ernesto Oviedo, combateu na Guerra do Chaco. Aos quatorze anos, Oviedo foi transferido para um colégio militar, donde egressou para servir ao Exército. Entre 1962 e 1992 Oviedo galgou postos na hierarquia do Exército, até chegar ao posto de general-de-divisão. Oviedo serviu como instrutor de tiro e carros de combate, e propôs a criação de um sistema nacional de inteligência no país; teve participação no fim da ditadura de Alfredo Stroessner.

O primeiro civil a assumir a presidência após a ditadura foi o empresário Juan Carlos Wasmosy. O governo Wasmosy enfrentou algumas das piores crises da história do Paraguai, com dois períodos, em 1995 e 1997, de grave depressão econômica, e amplo descontentamento da população. Wasmosy viu seu principal mentor político, o general Oviedo, virar-se contra si.

Oviedo foi acusado de tramar um golpe de estado contra Wasmosy, sendo em 22 de abril de 1996 deposto do comando do Exército. Após convidá-lo para ocupar o Ministério da Defesa, Wasmosy decidiu ordenar que passasse à reserva militar.

Oviedo explicita então sua atuação política criando uma facção no Partido Colorado. Em 14 de junho Oviedo é preso, acusado de insurreição, sendo após um mês libertado. Sua popularidade aumenta consideravelmente no país, e em 1997 Oviedo é nomeado pelo Partido Colorado candidato à Presidência. No ano seguinte um Tribunal Militar Extraordinário o condena a dez anos de prisão. Nas eleições de 1998, nas quais Oviedo não pôde concorrer por estar preso, foi vitorioso seu simpatizante Raúl Cubas. Dois dias após assumir a Presidência Cubas emite um indulto pela libertação de Oviedo.

A situação política do país resulta num impasse entre os simpatizantes de Oviedo e seus opositores. O ápice foi o assassinato do líder de oposição e vice-presidente do país Luis María Argaña. Cubas se vê cercado de insustentáveis pressões e, em 29 de março de 1999, foge para a Argentina, mesmo dia em que Oviedo parte em exílio, também para a Argentina - fruto de sua relação amistosa com o presidente Carlos Menem.

Oviedo permaneceu por tempo indeterminado na Argentina antes de fugir clandestinamente para o Brasil. Após ser detido em Foz do Iguaçu, Oviedo teve garantida a liberdade no país; a justiça brasileira negou seguidas vezes pedidos de extradição do governo paraguaio, alegando terem motivação política^[1]. Durante o exílio Oviedo foi acusado de incentivar um golpe de estado contra o presidente interino Luiz Ángel Gonzáles Macchi, em 2000.

Declarando confiança na justiça paraguaia e em sua capacidade de provar-se inocente, Oviedo retornou a Assunção após cinco anos de exílio. Oviedo foi imediatamente preso, e atualmente encontra-se detido, cumprindo pena de 10 anos. ^[2]^[3]