Leonor, Duquesa da Aquitânia
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Leonor da Aquitânia (cerca 1122 - 1 de Abril 1204) foi Duquesa da Aquitânia e da Gasconha, Condessa de Poitiers e rainha consorte de França e Inglaterra. Era filha do Guilherme X, o Santo, a quem sucedeu em 1137, e de Leonor de Châtellerault. A sua fortuna pessoal e o seu apurado sentido político fizeram-na uma das mulheres mais poderosas e influentes da Idade Média.
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[editar] Primeiros anos
Leonor nasceu na corte mais literada e culta do seu tempo. O seu avô tinha sido Guilherme IX, um dos primeiros trovadores e poetas vernaculares. Era ainda um homem extremamente culto, que transmitiu o gosto pela aprendizagem ao herdeiro Guilherme X que, por sua vez, ofereceu uma educação excepcional às suas duas filhas. Leonor e Petronilha eram fluentes em cerca de oito línguas, aprenderam matemática e astronomia e discutiam leis e filosofia a par com os doutores da Igreja. Esta educação, estranha por serem mulheres e por nesta época em que a maior parte dos governantes serem analfabetos, permitiu-lhes, desenvolver espírito crítico e sagacidade política, útil especialmente a Leonor que haveria de governar ela própria. Guilherme X teve ainda o gosto de envolver a sua herdeira nos variados aspectos da governação, levando-a em várias visitas através dos seus territórios.
[editar] Rainha de França
Em 1130 torna-se na herdeira universal do seu pai depois da morte do seu irmão Guilherme Aigret ainda na infância. Sete anos depois sucede em todos os títulos Guilherme X, após a sua morte durante uma peregrinação a Santiago de Compostela. Como senhora de uma porção substancial do que é actualmente França, Leonor de 15 anos tornou-se na noiva mais desejada da Europa. O eleito foi o rei Luis VII de França que, com o casamento, extendeu os seus domínios até aos Pirinéus.
Com o marido, tornou-se numa das instigadoras da Segunda Cruzada, que lançou oficialmente em 1147. Leonor acompanhou a expedição, assim como outras senhoras importantes, mas ela tinha o estatuto de líder feudal do exército da Aquitânia em par de igualdade com os outros dirigentes. Segundo as lendas tradicionais, Leonor e as suas aias vestiram-se de Amazonas, num traje que incluia parafrenália militar. Esta história é duvidosa, mas de qualquer maneira é histórico que o seu comportamento durante a cruzada foi considerado indecoroso pelo papa.
Foi durante a expedição que começaram os problemas entre Leonor e Luis, devidos a diferentes prespectivas estratégicas. Leonor era favorável ao partido do tio, Raimundo de Toulouse, Conde de Edessa, que queria recuperar o seu condado entretanto perdido para os muçulmanos. Por outro lado, Luis e os seus apoiantes consideravam mais importante visitar Jerusalém. A discussão diplomática não levou a lado nenhum e quando Leonor declarou que os seus homens iriam lutar por Edessa, Luis valeu-se dos seus direitos de marido e obrigou-a a seguir para Jerusalém. Este uso da força valeu-lhe a rebelião dos cavaleiros da Aquitânia e de outros apoiantes de Leonor e a divisão do seu exército. Sem contingente suficiente para relaizar os objectivos iniciais, Luis VII decidiu em vez atacar Damasco, o que se revelou num fracasso. Em 1149, Luis e Leonor regressaram à Europa, passando por Roma, onde o Papa Eugénio III promoveu a sua reconciliação. A segunda filha do casal, Alice Capeto, nasceu pouco depois, mas o casamento estava perdido. Em 1152 a união é anulada por alegada consaguinidade e, em consequência, Leonor recuperou o controlo dos seus territórios, que foram retirados da coroa francesa.
[editar] Rainha de Inglaterra
No mesmo ano, Leonor casou com o futuro Henrique II de Inglaterra, então Conde de Anjou, onze anos mais novo. A relação dos dois pode ter começado antes da união aos olhos da Igreja, como sugere o nascimento ainda no mesmo ano de 1152 de Guilherme, o primeiro filho do casal. No fim da década de 1160, Leonor separaou-se de Henrique e retirou-se para a Aquitânia, devido possivelmente aos casos extra-matrimoniais do marido ou da sua insistência em interferir nos assuntos do Ducado de Leonor. A reconciliação nunca chegou e, em 1173 Leonor e os seus três filhos mais velhos Henrique o Jovem, Ricardo e Geoffrey revoltaram-se contra Henrique II. O rei de Inglaterra dominou a rebelião da família e perdoou aos filhos. Leonor, no entanto, foi colocada sob prisão e impedida de dirigir os seus próprios territórios.
Em 1189, com a morte do marido e ascensão ao trono do seu filho Ricardo, Leonor é libertada e torna-se regente de Inglaterra quando Ricardo parte para as Cruzadas.
Leonor morreu em 1204 e encontra-se sepultada na Abadia de Fontevraud, junto de Henrique II e Ricardo I.
[editar] Descendência
- Maria Capeto (1145-1198), casou com Henrique I, Conde de Champagne
- Alice Capeto (1151-1195), casou com Teobaldo I, Conde de Chartres
De Henrique II, rei de Inglaterra
- Guilherme, Conde de Poitiers (1152-1156)
- Henrique o Jovem, herdeiro de Inglaterra (1155-1183)
- Matilde Plantageneta (1156-1189), casou com Henrique V, Duque da Saxónia e da Baviera
- Ricardo Coração de Leão, rei de Inglaterra (1157-1199)
- Geoffrey, Duque da Bretanha (1158-1186)
- Leonor Plantageneta (1162-1214), casou com Afonso VIII de Castela
- Joana Plantageneta (1165-1199), casou com 1) Guilherme II, rei da Sicília e 2) Raimundo, Conde de Toulouse
- João Sem Terra, rei de Inglaterra (1166-1216)
Precedida por: Guilherme X o Santo |
Duquesa da Aquitânia com Luis VII de França e Henrique Plantageneta |
Sucedida por: Ricardo Coração de Leão |
Raimundo de Antioquia | Condessa de Poitiers com Luis VII de França e Henrique Plantageneta |
Guilherme Plantageneta |