Joana Angélica
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- Nota: Se procura o filme de Walter Lima Jr., consulte Joana Angélica (filme).
Sóror Joana Angélica de Jesus (Salvador, 12 de dezembro de 1761 — 19 de fevereiro de 1822) foi uma religiosa concepcionista brasileira que morreu defendendo o Convento da Lapa em Salvador (Bahia) contra o exército português.
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[editar] Mártir da independência da Bahia
[editar] A freira
Joana Angélica era filha de José Tavares de Almeida e D. Catarina Maria da Silva, tendo nascido em Salvador. Aos 20 anos, em 21 de abril de 1782, entra para o noviciado no Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, na capital baiana.
Ali foi escrivã, mestra de noviças, conselheira, vigária e, finalmente, abadessa.
Ocupava a direção do Convento, em fevereiro de 1822, quando a cidade ardia de agitação contra as tropas portuguesas do Brigadeiro Inácio Madeira de Melo - que tinham vindo para Salvador desde o Dia do Fico.
[editar] Tumultos na ocupação portuguesa
Grande resistência opunham os brasileiros baianos: no ano anterior (1821) a cidade já tinha sido palco de revoltas. A posse de Madeira de Melo tinha sido obstada, em 18 de fevereiro, mas a superioridade das forças do Brigadeiro impingiram a derrota dos nativos.
Soldados e marinheiros portugueses se embriagam e cometem excessos pela cidade, comemorando e, a pretexto de perseguir eventuais "revoltosos" atacam casas particulares e, continuando a sanha desenfreada pelo dia seguinte, tomam as ruas e dirigem-se ao Convento da Lapa.
[editar] Ataque à "Casa de Deus"
Sólida construção colonial, ainda hoje existente na Capital Baiana, o Convento da Lapa compõe-se de uma clausura, cuja principal entrada é guarnecida por um portão de ferro.
Os gritos da soldadesca são ouvidos no interior. Imediatamente a Abadessa, pressentindo certamente objetivos da profanação da castidade de suas internas, ordena que as monjas fujam pelo quintal.
O portão é derrubado e, num gesto heróico, Joana Angélica abre a segunda porta, postando-se como último empeço à inusitada invasão.
Conta a tradição, reproduzida por diversos historiadores, que então exclamou:
- "Para trás, bandidos. Respeitem a Casa de Deus. Recuai, só penetrareis nesta Casa passando por sobre o meu cadáver."
Abrindo os braços, num gesto comovente, tenta impedir que os invasores passem. É, então, assassinada a golpes de baioneta - penetrando no sagrado recinto, onde encontram apenas o velho capelão, Padre Daniel da Silva Lisboa - a quem espancam a golpes de coronhas, deixando-o como morto.
Joana Angélica tornou-se, assim, a primeira mártir da grande luta que continuaria, até a definitiva libertação da Bahia, no ano seguinte, a 2 de julho, data efetiva da Independência da Bahia.