Joan Sutherland
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Joan Sutherland nasceu em Sydney a 7 de novembro de 1926. Seu pai morreu quando ela tinha somente 6 anos, e sua mãe era uma mezzo-soprano aposentada. Ela aprendeu bastante com a mãe, com quem costumava cantar e ouvir gravações. Ainda bem jovem, Sutherland começou a estudar canto seriamente. Ela debutou na Austrália como Dido, de Dido and Aeneas, de Purcell, em 1947. Em 1951, cantou na estréia mundial de Judith, de Eugene Goosens. No mesmo ano, ela ganhou a mais importante competição de canto da Austrália e foi para Londres estudar na Opera School of the Royal College of Music. Fez, assim, seu debute europeu como a Primeira Dama em A Flauta Mágica na Royal Opera House, Covent Garden, em 28 de outubro de 1952.
No início da carreira, Sutherland estava treinando para ser uma soprano dramática wagneriana, seguindo os passos de Kirsten Flagstad, a quem ela admitia considerar a maior cantora de todos os tempos. Em 1953, ela cantou sua primeira protagonista no Covent Garden: Amelia, de Un Ballo in Maschera. Depois, cantou ainda Aida. Também em 1953, ela participou da estréia mundial da Gloriana de Benjamin Britten. Em 1954, Sutherland se casou com o regente e pianista Richard Bonynge. Ele a convenceu a se concentrar no repertório do Bel Canto, visto que ela tinha uma grande facilidade nos agudos e nas coloraturas. Entre 1954 e 1958, a jovem soprano cantou um repertório vasto, desde papéis de coloratura até dramáticos: Eva em Os Mestres Cantores, Ágata em Der Freischütz, Desdêmona em Otello, Gilda em Rigoletto, Donna Anna em Don Giovanni e muitos outros.
Em 1957, Sutherland debutou como Alcina, começando seu longo trabalho de redescoberta das óperas há muito esquecidas do Barroco e do Bel Canto. Em 1958, cantou Madame Lidoine na estréia inglesa de Dialogues des Carmelites, de Francis Poulenc.
[editar] La Stupenda
Em 1959, ela foi convidada para cantar Lucia di Lammermoor no Covent Garden em uma produção regida por Tullio Serafin e encenada por Franco Zeffirelli. Esta foi uma inesquecível consagração para a carreira de Sutherland, e logo após o fim de sua Cena da Loucura, ela já era uma estrela da [Ópera]! Até mesmo Maria Callas, que assistiu aos ensaios da soprano para sua Lucia, ficou impressionada com os dotes inigualáveis de Joan Sutherland. Elisabeth Schwarzkopf, que também estava presente, convenceu imediatamente o seu marido, Walter Legge, diretor da EMI, a gravar a nova diva em Don Giovanni.
Em 1960, gravou o legendário álbum The Art of the Prima Donna, que é ainda hoje um dos mais recomendados álbuns já gravados. Nessa época, ela já era conhecida como um milagre vocal e uma grande diva. Ela continuou os sucessos, cantando Lucia em Paris e, em 1961, no La Scala, de Milão, e na Metropolitan Opera. Em 1960, ela interpretou uma sensacional Alcina no La Fenice, de Veneza, onde ela foi apelidada de La Stupenda. Em breve, Sutherland seria chamada de La Stupenda em todo o mundo! Ela também cantou Alcina na Dallas Opera em seu debute nos EUA.
Com a fama, Sutherland incluiu as maiores heroínas belcantistas no seu repertório: Violetta (La Traviata), Amina (La Sonnambula) e Elvira (I Puritani) em 1960; Beatrice di Tenda em 1961; Marguerite de Valois (Les Huguenots) e Semiramide em 1962; Norma e Cleopatra (Giulio Cesare) em 1963. Mais tarde, ela acrescentou Marie (La Fille du Régiment), um de seus papéis mais admirados pela perfeição de sua coloratura e pela sua interpretação engraçada e cheia de vida.
Durante todo o auge da carreira de Sutherland, os seus ouvintes puderam ouvir, basicamente, dois estados vocais diferentes. Até 1962, ou por aí, seu timbre era prateado, agudo e puro. Então, ela teve que mudar sua técnica devido a problemas de saúde e ganhou uma voz mais cremosa, escura e firme. Nos anos 70, a voz dela ganhou mais expressividade e sua dicção melhorou bastante. Assim, ela enfrentou papéis dramáticos como Maria Stuarda e Lucrezia Borgia, ambas de Donizetti, e a dificílima Esclarmonde, de Massenet. Ela inclusive gravou uma bem-sucedida Turandot em 1972 (com Montserrat Caballé, Nikolai Ghiaurov e Luciano Pavarotti, sob a direção de Zubin Mehta) , embora não tenha atuado nesta ópera ao vivo.
No fim dos anos 70, a voz de La Stupenda começou a decair. Entretanto, graças a uma voz flexível e a uma técnica perfeita, ela continuou cantando os papéis mais difíceis incrivelmente bem. Durante os anos 80, ela acrescentou Anna Bolena, Amelia em I Masnadieri e Adriana Lecouvreur ao seu repertório. Sua última performance foi como Marguerite de Valois (Les Huguenots) em 1990. Ela estava com 64 anos! No entanto, sua última aparição nos palcos ocorreu num recital de gala com seus amigos Luciano Pavarotti e Marilyn Horne.
Durante toda a sua carreira e mesmo depois, Sutherland recebeu vários prêmios. Em 1961, Sutherland foi feita uma Commander of the British Empire. Em 30 de dezembro de 1978, ela foi elevada de Commander para Dame Commander. Em 9 de junho de 1975, Dame Joan foi feita uma Companion of the Order of Australia. Finalmente, em 29 de novembro de 1991, ela foi nomeada para a Order of Merit, uma das maiores honras da Grã-Bretanha. Joan Sutherland aparece em diversas competições de canto internacionais e é a patrona da famosa competição BBC Cardiff Singer of the World. Joan Sutherland teve uma das carreiras mais longas da história da Ópera e suas dezenas de gravações de estúdio, a maior parte para o selo DECCA/London, são campeãs de vendas até os nossos dias.
