Jô Soares
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José Eugênio Soares (Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 1938) é um humorista, e apresentador de televisão brasileiro. Além do trabalho como ator, dedica-se à literatura e, mais recentemente, retomou seu trabalho como diretor de peças teatrais.
Filho do diplomata paraibano Orlando Heitor Soares e de Mercedes Leal Soares, Jô queria, quando criança, ser diplomata como o pai. Estudou em colégios internos do Rio de Janeiro e da Suíça com esse objetivo, mas percebeu que seu senso de humor apurado e sua criatividade nata seriam desperdiçados nessa área.
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[editar] Trajetória
Participou de várias comédias de cinema nas décadas de 1950 e 1960. Como em 1959 quando fez um espião norte-americano no filme "O Homem do Sputnik", estrelada por Oscarito, da extinta Companhia Cinematográfica Atlântida, grande produtora de chanchadas na década de 1950.
Foi comediante e redator de vários programas humorísticos, como "A Família Trapo" (ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega), "Planeta dos Homens" (uma sátira aos filmes da série "O Planeta dos Macacos") e "Viva o Gordo", junto do redator Max Nunes transmitidos pela Rede Globo. Em seguida, transferiu-se para o SBT, onde o programa humorístico passou a chamar-se "Veja o Gordo".
Apresentou o programa de entrevistas "Jô Soares Onze e Meia" no SBT e, atualmente contratado pela Rede Globo, apresenta o "Programa do Jô". A emissora mudou, mas o programa é essencialmente o mesmo: um talk-show, nos moldes de programas norte-americanos como os apresentados na NBC com Jay Leno, Conan O'Brien e CBS com David Letterman.
Desde a década de 1970 estrelou diversos espetáculos humorísticos solo. Diferente do que se esperava a partir de suas atuações televisivas, Jô Soares não interpreta personagens no palco, seguindo a linha one-man show, hoje conhecida como comédia stand-up. Seu mais recente espetáculo solo chamou-se "Na Mira do Gordo".
É autor de O flagrante, O astronauta sem regime e O humor nos tempos de Collor. Escreveu os romances O Xangô de Baker Street, O Homem que Matou Getúlio Vargas e Assassinatos na Academia Brasileira de Letras, publicados pela editora Companhia das Letras. O Xangô de Baker Street fez grande sucesso nacional e internacional, sendo ainda transformado em filme. Nestas obras, verifica-se o gênero literário histórico-cômico-policial, na linha preconizada por Rubem Fonseca, crítico construtivo da produção literária de Jô Soares, o que se depreende das dedicatórias constantes nos referidos trabalhos.
Jô foi colaborador de texto em A Feira do Adultério e autor de duas peças: O Flagrante e Brasil, da Censura à Abertura. Esta última, baseada nos livros de folclore político de Sebastião Nery. No elenco Marília Pêra, Marco Nanini e Sylvia Bandeira.
Durante muitos anos foi colunista da Revista Veja.
[editar] Carreira teatral
- Como ator
- 1959 O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
- 1960 Oscar, de Claude Magnier - ao lado de Cacilda Becker e Walmor Chagas
Atuou ainda em: Passeio sob o Arco-Íris, de Guilherme Figueredo; O Rinoceronte, de Ionesco; O Casamento do Sr. Mississipi, de Dürrenmatt; Os 30 Milhões do Americano, de Gladiator Labiche; e Tudo no Escuro, de Peter Schaffer.
- Como diretor
- 1969 Romeu e Julieta, de William Shakespeare - adaptação e direção de Jô Soares, com Regina Duarte
- Os Sete Gatinhos, de Nelson Rodrigues - lançada com o título de A Última Virgem, por sugestão do próprio Nelson
- 2003 FrankensteinS', do cubano naturalizado francês Eduardo Manet, direção de Jô Soares, com: Paulo Gorgulho, Mika Lins, Bete Coelho e Clara Carvalho. Cenografia de Daniela Thomas.
- 2006 Ricardo III, de Willliam Shakespeare, com: Marco Ricca, Glória Menezes, Ary França, Denise Fraga, Ilana Kaplan e muitos outros.
Dirigiu ainda A Feira do Adultério.
[editar] Filmografia
- 1954 Rei do Movimento, de Victor Lima e Hélio Barroso
- 1956 De Pernas Pro Ar, de Victor Lima
- 1957 Pé na Tábua, de Victor Lima com roteiro de Chico Anysio
- 1959 Aí Vêm os Cadetes, de Luiz de Barros
- 1959 O Homem do Sputnik, de Carlos Manga
- 1960 Vai Que é Mole, de J. B. Tanko
- 1960 Tudo Legal, de Victor Lima
- 1965 Pluft, O Fantasminha, de Romain Lesage a partir do texto teatral de Maria Clara Machado
- 1965 Ceará Contra 007, de Marcos Cesar
- 1968 Hitler III Mundo, de José Agripino de Paiva
- 1968 Papai Trapalhão, de Victor Lima
- 1969 Agnaldo, Perigo à Vista, de Reynaldo Paes de Barros
- 1969 A Mulher de Todos, de Rogério Sganzerla
- 1971 Nenê Bandalho, de Emílio Fontana a partir de uma curta história de Plínio Marcos
- 1973 Amante Muito Louca, de Denoy de Oliveira
- 1976 Tangarela, a Tanga de Cristal, de Lula Campelo Torres
- 1976 O Pai do Povo, roteiro e direção de Jô Soares
- 1986 Cidade Oculta, de Chico Botelho e roteiro com participação de Arrigo Barnabé
- 1995 Sábado, roteiro e direção de Ugo Giorgetti
- 2001 O Xangô de Baker Street, produção cinematográfica a partir do romance homônimo de Jô, com direção de Miguel Faria Júnior. O filme contou com as participações internacionais de Maria de Medeiros e Joaquim de Almeida.
- 2003 Person, documentário de Marina Person
- 2004 A Dona da História, a partir da peça teatral homônima de João Falcão com direção de Daniel Filho
[editar] Como ator de televisão
- 1967 A Família Trapo, roteiros de sua autoria e Carlos Alberto de Nóbrega - TV Record, SP
- 1970 Faça Humor, Não Faça a Guerra, primeiro humorístico da TV Globo a contar a com a participação do comediante, o programa em meio à Guerra Fria e ao conflito do Vietnam, brincava com o slogan pacifista hippie Make Love, Don't Make War (Faça Amor, Não Faça a Guerra)
- 1973 Satiricom, novo humorístico da TV Globo, com direção de Augusto César Vanucci e roteiros de Max Nunes e Haroldo Barbosa, satirizava o título do filme homônimo de Federico Fellini, Satyricom
- 1976 Planeta dos Homens, nova sátira com o cinema - desta vez, a série cinematográfica O Planeta dos Macacos - com roteiros de Haroldo Barbosa
- 1981 Viva o Gordo, com direção de Walter Lacet e Francisco Milani, o programa já era um espaço exclusivo de Jô e tinha roteiros de Armando Costa. Deu origem ao espetáculo do gênero one man show de Jô chamado Viva o Gordo, Abaixo o Regime (sátira explícita com o regime militar ainda vigente). A abertura do programa ainda brincava com Hollywood usando a técnica de inserção de imagens de Jô entre cenas famosas (como em Cliente Morto Não Paga ou Zelig)
- 1982 Participação no Chico Anysio Show
- 1983 Participação no musical infantil Plunct, Plact, Zuuum
- 2000 Participação no especial de natal do programa Sai de Baixo (tentativa de remake da Família Trapo) - Episódio No Natal a Gente Vem te Mudar (sátira ao título da peça de Naum Alves de Souza, No Natal a Gente Vem te Buscar)
[editar] Curiosidades
- Casou-se três vezes: em 1959, com Teresa Austregésilo, com quem teve um filho, Rafael Soares, nascido em 1964; com a atriz Sílvia Bandeira em 1980; e em 1987 com Flávia Junqueira Pedras Soares. Recentemente teve um relacionamento com a atriz Mika Lins.
- O humorista, que é fluente em cerca de seis idiomas, já foi colecionador de revólveres.
- Das muitas aparições na Rede Record, no ano de 1974, participou da versão musical de Os Três Porquinhos. Jô era um dos porquinhos e o cantor e compositor Roberto Carlos, o lobo mau.
- Jô Soares Onze e Meia foi exibido pelo SBT até 1999. Nesse período, o apresentador entrevistou 6.927 pessoas em 2.309 programas. Em 3 de abril de 2000, ele voltou a integrar o elenco da rede Globo com o Programa do Jô que atingiu no ano de 2006 a marca das dez mil entrevistas da carreira do entrevistador.
Fonte: Guia dos Curiosos.
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas