Florian Schneider

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- Ralf Hütter e Florian Schneider-Esleben conheceram-se durante aulas de improvisação musical no conservatório de Düsseldorf. Düsseldorf, que fica colada em Khöln (Colônia) e Dortmund, que depois deles, cerca de 04 anos mais tarde seria considerado o berço e triângulo da música eletrônica. Estas três cidades ficam no vale do Rhür (um rio que atravessa parte da Alemanha). Ok, um rio. Um rio, um vale, um vale, uma hidréletrica, uma usina de força, um KRAFTWERK (que significa usina de força, como você já sabe...) Florian veio de uma família relativamente abastada. A mãe dele era bela e relativamente conhecida, chegou a escrever livros. Casou-se alguém com algum prestígio. Ralf eu não sei bem as origens... Segundo Bartos, também era favorecido.

Toda aquela industria pesada do Vale do Rhür (que é um polo industrial alemão) influenciaram fortemente os quase trintões Ralf e Florian. Florian sempre interessou-se por tecnologia, eletrônica... Ciência, etc... Um apaixonado por música... Tanto que estava no conservatório. Tanto Ralf como Florian são polinstrumentistas, tocam vários instrumentos musicais, eruditos... Ou eletrônicos. Florian e o Kraftwerk desenvolveram várias placas e máquinas ritmicas eles próprios, sob a figura do Florian. Ralf também sempre interessou-se por progresso, Isaac Asimov, ficção, Franz Kafka, e arte... A veia artística de Ralf é latente... Ele (junto com Emil Schult e mais tarde Wolfgang) é que introduz a questão "arte" para dentro do Kraft... Trouxe talvez o "pop" (de popularmente inteligível) na medida certa para dentro do Kraft... (continua)

Conheceram-se lá no conservatório por volta de 67~68. Entre 68~69 montaram o "Organization", junto com outros 05 músicos conhecidos deles... O Kraut Rock evoluiu com esta iniciativa. Evoluiu mais ainda com os músicos que seguiram cada um seu rumo ainda dentro do Kraut (movimento de rock tipicamente alemão). O organization lançou um album chamado Tone Float (Tom Flutuante) em 1968. Uma de suas músicas algum tempo mais tarde foi usada como tema da Beat Club TV alemã. A música "Vor Dem Blauen Bock". Como não obtiveram muito sucesso (ainda bem!) nesse projeto, o Organisation acabou cedo. Entre 70 e 71, em virtude da identidade musical e de idéias, Ralf e Florian descidem fazer seu próprio som, seu próprio projeto, e apresentavam-se como "Ralf und Florian".

Lançaram um trabalho homônimo. E apenas os dois tocavam tudo... As parafernálias e máquinas que eles usavam, desenvolviam ou inventavam eclodiram... Era o começo do Kling Klang... Alguns músicos eram convidados... Como Klaus Röeder (baixo de Autobahn) e outros... Até aparecer o Karl Bartos e o Wolfgang Flür. Pronto. "Rolou a química" e à partir daí o Kraftwerk com "essa cara" que conhecemos desde então...

E finalmente, chegando ao PONTO: Afinal, quem é "o cara" do Kraftwerk? O certo é: "Quem são OS CARAS dentro do Kraftwerk?" - AMBOS! Como em um "Yng e Yang" um completa o outro e sem os elementos de cada parte, não há o todo... Não há "o cara" no Kraftwerk... Mas uma coisa é certa: (continua)

O Kraftwerk é, e basicamente foi criado e edificou-se sobre as idéias de dois gênios, dois pilares sempre constantes na "coisa toda", os ideiais unificados e consolidados de Ralf Hütter e Florian Schneider-Esleben. Haja vistos que Karl e Wolfgang sairam (Karl por motivo de que queria criar mais e produzir mais, ganhar grana, e finalmente sua idade, 10 anos mais novo que os mestres... Wolfgang saiu por motivos parecidos... Alguns engenheiros participaram da formação do Kraftwerk, mas ele consolidou-se novamente como a entrada de Fritz Hilpert (esse cara é bom!) em 1992 e Henning Schmitz, por volta de 1993. O Henning ESTÁ à altura do Bartos... O cara manda bem PAKAS... e injeta no Kraftwerk de hoje uma pegada mais agressiva e atual, compromissada com o "sintético", com o hipnótico... Trabalha muito bem os graves, o stereo os dopplers... Um monstro! E o Ralf é o Ralf... Ele canta e considera a vóz humana o melhor instrumento... E no Kraftwerk, que faz tudo diferente e melhor, não por ser o vocalista que o Ralf é o líder da banda... Isso só serve para as bandinhas padrão de mercado... O Kraftwer dita e ditou padrões... E vai continuar ditando...

O SHOW DELES É O ÚNICO COM TECNOLOGIA DTS (Double Surround) Transportável, com redundância, tolerância a falhas, etc... E um dado importante, para nós, e que justifica eu amar tanto o Schneider: Ele ouve, regula as alturas, timbres e propriedades de todos os outros integrantes... Como uma espécie de "maestro" (que de fato ele é!), ele tem uma mesa de controle das pistas... Porque você acha que o carecão fica só ali de boa, olhando a tela... Apertando uns botões de vez em quando... Se ele quiser, ele bota um loop a mais ou a menos... Segura ou solta um groove, vocoder ou tapestry... (continua)

Eu tenho duas teorias sobre o futuro do Kraftwerk:

1) Vejam que O Ralf fica numa ponta do palco como um pilar, o Florian em outra. Quando o corpo fisico dos músicos Ralf e Florian morrer, o que é inevitável, os dois do meio (Henning e Fritz) passam para as pontas ou pilares, por mérito, por multiplicação e "propagação celular" da coisa... Essa é uma das teorias...

2) Como realmente num Yng Yang, se uma das partes morre (ralf ou Florian), o todo acaba, sem um, não há o outro, Sem luz não há noção de escuro, e vice-versa... Acredito mais nessa teoria e acho ela mais poética... Por isso o hinário dos mestres está fechado... Hoje em dia é apenas revisado, atualizado... O "velho" que gera a nova música...

Kraftwerk é quase 60% vocoders, ou vozes digitalizadas... (Essa é a praia do Florian, que sempre injetou a veia "robot" na coisa... Os outros 40% são a parte "homem" injetada pela voz "declamada" e não cantada de Ralf Hütter. Duas partes, dois líderes; um só organismo, um só fenômeno. Yng Yang Kling Klang.

FIM DAS TRANSMISSÕES...