Félix Pacheco
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José Félix Alves Pacheco (Teresina, 2 de agosto de 1879 — Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 1935) foi um jornalista, político, poeta e tradutor brasileiro
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[editar] Biografia
Era filho de Gabriel Luís Ferreira e Maria Benedita Cândida da Conceição Pacheco. Estudou no ensino fundamental ainda em Teresina, indo em 1890 para ao Rio de Janeiro, onde o tio Teodoro Alves Pacheco era senador. Aí efetua a complementação de seus estudos, bacharelando-se em Direito.
Ingressa no jornalismo, chegando a tornar-se um dos co-proprietários do importante Jornal do Commercio (ainda existente, sendo um dos mais antigos jornais brasileiros ainda em circulação).
Pertenceu à Ordem rosa-cruz.
Era casado com Dora Rodrigues, com quem teve dois filhos.
[editar] Vida pública
Félix Pacheco ingressou na política elegendo-se, pelo Piauí, deputado federal em 1909, reelegendo-se sucessivamente, até 1921, quando elege-se para o Senado.
Foi, no governo Artur Bernardes, Ministro das Relações Exteriores, retornando para o Senado em 1927. Em 1909, elegeu-se deputado federal por seu estado natal, obtendo, nos anos seguintes, sucessivas reeleições. Paralelamente à carreira política, dedicou-se à vida literária. Poeta de estilo intermediário entre o parnasianismo e o simbolismo, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1912.
Permaneceu na Câmara dos Deputados até 1921, ano em que assumiu uma cadeira no Senado Federal. Durante o governo de Artur Bernardes (1922-1926), ocupou a pasta das Relações Exteriores. Em 1927, reassumiu sua cadeira no Senado.
[editar] Identificação Datiloscópica
Pioneiro defensor da introdução no Brasil do método de identificação pelas impressões digitais - para a qual ainda havia descrentes e alguma oposição no país, foi Félix Pacheco o fundador e primeiro diretor do "Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal", hoje "Instituto Félix Pacheco" - o primeiro no país a adotar o banco de dados datiloscópicos.
[editar] Academia Brasileira de Letras
Paralelo à sua atuação política, dedicou-se às letras, fazendo poesias que, em 1912, levaram-no à eleição para a Cadeira 16 da Academia, cujo Patrono é Gregório de Matos, sendo seu segundo ocupante.
Precedido por: Araripe Junior |
ABL - cadeira 16 1912 - 1935 |
Sucedido por: Pedro Calmon |
[editar] Obras
Dono de estilo entre o parnasiano e o simbolista, viveu a transição desses momentos literários. Sua obra não é muito conhecida - sequer merecendo análise no quadro apresentado por Manuel Bandeira em seu "Apresentação da poesia brasileira". De fato, a vaga na Academia, em seu caso, deveu-se muito mais à condição de "notável" que propriamente por suas qualidades literárias. Já acadêmico dedica-se à tradução da obra de Baudelaire - importante contribuição para a literatura e sua divulgação.
[editar] Bibliografia
- Chicotadas, poesias revolucionárias - 1897
- Via Crucis - 1900
- O périplo de Hannon - (monografia) - 1900
- Mors-Amor - 1904
- Luar de amor - 1906
- Dois egressos de farda - (estudo) - 1909
- Poesias - 1914
- Ignezita - 1915
- Martha - 1917
- Tu, só tu - 1917
- No limiar do outono - 1918
- O pendão da taba verde - 1919
- Lírios brancos - 1919
- Estos e pausas - 1920
- Em louvor de Paulo Barreto - 1921
- A "Canaã" de Graça Aranha - 1931
- Robres e Cogumelos (sobre José do Patrocínio e os pigmeus da imprensa) - 1932
- Duas charadas bibliográficas - 1932
- Poesias - 1932 (reunião de obras anteriores)
- A aliança de prata - 1933
- Descendo a montanha - 1935
- A Academia e os seus problemas - 1935
[editar] Excerto
A poesia transcrita a seguir (domínio público), exemplifica a obra do poeta num soneto, forma então já bastante popularizada no Brasil:
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- Do cimo da montanha
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- Musa, pára um momento aqui, musa severa!
- Olha deste alto cimo a Pátria, o Sonho, a Vida...
- Mede toda a extensão imensa percorrida,
- E o presente, e o porvir esmiúça, e considera!
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- Interpreta, na estrofe, a saudade sincera,
- E realça, firme, o traço à página esquecida!
- Canta a luz que te doura, e estende-a, refletida,
- Sobre os rincões natais, que tua alma venera!
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- Mas grava tudo lenta, unindo, com orgulho,
- O esto dos palmerais, e a harmonia dos trenos,
- Como na relação do efeito para as causas...
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- Junta o carme à epopéia, enlaça o grito e o arrulho,
- E os quarenta anos teus se fixarão, serenos,
- Num longo beijo quente, ampliado em sóis e em pausas...
[editar] Ligações externas