Ernesto Geisel
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Presidente do Brasil | |
Mandato: | 15 de Março de 1974 até 15 de Março de 1979 |
Vice-Presidente | Adalberto Pereira dos Santos |
Precedido por: | Garrastazu Médici |
Sucedido por: | João Figueiredo |
Data de nascimento: | 3 de Agosto de 1908 |
Local de nascimento: | Bento Gonçalves (RS) |
Data da morte: | 12 de Setembro de 1996 |
Local da morte: | Rio de Janeiro (RJ) |
Primeira-dama: | Lucy Mankus |
Partido político: | ARENA |
Profissão: | Militar |
Ernesto Geisel (Bento Gonçalves, 3 de agosto de 1908 — Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1996) foi um general e político brasileiro, o quarto presidente do regime militar instaurado pelo golpe militar de 1964.
Nasceu em uma família luterana de imigrantes alemães, seus pais eram August Wilhelm Geisel e Lydia Beckmann. Em suas entrevistas concedidas ao Centro de Processamento e Documentação - CPDOC - da Fundação Getúlio Vargas - FGV - Rio de Janeiro, depois transformadas em livro, Ernesto Geisel declara que, em sua infância (p. 17), entendia e falava o alemão; na idade adulta (p. 356) entendia, mas falava com dificuldade, nunca tendo aprendido a ler nesse idioma (p. 17). Dois de seus irmãos também ingressaram na carreira das armas e tornaram-se generais: Henrique Geisel e Orlando Geisel, que chegou a ser ministro do exército durante o governo de Emílio Garrastazu Médici.
Ernesto Geisel iniciou sua carreira militar em 1921 , ingressando no Colégio Militar de Porto Alegre . Participou de ações militares na Revolução de 30 e na Revolução Constitucionalista, de 1932. No início dos anos 30 também desempenhou as funções de secretário de fazenda da Paraíba. Em 1940, Geisel casou-se com sua prima-irmã, Lucy, com quem teve dois filhos: Amália e Orlando, este último falecido num acidente de trem em 1957. Geisel jamais se recuperaria totalmente deste duro golpe.
Nos anos 50, Geisel comandou a guarnição de Quitaúna e gerenciou a refinaria de Cubatão, ambas no estado de São Paulo. Durante este período, ele estreitou suas ligações com o grupo militar que mais tarde seria conhecido como "Sorbonne", ligado à Escola Superior de Guerra.
Ele sempre teve interesse na área de extração petrolífera, tendo dirigido a refinaria de Cubatão em 1956, a Petrobras (1969 a 1973) e, após 1979, a Norquisa. Em sua gestão na presidência da Petrobras, empresa estatal que deteve até a década de 90 o monopólio da extração de petróleo no Brasil , concentrou esforços na exploração da plataforma submarina, tendo obtido resultados positivos. Conseguiu acordos no exterior para a pesquisa e firmou convênios com o Iraque, o Egito e o Equador.
Após o golpe de 1964, em 15 de abril de 1964 foi nomeado chefe da Casa Militar pelo presidente Castello Branco que o encarregou de averiguar denúncias de torturas em unidades militares do Nordeste. Castello o promoveu a general-de-exército em 1966 e o nomeou ainda ministro do Supremo Tribunal Federal em 1967. Foi lançado oficialmente candidato à Presidência pela Arena, em 18 de Julho de 1973 e venceu no Colégio Eleitoral em 15 de Janeiro de 1974 o candidato do único partido legal de oposição,MDB, Ulysses Guimarães.
Em política externa procurou ampliar a presença brasileira na África e na Europa, evitando o alinhamento incondicional à política dos Estados Unidos.
[editar] Principais realizações
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- o reatamento de relações com a China;
- o II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND);
- a busca de novas fontes de energia, realizando o acordo nuclear com a Alemanha, criando os contratos de risco com a Petrobrás e incentivando a utilização do álcool como combustível;
- início do processo de redemocratização do país, embora tal processo tenha sofrido alguns retrocessos durante seu governo, como bem exemplifica o Pacote de Abril, em 1977 . Geisel afirmou que a redemocratização seria um processo "lento, seguro e gradual".
[editar] Após o mandato
Como ex-presidente, manteve grande influência sobre o exército ao longo dos anos 80 e hipotecou, em 1985, seu apoio à candidatura vitoriosa de Tancredo Neves, nas eleições indiretas daquele ano, derrotando Paulo Maluf. Também foi presidente da Norquisa, empresa ligada ao setor petroquímico.
Sua trajetória de vida e seu governo são descritos em O Sacerdote e o Feiticeiro, um dos livros da série de cinco (dos quais apenas quatro foram escritos até o momento (out/2006)) "As Ilusões Armadas", escritos pelo jornalista Elio Gaspari. Seu ministro da justiça, Armando Falcão, também escreveu uma biografia de Ernesto Geisel. No dia 12 de setembro de 1996, aos 89 anos, falece vítima de câncer. Em 1997, a Fundação Getúlio Vargas publicou a transcrição de seu depoimento, no qual narrou sua vida particular, militar e política.
Precedido por: Garrastazu Médici |
Presidente do Brasil 1974 — 1979 |
Sucedido por: João Figueiredo |