Encouraçado Riachuelo
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O Encouraçado Riachuelo foi um dos mais modernos navios da Marinha Imperial Brasileira, tendo visto a Proclamação da Republica e chegado ao século 20.
[editar] A Encomenda
Em abril de 1880 o então Ministro da Marinha Almirante José Rodrigues de Lima Duarte apresentava um relatório a Assembléia Legislativa sobre a urgência de se modernizar a Marinha Imperial com a adoção de modernos encouraçados. A intenção do Almirante Lima Duarte era adquirir 2 navios moderns junto a estaleiros britânicos, assim foram encomendados o Riachuelo e o seu irmão Aquidabã.
O encouraçado Riachuelo foi construído na Inglaterra pelo estaleiro Samuda & Brothers, tendo tido sua quilha batida 31 de agosto de 1881, sendo lançado ao mar em 07 de junho de 1883 e incorporado a armada imperial brasileira em 19 de novembro de 1883, seu primeiro comandante foi o capitão de mar e guerra Eduardo Wanderkolk, mais tarde o primeiro ministro da Marinha após a Proclamação da Republica, logo que chegou ao Brasil o navio foi subordinado a Esquadra de Evoluções, sob o comando do Almirante Barão de Jaceguay entre os anos de 1884 e 1885.
O Riachuelo tinha como características gerais comprimento de 93.33 metros, boca de 17.16 metros e calado de 5.60 metros deslocando 5.029 toneladas, com uma potência de 4.500 hps podendo desenvolver uma velocidade máxima de 16 nós, seu raio de ação era de 6000 milhas a 10 nós, como armamento principal possuia 4 canhões de 225 mm montados em duas torres complementados por 4 canhões de 140 mm, 11 metralhadoras de 25 mm, 5 metralhadoras de 11 mm e 5 tubos lança torpedos. Sua tripulação era de 367 homens.
A Comição Naval designada para acompanhar a construção e receber os encouraçados Riachuelo e Aquidabã foi presisida pelo Contra Almirante José da Costa Azevedo assessorado pelo Engenheiro Naval Trajano de Carvalho. O Riachuelo aportou pela primeira vez na Capital Imperial, Rio de Janeiro, em 13 de novembro de 1883.
Durante a Proclamação da Republica o Riachuelo estava lá, apoiando o movimento, tanto que foi designado para escoltar o vapor Alagoas, que conduzia a Familia Real Brasileira para o exilio na Europa, até a linha do Equador, sob comando do então capitão de corveta Alexandrino Faria de Alencar, mais tarde comandante do Aquidabã e ministro da Marinha por 2 vezes.
[editar] O Golpe de Estado de 1891
O cenário político logo após a proclamação da republica em 1889 era muito conturbado e logo sofreria seu primeiro golpe, sentindo a jovem republica a sua primeira ditadura. Na manhã de 3 de novembro de 1891 iniciava-se o golpe de estado, liderado pelo presidente da republica o marechal Deodoro da Fonseca, com o fechamento das duas casas do Congresso.
Nesse período o Riachuelo estava docado em reparos, juntamente com outro navio o Aquidabã. Vários oficiais da marinha conspiravam para derrubar o governo ditatorial que se instituía, liderados pelo Almirante Custodio José de Mello, que agregava ao seu redor um grande numero de oficiais subalternos espalhados nas diversas unidades navais que estavam no Rio de Janeiro, esses oficiais conseguiam adesões ao movimento abordo de seus próprios navios. O Almirante Custódio estava preocupado com o atraso da eclosão do contra golpe, mas um dos principais motivos para essa demora era o fato dos dois mais poderosos navios da marinha estarem docados, eram eles os encouraçados Riachuelo e o Aquidabã
O encouraçado Riachuelo já estava comprometido com o movimento para derrubar o Marechal Deodoro e Custódio de Mello já traçara um plano de contingência para ser usado, o movimento partiria do cruzador Primeiro de Março, que estaria fundeado entre a Ilha das Cobras e o Arsenal de Marinha, de onde partiriam os oficiais, a maioria de baixa patente, para assumirem o comando das outras unidades navais. Parte da guarnição do Primeiro de Março assumiria o Riachielo, seguindo então para o Aquidabã, que acabara de sair do dique, caso esse resistisse seria afundado, caso aderisse ao movimento, como era esperado, seria então rebocado, já que se encontrava ainda sem propulsão, para a Ponta da Armação em Niterói a fim de proteger as instalações lá existentes, o que acabou por acontecer.
O Marechal Deodoro designou então o Capitão de Mar e Guerra Eliezer Tavares para assumir o comando do Aquidabã, no dia 22 de novembro, logo ordenando os preparativos para combate, mas esse ainda estava sem propulsão e dependia de um rebocador para movimentar-se. O novo comandante declarou sua intenção de resistir ao movimento e de afundar o Riachuelo caso houvesse resistência do mesmo, porem a guarnição se recusou a entrar em combate. Toda a força rebelada , capitaneada pelo encouraçado Riachuelo preparava-se para os combates que viriam, mas não foi necessário, pois a 23 de novembro de 1891 Deodoro renunciava, sendo substituído pelo Marechal Floriano Peixoto, era o fim do movimento, o contra golpe fora vitorioso.
[editar] A Carreira
Em agosto de 1893 o encouraçado Riachuelo seguiu viagem para a Toulon, na França aonde foi modernizado nos estaleiros Forges et Chantiers de la Méditerranée, recebendo inclusive 2 novos mastros militares que lhe deram maior estabilidade, além de diversas reformas estruturais. O Riachuelo só voltou ao serviço ativo em 1886, tendo ficado fora do Brasil durante toda a Revolta da Armada.
Voltou ao Brasil novamente como nau capitânia da Esquadra e em 1900 capitaniou um grupo tarefa designado para levar o presidente Campos Sales em visita oficial a Argentina, acompanhado pelos cruzadores Barroso e Tamoio, esse grupo tarefa ficou conhecido como Divisão Branca, pis seus navios foram pintados de branco especialmente para essa comição.
Em 1907 realizou sua ultima importante missão, levando a Comição Naval Brasileira, presidida pelo Contra Almirante Huet de Bacellar, designada para acompanhar a construção e receber os novos encouraçados brasileiros encomendados dentro do Plano Naval de 1906, o Minas Gerais e o São Paulo.
Após recebimento dos novos encouraçados o velho Riachuelo foi desativado em 1910, seguindo a reboque para um desmanche na Europa, porém o Riachuelo afundou antes de chegar a seu destino final, descansando por fim n único tumulo digno para qualquer navio de guerra, o fundo do mar.
