Conde de Cavour
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Primeiro-ministro de Itália | |
Mandato: | 23 de Março de 1861 até 12 de Junho de 1861 |
Precedido por: | |
Sucedido por: | Bettino Ricasoli |
Data de nascimento: | 10 de Agosto de 1810 |
Local de nascimento: | Turim |
Data da morte: | 6 de Junho de 1861 |
Local da morte: | Turim |
Camilo Benso, o Conde de Cavour (Turim, 10 de Agosto de 1810 — Santena, 6 de Junho de 1861) foi um político italiano. Ocupou o cargo de primeiro-ministro da Itália entre 23 de Março de 1861 até 12 de Junho de 1861. Foi estadista piemontês, líder agricultor, financista e industrial.
Segundo filho do marquês Michele Benso e da Suíça Adèle de Sellon, Cavour foi, enquanto jovem, oficial do exército. Deixou a vida militar em 1831, viajou pela Europa durante quatro anos estudando particularmente os efeitos da revolução industrial na Grã-Bretanha, França e Suíça, absorvendo os princípios econômicos, sociais e políticos do sistema liberal britânico.
Voltando ao Piemonte-Sardenha em 1835, ocupou-se sobretudo de agricultura, e se interessou também de economia e pela difusão de escolas e creches. Graças a sua atividade comercial e bancária, Cavour chegou a ser um dos homens mais ricos do Piemonte. A fundação do diário "Il Risorgimento" em dezembro 1847, marcou o inicio de seu compromisso político. Segundo ele, somente uma profunda reestruturação das instituições políticas piemontesas e a criação de um Estado territorialmente amplo e unido na Itália, poderia permitir a realização do processo de desenvolvimento e crescimento econômico-social que ele mesmo promoveu através da sua própria iniciativa nos anos anteriores.
No ano de 1850, sendo que se pôs em evidencia na defesa das leis Siccardi (leis promovidas para diminuir os privilégios do clero e que previam a abolição dos tribunais eclesiásticos e do direito de asilo nas igrejas e nos conventos, a redução do numero das festividades religiosas, a proibição das corporações eclesiásticas de comprarem bens e receberem heranças ou donativos sem a permissão do governo), Cavour foi chamado a participar do gabinete D'Azeglio como ministro da Agricultura, do Comércio e da Marinha. Em seguida foi nomeado ministro das Finanças, e neste cargo ele foi logo adquirindo uma posição de destaque. A sua reputação de homem liberal leva Vítor Emanuel II, rei do Piemonte-Sardenha, a chamá-lo para o lugar de primeiro-ministro (4 de Novembro de 1852), com o intuito de uma harmonização entre centro-esquerda e o centro-direita, tão necessária à solidez do governo
Quando foi nomeado presidente do conselho (primeiro-ministro), ele já tinha em mente um programa político muito claro e definido e estava decidido a realizá-lo embora ciente também das dificuldade que teria de superar. O principal obstáculo derivava do fato de que ele não gozava da simpatia dos setores extremos do Parlamento, enquanto a Esquerda não acreditava nas suas intenções reformadoras, a Direita achava-o um perigoso jacobino revolucionário e demolidor das tradições seculares.
As Revoluções de 1848 na Itália tornaram claro que a unificação deveria vir através de ações do Estado italiano mais forte, o Piemonte-Sardenha. Ele visou sobretudo, em matéria de política interna, fazer do Piemonte um Estado constitucional, inspirado num liberalismo moderado e progressivo, onde a liberdade seria a premissa de todas as iniciativas. Convencido de que os progressos econômicos eram de importância fundamental para a vida política de um país, ele dedicou-se a uma radical renovação da economia piemontesa:
- a agricultura foi valorizada e modernizada graças ao uso contínuo de adubos químicos que eram cada vez mais difundidos, a uma vasta obra de canalização destinada a eliminara freqüente.falta de água para a irrigação, e a facilidade de transporte dos produtos agrícolas;
- a industria foi renovada e fortalecida através da criação de novas fábricas e ao aumento da.capacidade produtiva daquelas já existentes especialmente as do setor têxtil;
- o comércio fundado no livre intercâmbio interno e externo e facilitado por uma série de tratados com a França, Bélgica e Holanda ( 1851-1858), conseguiu um forte crescimento.
Além disto tomou medidas para:
- renovar o sistema fiscal, baseando-o não somente sobre impostos indiretos, mas também sobre os impostos diretos que afetam sobretudo as grandes rendas;
- fortalecer os bancos com a instituição de um "Banco Nacional" para a concessão de empréstimos com juros não muitos elevados.
A progressiva consolidação política, econômica e militar, direcionou Cavour a uma ousada política externa capaz de tirar o Piemonte-Sardenha do isolamento. Num primeiro momento ele pensou que não era oportuno destacar-se do velho programa de Carlos Alberto (que visava a saída do Império Austríaco do Reino Lombardo-Vêneto e a conseguinte unificação da Itália do Norte sob a monarquia dos Sabóia), todavia em seguida advertiu a possibilidade de alargar sua política em sentido nacional, aderindo ao programa unitário de Mazzini, em bases monárquicas e liberais. De qualquer modo o primeiro passo era o de impor o problema italiano à atenção européia, e para isso ele usou todo ou seu talento.
A entrada do Piemonte-Sardenha na guerra da Criméia deu-lhe voz internacional e a chance de alianças essenciais para o fim do controle austríaco sobre a Itália. No dia 21 de julho de 1858 encontrou Napoleão III em Plombières onde foram criadas as bases de uma aliança contra o Império Austríaco. O tratado oficial estabelecia que:
- a França interviria ao lado do Piemonte somente no caso em que a Áustria fosse a agressora;
- em caso de vitória, se formariam na Itália quatro Estados reunidos em uma única confederação colocada sob a presidência honorária do Papa, mas dominada substancialmente pelo Piemonte-Sardenha: um na Itália do Norte com a anexação ao Reino de Sardegna, do Reino Lombardo-Veneziano, dos ducados de Parma e Módena e da restante parte da Emília; um na Itália Central, compreendendo a Toscana, Marche e a Úmbria; um terceiro na Itália do Sul correspondente ao Reino das Duas Sicílias; um quarto formado pelo Estados Pontifícios, com Roma e arredores.
- Em compensação pela ajuda fornecida pela França, o Piemonte deveria ceder para Napoleão III o Ducado de Savóia e o condado de Nice.
É bastante evidente como um tratado deste tipo não tinha absolutamente em conta as aspirações unitárias da maior parte da população italiana, e que visava somente eliminar o predomínio austríaco na península.
A segunda guerra de independência permitiu a aquisição da Lombardia, mas a extensão do movimento democrático-nacional suscitou nos franceses o medo de que a Itália pudesse criar um Estado unitário forte demais: o armistício de Villafranca provocou o congelamento temporário das agitações e também a decisão de Cavour de abandonar a chefia do governo.
Ele voltou ao cargo no começo de 1860, quando conseguiu novamente o apoio francês e foi o arquiteto da unificação de todo o norte da Itália sob a liderança de Vítor Emanuel II, em 1859. Cavour utilizou a expedição dos Mil de Garibaldi à Sicília e Nápoles no ano seguinte para trazer estes Estados para a Itália unificada. Na mesma época, ordenou a invasão do Estado Pontifício. A habilidade diplomática de Cavour em manter o consentimento das potências européias e a fidelidade de Garibaldi no dito "Itália e Vítor Emanuel" levaram, assim, à proclamação do Reino de Itália no dia 17 de março de 1861. Primeira pessoa a ocupar o cargo de primeiro-ministro italiano, em fevereiro de 1861, Cavour morreu quatro meses depois, ainda negociando para assegurar a completa unificação italiana com a inclusão de Veneza e dos Estados Papais (leia-se Roma).
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Precedido por: - |
Primeiro-ministro da Itália 1861 - 1861 |
Sucedido por: Bettino Ricasoli |