Clóvis Bornay
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Clóvis Bornay (Nova Friburgo, 10 de janeiro de 1916— Rio de Janeiro, 9 de outubro de 2005) foi um museólogo e carnavalesco brasileiro. Sua presença nesta festividade sempre foi marcada pela criatividade, luxo, ousadia e extravagância.
Índice |
[editar] O inventor dos concursos de fantasia
Era o mais novo dos doze filhos de mãe espanhola e pai suíço, um dono de uma loja de jóias em Nova Friburgo. Na sua juventude, durante a década de 1920, descobre no carnaval sua grande paixão. E daí não o abandonaria jamais. Começou sua carreira em 1937, quando conseguiu convencer o diretor do Teatro Municipal do Rio de Janeiro a instituir bailes de carnaval de gala com concurso de fantasias, inspirado no modelo dos bailes de Veneza. Estreou neste ano com sua fantasia intitulada "Príncipe Hindu" e obteve o primeiro lugar. Tornou-se um dos mestres em fantasias de Carnaval - a todo ano trazia novos elementos em suas fantasias, e acabava ganhando quase todos os concursos que disputava. Evandro de Castro Lima e Mauro Rosas eram seus mais combativos rivais de salão. De tanto ganhar, acabou sendo declarado hors concours (concorrente de honra, não sujeito à premiação).
[editar] Museologia
Trabalhou como museólogo no Museu Histórico Nacional, cuja iniciativa que se tem nota foi a da cessão do refrigerador de seu gabinete de trabalho para a criação de uma sala de exposição-depósito de peças com estabilidade de temperatura. Atuou também em outras entidades culturais.
[editar] À frente do Carnaval de escolas de Samba
Foi carnavalesco das escolas de samba Portela entre 1969 e 1970, e da Mocidade Independente de Padre Miguel entre 1972 e 1973. Com a primeira escola ganhou o campeonato de 1970 (o último conquistado pela Escola) com o enredo "Lendas e mistérios da Amazônia" (que foi reprisado no desfile de 2004). Introduz inovações como a figura do destaque, que é uma pessoa luxuosamente fantasiada sendo conduzida do alto de um carro alegórico. Após isso, todas as demais escolas de samba copiam e tornam o quesito obrigatório. E ao longo de seus 77 anos de carnaval (69 em desfiles), sempre ele mesmo participava dos desfiles carnavalescos como destaque.
Algumas de suas fantasias são expostas no Brasil e são acervo de outros museus no exterior. Pela significação de seu trabalho, foi laureado com o título de cidadão honorário de Louisiana em 1964 e com a "Medalha Tiradentes" da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro em 1966 dada a personalidades que tenham relevância cultural para a cidade.
[editar] Atuação no cinema
Por conta de seu estilo caricato, em 1967, foi chamado para atuar no filme Terra em Transe, de Glauber Rocha, contracenando com Paulo Autran. Especula-se que ele só aceitou quando soube que teria um cachê 10 vezes maior que os outros atores, mas diz-se não ter recebido dinheiro nenhum. Também participou do filme "Independência ou Morte", de 1972.
[editar] Curiosidades
O vestido da estátua de Nossa Senhora da Glória do Outeiro era sempre, a todo dia 5 de agosto, trocada por outro feito por Bornay.
Era museólogo de profissão e também se notabilizou como jurado para os apresentadores de televisão Chacrinha e Sílvio Santos.
[editar] Falecimento
Às 15 horas do dia 9 de outubro de 2005, Clóvis deu entrada no Hospital Souza Aguiar desidratado e com infecção intestinal. Apesar de medicado, acabou falecendo de uma parada cárdio-respiratória.