Andrónico II Paleólogo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Andrónico II Paleólogo (em grego: Ανδρόνικος Β' Παλαιολόγος) (1259/1260 – 13 de Fevereiro de 1332), foi imperador de Bizâncio entre 1282 e 1328. Andrónico II Paleólogo era o filho sobrevivo mais velho do imperador Miguel VIII Paleólogo e de Teodora Ducas Vatazes, ou (Teodora Ducaina Vatazina), sobrinha-neta de João III Ducas Vatatzes.
[editar] Vida
Andrónico II Paleólogo foi proclamado co-imperador em 1261, na sequência da reconquista de Constantinopla ao Império Latino pelo seu pai Miguel VIII, mas foi coroado apenas em 1272. Andrónico II tornou-se o único imperador em 1282 e repudiou imediatamente a união - extremamente impopular - da Igreja Ortodoxa com a Santa Sé de Roma, que o seu pai promovera, mas mostrou-se incapaz de resolver o cisma daí decorrente no seio do próprio clero ortodoxo até 1310. Andrónico II foi também atormentado por dificuldades económicas, e durante o seu reinado o valor do hyperpyron bizantino caiu catastroficamete enquanto a fazenda imperial cobrava até sete vezes menos receita fiscal (em numerário) do que anteriormente. Lutando para reduzir as despesas e aumentar as receitas, Andrónico II aumentou os impostos e cortou nas isenções fiscais, ao mesmo tempo que desmobilizava a armada bizantina, deixando assim o império cada vez mais dependente das repúblicas rivais de Veneza e de Génova.
Andrónico II procurou resolver alguns dos problemas do Império Bizantino através da diplomacia. Depois da morte da sua primeira mulher, o imperador casou-se com Irene de Montferrat (originalmente baptizada Iolanda), pondo assim um termo às pretensões dos Montferrat ao trono do reino de Tessalónica. Andrónico II tentou também casar o seu filho mais velho e co-imperador Miguel IX Paleólogo com a imperatriz latina Catarina I de Courtenay, procurando desta forma reduzir ou mesmo acabar com as movimentações ocidentais para restaurar o Império Latino. Outra aliança matrimonial destinava-se a acabar com os conflitos territoriais com a Sérvia na região da Macedónia, com o imperador a casar a sua filha de cinco anos de idade Simonis com o rei Estêvão Milutin em 1298.
Apesar da solução dos problemas na Europa, Andrónico II enfrentava a oriente o colapso da fronteira bizantina na Ásia Menor. Depois do fracasso do co-imperador Miguel IX em travar o avanço dos Turcos na Anatólia em 1300, o governo bizantino contratou a Companhia Catalã dos Almogávares de Roger de Flor (aventureiros oriundos de Aragão e da Catalunha) para combaterem os inimigos do Império na Ásia Menor. Apesar de alguns êxitos iniciais, os catalães não conseguiram consolidar as suas conquistas. Envolveram-se em conflitos com Miguel IX e acabaram por se voltar contra os seus patrões bizantinos depois do assassínio de Roger de Flor em 1305. Devastaram a Trácia, a Macedónia e a Tessália, à medida que avançavam para a Grécia latina. Ali conquistaram o Ducado de Atenas e Tebas. Os Turcos continuaram a avançar e a tomar territórios e praças bizantinas, e Bursa caiu em 1326.No final do reinado de Andrónico II a maior parte da Bitínia já estava nas mãos dos Otomanos de Osman I e do seu filho Orhan.
Quem tirou partido dos problemas do império foi Teodoro Svetoslav da Bulgária, que derrotou Miguel IX e conquistou uma parte significativa do nordeste da Trácia entre 1305 e 1307.O conflito acabou com mais um casamento dinástico, desta vez entre Teodora, filha do imperador Miguel IX, e Teodoro. O comportamento dissoluto do filho de Miguel IX, Andrónico III, levou a uma cisão interna na família, e depois da morte de Miguel IX em 1320, Andrónico II afastou o seu neto da sucessão ao trono imperial, iniciando deste modo uma guerra civil que duraria, mesmo com interrupções, até 1328.O conflito propiciou a ingerência búlgara através de Miguel Asen III da Bulgária, que tentou capturar Andrónico II sob a artimanha de lhe enviar auxílio militar. Andrónico III entrou em triumfo em Constantinopla em 1328 e Andrónico II foi obrigado a abdicar e a confinar-se num mosteiro. terminou os seus dias como monje em 1332.
[editar] Família
Em 1274 Andrónico II casou-se em primeiras núpcias em Ana, filha do rei Estêvão V da Hungria, com quem teve dois filhos:
- Miguel IX Paleólogo
- Constantino Paleólogo, déspota
Após a morte de Ana em 1281, Andrónico II casou-se em 1284 com Irene (iolanda) de Montferrat, filha do marquêm Guilherme IX de Montferrat, com quem teve:
- João Paleólogo (c. 1286–1308), déspota
- Teodoro I, marquês de Montferrat (1291–1338)
- Demétrio Paleólogo (falecido depois de 1343), déspota
- Simonis Palaiologina (1294– depois de 1336), que se casou com o rei Estêvão Milutin da Sérvia
ndrónico II teve também pelo menos duas filhas ilegítimas:
- Irene, que se casou com João II Ducas, senhor da Tessália
- Maria, que se casou com Toqta, cão da Horda Dourada
[editar] Referências
- Oxford Dictionary of Byzantium, Oxford University Press, 1991.