Abertura 1812
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Abertura 1812 é uma obra orquestral de Pyotr Ilyich Tchaikovsky comemorando o fracasso da invasão francesa à Rússia em 1812 e a subsequentemente devastação da Grande Armada de Napoleão. A obra é mais conhecida pela sua sequência de tiros de canhão que é, em alguns concertos ao ar livre, executada com canhões reais. Embora a obra não tenha nenhuma conexão com os Estados Unidos da América, muitas vezes é executada juntamente com músicas patrióticas naquele país.
[editar] Abertura 1812
Entre as obras mais famosas de Pyotor Ilych Tchaikovsky, compositor erudito russo, figura a Abertura 1812 (1812 Overture). Entre outras, como a Marcha Eslava, retrata o forte nacionalismo da época, no meio artístico entre os compositores românticos. Ressaltava glórias de conquistas do reino a que pertencia: Rússia.
Composta em 1880, a Abertura 1812, foi feita em comemoração da vitória Russa sobre as tropas invasoras Napoleônicas, ocorrida no ano indicado (1812). Embora o caráter histórico da música se restrinja à guerra entre Rússia e França, ela é frequentemente utilizada, ao lado de outras músicas de caráter patriótico, pelos Estados Unidos. A sequência de canhões é utilizada com tiros reais, durante a comemoração do 4 de Julho, dia da independência deste país.
A Abertura 1812 foi primeiramente tocada na "Catedral de Cristo, o salvador", em Moscou, no ano de 1882. No início da obra, um canto russo de igreja, remete-nos à declaração de guerra, anunciada na Igreja, a serviço do Império. Logo, é seguida para um canto de vitória solene, para um sucesso dos russos na guerra. O retrato dessa declaração é bem destacado na obra do também russo, Leão Tolstoi, em Guerra e Paz.
A composição se baseia num antagonismo entre a vitória francesa e a posterior vitória russa, onde em setembro daquele ano, os franceses ganharam. A vitória é representada por La Marseillaise, hino da revolução francesa de 1789. A vitória russa no mês seguinte, é representada por um diminueto, lembrando de quando os russos fizeram uma ofensiva. O final, traz o hino czarista Deus Salve o Czar e é seguido pelo sonoro e clássico barulho de canhões. Assim, encerra a contraposição entre as duas vitórias - de início, a francesa, representada pela La Marseillaise, e no final, pelo triunfo russo, retratado pelo hino czarista.
Porém, durante o Estado composto pelos sovietes, com os estados da URSS, o hino czarista foi banido, tendo a obra que sofrer modificações, sendo este, substituido, por exemplo, por Glória de Glinka, uma ópera de Ivan Susanin. Outras modificações por que passou, são os sons de tambores. Com o avanço da tecnologia e sua aplicação no ramo da música, e o inviável disparos de canhões, fez com que este som, fosse substituídos por rumores de tambores. Foi pela primeira vez subsitutído na década de 50 do século 20, pela Orquestra de Minneapolis, norte-americana. Entretanto, como já dito, nas comemorações anunais da independência norte americana, usam-se os canhões, nos eventos coordenados pela Sinfônica de Boston.
A Abertura 1812 é fonte de inspiração para releituras, como no caso de Igor Buketoff, que na segunda metáde da década de 60 (1965-70), fez diversas modificações, tanto no coro inicial, quanto outras alterações instrumentais. Ela é tributada na canção "2112 da Rússia".
Algumas curiosidades a respeito dos "hinos" tocados Abertura 1812, devem ser aqui ressaltados. La Marseillaise não foi tocado como hino da França, pois após o Conselho de Viena, reestabelecendo o absolutismo na Europa, após a derrota de Napoleão em Waterloo. Este, só foi retomado em 1870.
O hino czarista também, só em 1833 foi adotado como hino oficial do Império Russo. Logo, os hinos tocados não eram realmente hinos de 1812, tempo-tema da composição, e sim de 1880, quando a composição foi terminada, fazendo assim, uma colocação de valores contemporâneos ao autor e sociedade, numa composição de valores patrióticos de tempos anteriores.
